segunda-feira, 9 de junho de 2025

Harmonia - Aula 05 - Aplicação de Quintas e Oitavas - Parte 1

Olá, Pessoal!

Nesta quinta coluna, estudaremos uma aplicação interessante de intervalos. A princípio, não vamos nos aprofundar em aspectos teóricos complexos. O foco será utilizar dois intervalos bastante comuns – quintas e oitavas – para criar algumas frases em uma levada.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

Para conferir alguns dos trabalhos e artigos que publiquei, acessem o link:

http://www.femtavares.com.br/p/midiaimpressa-fernandotavares-sempre.html

Para obter mais informações, entrem em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com


Aplicação de Quintas e Oitavas - Parte 1

Considerando a nota como fundamental, temos a nota Sol como a sua quinta e a sua oitava será a própria nota . No exemplo 1, temos o desenho dos dois intervalos. Esse desenho pode ser repetido a partir de qualquer nota, e tanto a quanto a podem ser usadas sobre acordes maiores e menores sem restrições (veja o exemplo 2). No exemplo 3, temos a base em que aplicaremos esses intervalos: a sequência A, F#m, D e E.


Agora, começaremos a aplicar a e a sobre a base.

  • Combinação 1: Usamos o intervalo de .

  • Combinação 2: Utilizamos o intervalo de , executado sobre a caixa da bateria nos tempos dois e quatro.

Combinação 1


Combinação 2



Na combinação 3, temos uma variação rítmica para o intervalo de e, na combinação 4, a mesma variação com o intervalo de . Esta variação é amplamente utilizada na Dance Music.

Combinação 3


Combinação 4


Essas são as primeiras ideias para a construção de frases. É essencial aplicar nossos estudos a um repertório. Tente trabalhar com um repertório que você goste de tocar.

Experimente utilizar essas variações, tocando os dois primeiros tempos com uma combinação e os dois últimos com outra. Também tente tocar a combinação apenas nos tempos 3 e 4.


Vídeo:


Abraços e até a próxima coluna, com mais aplicações de e !

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Bons estudos e até a próxima coluna!

Fernando Tavares utiliza cordas Giannini e cabos Datalink.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Análise das linhas de baixo do álbum "Tales from Topographic Oceans" da banda Yes


Olá, pessoal!

Nesta semana, trago no site uma coluna especial sobre o trabalho de Chris Squire no álbum Tales from Topographic Oceans. Neste artigo, analisamos diversas linhas de baixo criadas por este lendário músico, explorando os aspectos harmônicos, melódicos e rítmicos que definem seu estilo único.

Esse material faz parte de um acervo cuidadosamente elaborado, que está disponível como apoio para as minhas aulas de contrabaixo, tanto presenciais quanto on-line. É uma excelente oportunidade para aprofundar seu conhecimento sobre as técnicas e a abordagem de um dos maiores baixistas do Rock Progressivo.

Além deste artigo, minha coleção inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria musical e análise, voltados para músicos que desejam expandir suas habilidades e compreensão do instrumento.

Para conferir mais trabalhos e artigos que publiquei, acesse o link:
http://www.femtavares.com.br/p/midiaimpressa-fernandotavares-sempre.html

Se tiver interesse em conhecer mais sobre o curso ou adquirir materiais de estudo, entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com.


Tales from Topographic Oceans - Yes



A banda britânica de rock progressivo Yes lançou seu sexto álbum de estúdio, Tales from Topographic Oceans, em 1973. Este álbum é visto como um dos mais ousados e ambiciosos da banda, espelhando a profundidade e complexidade do rock progressivo daquele período. O álbum, composto por apenas quatro faixas extensas, possui uma estrutura conceitual, onde cada segmento é inspirado em tópicos espirituais e filosóficos, fortemente influenciados pelo livro Autobiografia de um Yogi, de Paramahansa Yogananda.

O álbum é notável por sua extensa duração, com a faixa "Ritual (Nous Are One)" sendo uma das maiores já registradas pela banda. Cada uma das composições foi cuidadosamente estruturada, com letras e temas que exploram a busca espiritual, a natureza da existência e o despertar da consciência. Musicalmente, Tales from Topographic Oceans destaca-se pela habilidade técnica dos músicos, com solos intrincados de guitarra de Steve Howe, complexidade rítmica de Bill Bruford e o trabalho inovador de Chris Squire no contrabaixo, complementado pelas camadas harmônicas e melódicas criadas pelos teclados de Rick Wakeman e as vocais de Jon Anderson.

A obra foi recebida de forma mista, com alguns críticos destacando sua grandiosidade e originalidade, enquanto outros a consideraram excessivamente complexa e difícil de digerir. No entanto, Tales from Topographic Oceans tornou-se um marco na história do rock progressivo e uma das obras mais emblemáticas do Yes, consolidando sua posição como uma das bandas mais inovadoras da década de 1970.

Exemplo 1 - The Revealing Science of God


Este trecho corresponde à base da voz e é repetido durante a primeira parte da música, ocorrendo por volta de 3’05". Observe que, no primeiro tempo, há uma pequena variação na frase; para os outros trechos, tome como referência a linha do segundo compasso. A escala escolhida para construir esta frase é a pentatônica, e é importante prestar atenção ao uso do slide no segundo tempo. Este trecho exige grande velocidade do músico, uma vez que trabalha com sextinas e fusas, exigindo controle técnico e precisão na execução para manter a fluidez da performance.


Exemplo 2 - The Revealing Science of God


Este trecho se inicia aos 7'02" e corresponde à segunda base da voz. Foi construído utilizando os intervalos de fundamental, quarta e quinta dos respectivos acordes. Para entender melhor a frase, recomenda-se dividi-la a cada 1 tempo e meio, ou seja, ela começa no primeiro tempo e depois se repete a partir do contratempo do segundo tempo. Em várias músicas deste álbum, Chris Squire emprega esse tipo de raciocínio para construir suas linhas de baixo, sendo esses "deslocamentos" de tempo uma das principais características de seu estilo. Tais abordagens criam uma sensação de movimento e complexidade rítmica, algo que se torna uma marca registrada de sua técnica.


Exemplo 3 - The Remembering


Estes acordes correspondem a toda a introdução da música, com o baixista tocando as fundamentais correspondentes. Somente neste trecho, por volta de 2’00”, é que se inicia uma linha com frases no baixo. No primeiro acorde (Dm), Chris Squire utiliza a tríade nas cabeças de cada tempo, mas com uma pequena variação no terceiro tempo deste compasso, quando ele emprega a quarta como uma apogiatura para a quinta do acorde. No segundo compasso, é utilizada a escala Mi menor, que confere uma sonoridade distinta à linha. No terceiro compasso, o baixista repete a ideia do primeiro, substituindo a apogiatura por um slide entre as notas Sol e Lá, o que cria uma transição mais fluida e expressiva. Por fim, no quarto compasso, Squire utiliza a tríade de Mi menor para construir a frase, mantendo a coerência harmônica e adicionando variações rítmicas e melódicas que enriquecem a linha de baixo. Essa abordagem evidencia a habilidade do baixista em manipular acordes e escalas de maneira criativa e expressiva.


Exemplo 4 - The Remembering


Este trecho serve como base para um pequeno solo de steel-guitar, e o baixista construiu suas frases utilizando a fundamental, a quinta e a oitava. A construção da linha de baixo é simples em termos de intervalos, mas a complexidade reside na quantidade de notas que compõem a frase e no deslocamento da primeira nota em relação à cabeça do compasso. Este deslocamento cria uma sensação rítmica peculiar, o que adiciona um desafio técnico ao trecho. O baixista, portanto, não apenas trabalha com intervalos básicos, mas também com variações rítmicas que exigem precisão. Este trecho ocorre por volta de 10'19" e é fundamental para estabelecer a base harmônica e rítmica que suporta o solo da steel-guitar, mantendo a fluidez e a coesão na música.


Exemplo 5 - The Ancient


Este trecho corresponde à introdução do solo de teclado e ocorre por volta de 4’33”. A construção da frase utiliza apenas a fundamental e a oitava acima. A complexidade deste trecho está no fato de que a nota mais grave é acentuada juntamente com o bumbo, mas de forma aleatória, o que exige do baixista uma atenção cuidadosa ao posicionamento dos acentos. No exemplo transcrito, o baixista acentua a nota mais grave no primeiro e no quarto tempos do primeiro compasso, enquanto no segundo compasso o acento recai no segundo tempo. No terceiro compasso, o acento aparece no primeiro tempo, e no quarto compasso, novamente no segundo tempo. Essa variação rítmica exige precisão para garantir que os acentos estejam posicionados corretamente, mantendo a coesão rítmica com a bateria.


Exemplo 6 - The Ancient


Este trecho ocorre por volta de 7’02” e é uma frase executada por todos os instrumentos, utilizando contrapontos. O compasso está em 7/4, e o baixista toca todas as notas de forma staccato, o que adiciona uma percussividade à linha de baixo. A base harmônica é construída com a escala de Ré Maior, e o baixista utiliza a sétima menor (Dó) como uma blue note neste trecho. Esta nota é inserida para completar o cromatismo da frase, criando uma sonoridade mais expressiva e característica do estilo do músico. A utilização do staccato, combinada com a inserção da blue note, dá um caráter único à linha de baixo, que se destaca dentro da complexidade rítmica e contrapontística do trecho.


Exemplo 7 - Ritual


Este trecho corresponde a uma pequena parte da introdução e começa por volta de 2’12”. O baixista construiu a frase utilizando a escala mixolídia de Ré maior, com a nota Lá, que é a quinta do acorde, sendo a mais enfatizada neste trecho. A dificuldade da frase reside na variação rítmica empregada pelo baixista nas repetições, o que exige grande precisão e controle de timing. Quando a música transita para Dó maior, o baixista segue o mesmo conceito harmônico e rítmico para construir a frase, mantendo a consistência no estilo e na abordagem, o que demonstra a habilidade do músico em adaptar suas ideias dentro da progressão harmônica.


Exemplo 8 - Ritual


Este trecho ocorre por volta de 8’28” e se situa entre duas bases de voz. O baixista aproveita este pequeno interlúdio para realizar um solo de contrabaixo, utilizando uma técnica expressiva de slides durante a execução. A estrutura harmônica é baseada em dois acordes por compasso, mas o baixista utiliza apenas o segundo acorde como referência para a construção da frase. A escala pentatônica de cada um desses acordes é a base para a construção das frases, o que confere ao solo uma sonoridade sólida e coesa, ao mesmo tempo que permite uma boa variação melódica. O uso dos slides contribui para a fluidez da execução, demonstrando a habilidade do baixista em explorar a expressividade do instrumento dentro da harmonia proposta.


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Bons estudos e até a próxima coluna!

Fernando Tavares utiliza cordas Giannini e cabos Datalink.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Discografia - Fernando Tavares

   Olá pessoal!



Compartilho aqui alguns álbuns da minha discografia. Eles estão disponíveis gratuitamente nos serviços de streaming.

Deixo os links do Spotify, mas eles podem ser encontrados em outros serviços.

Apostrophe' Duo - Smoking Pipe - CD




Apostrophe' Trio - Apostrophe'  - CD



Medusa Trio - 10 Anos - CD




Medusa Trio - Peso Pesado - EP



Liar Symphony – Choosing The Live Side – CD/DVD




Dead Man Walking - All My Hate - CD



Hotspot Project – Volume 1 - CD



Lee Recorda - Olhando a Vida de Cima do Ponto Central  - CD




Maurício Fernandes - Alone in the night




Abraços e até a próxima postagem!

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Transcrição do Mês - King Crimson – Book of Saturday

  


Olá, pessoal!

Nesta semana, apresento uma transcrição com texto explicativo no site. Para esta coluna, escolhemos a música Book of Saturday da banda King Crimson com John Wetton no baixo.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

Para conferir alguns dos trabalhos e artigos que publiquei, acessem o link:

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King Crimson – Book of Saturday

John Wetton (1949–2017) foi um influente baixista, cantor e compositor britânico, amplamente conhecido por seu trabalho como membro das bandas de rock progressivo King Crimson, Asia e U.K. Nascido em 12 de junho de 1949, em Willenhall, Inglaterra, Wetton teve uma carreira musical notável, marcada por sua habilidade técnica e por sua voz distinta. Ele iniciou sua trajetória musical como baixista e vocalista em diversas bandas, antes de se destacar em King Crimson, onde tocou em álbuns icônicos como Larks' Tongues in Aspic (1973) e Red (1974).

Em 1981, Wetton co-fundou o supergrupo Asia, que se tornou um dos maiores nomes do rock progressivo dos anos 1980, com o álbum de estreia homônimo, que inclui hits como "Heat of the Moment." Além de seu trabalho em Asia, Wetton também foi membro de outras bandas como U.K. e passou por colaborações com artistas como Brian Eno e Robert Fripp. Seu estilo de tocar baixo era caracterizado pela técnica precisa e pelo uso criativo de efeitos, sendo um dos músicos mais respeitados do rock progressivo. Wetton faleceu em 31 de janeiro de 2017, deixando um legado duradouro no mundo da música.

Esta transcrição foi originalmente publicada na Bass Player Brasil, edição 65, de abril de 2017.

Clique aqui para o Link da transcrição 


Texto

John Wetton (12 de junho de 1949 – 31 de janeiro de 2017) foi um renomado baixista e cantor, atuando desde a década de 1970, quando ingressou na banda King Crimson, formando uma das cozinhas mais poderosas do rock progressivo ao lado do igualmente talentoso Bill Bruford. Esta parceria pode ser conferida em álbuns como Larks' Tongues in Aspic (1973), Starless and Bible Black (1974) e Red (1974), entre outros, que geraram canções como "Easy Money", "Starless", além das homônimas aos álbuns mencionados. Vale destacar que é particularmente interessante conferir algumas performances ao vivo da banda do período referido, para perceber a enorme capacidade de improvisação tanto do baixista quanto dos outros membros, registros esses disponíveis em álbuns como USA (1975) e The Great Deceiver (1992).

A dupla Wetton-Bruford também gravou o primeiro álbum do supergrupo U.K., que, além de Wetton e Bruford, contava com o tecladista e violinista Eddie Jobson, ex-integrante da banda de Frank Zappa, e o extraordinário guitarrista Allan Holdsworth. Com essa banda, Wetton registrou dois álbuns. Após o término do U.K., surgiu um novo supergrupo, o Asia, que contava com os ex-Yes Steve Howe (guitarra) e Geoff Downes (teclados), além de Carl Palmer (ex-EL&P). Rapidamente, o Asia se tornou uma das bandas mais populares do início dos anos 1980, devido aos hits "Only Time Will Tell" e "Heat of the Moment", este último sendo sem dúvida o maior sucesso comercial da carreira de Wetton.

Em todos os seus trabalhos, Wetton se destacou como um baixista versátil, cujas linhas de baixo demonstram grande vitalidade e fornecem uma sustentação harmônica sólida à música. Ele utilizava uma variedade de ferramentas, incluindo elementos característicos do rock, como quintas, oitavas e pentatônicas, mas também explorava outras escalas, como a escala diminuta (Domdim), além de cromatismos. Seu trabalho também se destacava pela incorporação de polirritmia e compassos pouco usuais, com um arsenal de elementos essenciais que permitiam a construção de diversas variações em suas linhas.

Para ilustrar o uso dessas ideias, podemos citar algumas canções do Asia ou da música "Red" do King Crimson, nas quais Wetton utiliza poucas notas para criar variações que acrescentam sustento e peso às composições. Já em linhas como as de "Starless" ou "Larks' Tongues in Aspic – Parte 2", Wetton trabalha com vozes unidas ou abertas, em parceria com guitarras e violinos, proporcionando variações interessantes para essas músicas.

Neste artigo, escolhi uma das linhas de contrabaixo mais belas criadas por Wetton, presente na música "Book of Saturday" do álbum Larks' Tongues in Aspic. Nessa linha, é possível perceber um músico maduro e no auge de sua criatividade, que cria um contraponto complexo em relação à guitarra e à sua linha vocal. Vale lembrar que a canção é construída apenas com baixo, voz e guitarra.

Na introdução, o baixista toca a fundamental e a quinta nos primeiros compassos. Na base vocal (compassos 5 a 12), ele utiliza a escala da tonalidade (Am) para construir as frases. No compasso 9, além de a fórmula de compasso variar para 5/4, Wetton utiliza um cromatismo para a nota E. Para o acorde de B7(b9), ele trabalha com a fundamental, a quinta e a oitava, prestando atenção ao sinal "Let Ring", que indica para deixar as notas soando. Na repetição da base vocal (compassos 13 a 20), o baixista explora novas melodias e cria uma linha completamente diferente da anterior. Embora ainda utilize a escala da tonalidade, cada linha segue um caminho próprio.

A partir do compasso 21, temos a ponte da música, que inicia com o V grau da tonalidade em uma progressão harmônica pouco usual. A linha de baixo trabalha com a escala de E mixolídio, e é possível perceber como o baixista trabalha com a tríade sobre o acorde de Bm, inserindo uma passagem com a nona. No interlúdio, durante um pequeno solo de violino, o baixista explora essencialmente a fundamental, quinta e oitava dos acordes, que são semelhantes aos usados na base vocal.

Nas demais bases da canção, as ideias são as mesmas, mas Wetton sempre insere novas abordagens utilizando os elementos apresentados anteriormente. Por fim, podemos concluir que esta linha de baixo é um exemplo claro de um músico extremamente musical e dedicado, que estudou a fundo as técnicas necessárias para criar um trabalho inovador.

Para mais informações sobre o meu trabalho, entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

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segunda-feira, 19 de maio de 2025

Teoria & Análise - Estudos Rítmicos - Parte 11

 Olá, pessoal!

Nesta semana, damos continuidade ao nosso curso de leitura rítmica aqui no site. O estudo do ritmo é um dos aspectos mais essenciais no processo de aprendizado musical.

Nesta coluna, abordamos a leitura das semicolcheias e suas variações. O exercício proposto apresenta uma dificuldade técnica adicional, além de trabalhar a leitura rítmica. Por isso, é fundamental estudar com calma, concentrando-se em obter um som claro e preciso ao tocar no contrabaixo.

Estudos rítmicos


Nesta etapa dos estudos de leitura à primeira vista, iniciamos o trabalho com a subdivisão em semicolcheias, que correspondem a 1/4 de tempo no compasso 4/4. Ou seja, são necessárias quatro semicolcheias para completar um tempo.

Neste estudo específico, trabalhamos com a figura rítmica que combina duas semicolcheias (1/4 de tempo cada) seguida de uma colcheia (1/2 tempo). Se houver dúvidas sobre como identificar essa figura, recomendo ouvir a música The Mirror do Dream Theater, por exemplo.

Para praticar, utilize a corda Ré solta e inicie o exercício com o metrônomo ajustado a 60 bpm.


Encerramos os estudos por aqui, e na próxima coluna abordaremos as subdivisões de semicolcheia.

Para um aprofundamento nos estudos rítmicos, indicamos os seguintes manuais básicos:

  • POZZOLI, Heitor. Pozzoli: guia teórico-prático para o ensino do ditado musical. São Paulo: Moog Ricordi, 1990.
  • GRAMANI, José Eduardo. Rítmica. São Paulo: Perspectiva, 2019.
  • LACERDA, Oswaldo. Exercícios de teoria elementar da música. São Paulo: Ricordi Brasileira S.A., 2002.

Este artigo integra minha coleção de estudos sobre contrabaixoteoria e análise musical.

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Fernando Tavares

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quinta-feira, 15 de maio de 2025

Álbuns Clássicos - Queen - A Night at the Opera


Olá, pessoal!

Nesta semana, destacamos o álbum "A Night at the Opera" da banda Queen na coluna Álbuns Clássicos.

Este artigo faz parte da minha coleção de estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical. Para conferir alguns dos meus trabalhos e artigos publicados, acessem o link:
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Queen - A Night at the Opera

O quarto álbum da banda Queen, A Night at the Opera, é considerado por muitos como a maior obra-prima do grupo. Lançado em 21 de novembro de 1975, o disco inclui grandes sucessos, sendo o maior deles a icônica "Bohemian Rhapsody".

Considero John Deacon um dos maiores baixistas de rock de todos os tempos e, para quem não sabe, foi ele quem me inspirou a tocar contrabaixo. As composições do álbum são complexas e incorporam elementos da ópera, além de contar com uma produção impecável.

Faixas

  1. Death on Two Legs - Freddie Mercury - 3:43
  2. Lazing on a Sunday Afternoon - Freddie Mercury - 1:08
  3. I'm in Love with My Car - Roger Taylor - 3:05
  4. You're My Best Friend - John Deacon - 2:50
  5. '39 - Brian May - 3:25
  6. Sweet Lady - Brian May - 4:01
  7. Seaside Rendezvous - Freddie Mercury - 2:13
  8. The Prophet's Song - Brian May - 8:17
  9. Love of My Life - Freddie Mercury - 3:38
  10. Good Company - Brian May - 3:26
  11. Bohemian Rhapsody - Freddie Mercury - 5:55
  12. God Save the Queen - Tradicional, arr. Brian May - 1:11

Créditos

Freddie Mercury – Voz, Piano e Backing Vocal
Brian May – Violão, Guitarra, Koto, Ukulele, Harpa, Voz e Backing Vocal
Roger Taylor – Bateria, Gongo, Tímpano, Pandeiro, Voz, Efeitos de Guitarra e Backing Vocal
John Deacon – Contrabaixo e Piano

Roy Thomas Baker – Produção
Mike Stone – Engenharia de som
Gary Lyons – Engenharia de som
David Costa – Direção de arte


Ouça no Spotify


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segunda-feira, 12 de maio de 2025

Baixistas do Rock - Parte 2


Olá, pessoal!

Nesta semana, abordaremos alguns elementos essenciais de interpretação para os baixistas de rock. A falta da aplicação desses elementos pode comprometer a qualidade sonora e a pegada do contrabaixista. Esses aspectos são cruciais para a construção de uma sonoridade refinada e expressiva.

Este artigo faz parte de minha coleção de estudos, que abrange diversos tópicos relacionados ao contrabaixo, teoria musical e análise.

Para acessar alguns dos trabalhos e artigos que publiquei, clique no seguinte link:

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Exercício 1

No exercício 1a, abordamos o hammer-on, que consiste em tocar uma nota utilizando apenas um dedo da mão esquerda. Toque a nota normalmente e, em seguida, pressione a casa 7 com o dedo anelar da mão esquerda para produzir a nota Mi, sem o auxílio da mão direita.

No exercício 1b, praticamos o pull-off. Toque a nota Mi normalmente e, em seguida, puxe o dedo anelar da mão esquerda para baixo, fazendo com que a nota seja produzida. É essencial que a nota já esteja pressionada antes de realizar o movimento de pull-off.


Exercício 2

No exercício 2, temos a escala de Sol Maior, tocada com hammer-on no movimento ascendente e, em seguida, com pull-off no movimento descendente.



Exercício 3

No exercício 3a, tocamos uma frase utilizando a Pentatônica de Dó maior de forma tradicional. No exercício 3b, a mesma frase é tocada empregando hammer-on e pull-off. Note a diferença de sonoridade entre as duas abordagens. É interessante observar que ambos os elementos podem ser aplicados na mesma frase.


Esses elementos de interpretação foram amplamente explorados por diversos baixistas ao longo de suas trajetórias. A seguir, uma lista de músicas recomendadas para estudo, nas quais você pode perceber a aplicação desses recursos:

  • Alice In Chains – "Would?"
  • Red Hot Chili Peppers – "Emit Remus", "Californication"
  • The Beatles – "Taxman", "Don’t Let Me Down", "Come Together", "Drive My Car"
  • Um pouco mais avançado:
    • Primus – "Sgt. Baker", "American Life"
    • Allan Holdsworth – "Road Games", entre outras.

Exercício 4

No exercício 4, exploramos as músicas "Come Together" e "Drive My Car" dos The Beatles, interpretadas pelo baixista Paul McCartney, para exemplificar os conceitos discutidos nesta coluna.



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segunda-feira, 5 de maio de 2025

Harmonia - Aula 04 - Classificação dos Intervalos

Olá, Pessoal!

Estamos de volta com a quarta parte da matéria de harmonia. Nesta coluna, vamos abordar a classificação dos intervalos.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

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Classificação dos Intervalos

Os intervalos são contados a partir de uma nota de referência, chamada de Fundamental ou Tônica. Nos primeiros estudos, consideraremos a nota Dó como a fundamental.

Uma escala contém sete notas, que são nomeadas com base no intervalo entre elas. A 1ª nota recebe o nome de Fundamental e as demais são numeradas da seguinte forma: 2ª (Segunda), 3ª (Terça), 4ª (Quarta), 5ª (Quinta), 6ª (Sexta) e 7ª (Sétima).

Considerando a nota Dó como a fundamental, temos a seguinte relação de intervalos:

  • Dó para Ré = 2ª (Segunda)
  • Dó para Mi = 3ª (Terça)
  • Dó para Fá = 4ª (Quarta)
  • Dó para Sol = 5ª (Quinta)
  • Dó para Lá = 6ª (Sexta)
  • Dó para Si = 7ª (Sétima)

Os intervalos podem ser classificados como maiores, menores, justos, diminutos ou aumentados. Aqui está a classificação básica:

  • Intervalos de 2ª, 3ª e 6ª são considerados maiores.
  • Intervalos de 4ª e 5ª são considerados justos.
  • Intervalo de 7ª é considerado menor, sendo a sétima maior grafada com a letra M maiúscula ou o sinal de +.

Veja abaixo um estudo prático dos intervalos da escala maior.


Alterações dos Intervalos

Esses intervalos podem ser alterados no sentido ascendente ou descendente:

  • Intervalos maiores:

    • Quando alterados ascendentemente, tornam-se aumentados.
    • Quando alterados descendentemente, tornam-se menores.
  • Intervalos justos:

    • Quando alterados ascendentemente, tornam-se aumentados.
    • Quando alterados descendentemente, tornam-se diminutos.
  • Intervalo de sétima:

    • Quando alterado ascendentemente, é chamado de maior.
    • Quando alterado descendentemente, é chamado de diminuto.

Estude com calma essa parte teórica, pois ela é fundamental para o seu desenvolvimento como músico. Compreender os intervalos é a chave para entender como as relações harmônicas acontecem.


Vídeo:


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segunda-feira, 28 de abril de 2025

Matéria "Lugar de Baixo é na Cozinha"


Olá, pessoal!

Nesta semana, trago uma coluna especial que escrevi para a antiga revista Coverbaixo, na qual analiso as principais características das linhas de baixo do Rock Progressivo.

Este artigo faz parte da minha coleção, composta por diversos estudos sobre contrabaixo, teoria musical e análise musical.

Para conferir outros trabalhos e artigos que publiquei, acesse o link:
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"Lugar de Baixo é na Cozinha"

A principal característica da cozinha do Rock Progressivo é a precisão. Bateria e contrabaixo atuam em perfeita sincronia rítmica, oferecendo suporte sólido às frases elaboradas por guitarras e teclados. Nesse estilo, são comuns as mudanças de fórmula de compasso e a utilização de frases rítmicas complexas nas levadas.

Embora existam várias bandas influentes no gênero, as características da seção rítmica variam significativamente de acordo com os músicos ou a banda em questão.

No contrabaixo, o baixista frequentemente desenvolve linhas que contrapõem a melodia principal ou estabelece uma linha fixa baseada na harmonia, delegando a construção harmônica aos outros instrumentos. Para criar essas linhas, os baixistas exploram uma ampla variedade de escalas, com destaque para a escala maior, a menor natural, a menor harmônica e a pentatônica. Também é comum o uso de acordes, arpejos e outros elementos técnicos, habilmente empregados pelos mestres deste instrumento no estilo.

Já os bateristas integram a parte rítmica às frases do contrabaixo ou à melodia da música, utilizando linhas básicas como fundamento e introduzindo variações criativas. É importante destacar que, ao trabalhar com compassos alternados, os bateristas no Rock Progressivo geralmente seguem a estrutura temática da música, evitando "quebras" rítmicas aleatórias, como ocorre em outros gêneros.

O Rock Progressivo é amplamente reconhecido como um dos estilos mais desafiadores, tanto para tocar quanto para compor ou compreender. Ele exige dos músicos um alto nível de dedicação e habilidade, tanto na parte harmônica quanto na rítmica.

Recomendo o estudo de materiais específicos sobre compassos alternados, além de dedicar tempo à audição das bandas que consolidaram este gênero como um dos mais fascinantes na música contemporânea.

Long Distance Runaround

Esta música apresenta, na minha opinião, uma das “cozinhas” mais impressionantes do Rock Progressivo, composta pelo baixista Chris Squire e pelo baterista Bill Bruford. Lançada no álbum Fragile em 1972, o trabalho desenvolvido por esses dois músicos, especialmente nesta faixa, é absolutamente extraordinário.

O trecho transcrito corresponde à introdução da música, que retorna mais tarde no interlúdio. O tema inicial é executado pela guitarra e pelo teclado, enquanto o contrabaixo e a bateria estabelecem a base rítmica com uma célula contínua de colcheias. Embora neste trecho não ocorram mudanças na fórmula de compasso, a acentuação rítmica é feita sempre no contratempo do compasso anterior.

Outro aspecto notável é a forma musical deste trecho, que se desenvolve em nove compassos, algo incomum, já que partes musicais são frequentemente estruturadas em múltiplos de quatro. Essa variação deve-se aos três compassos finais, nos quais a “cozinha” do Yes utiliza uma de suas características marcantes: notas pontuadas (neste caso, semínimas). Esse recurso cria a sensação de um rallentando no final, conhecido tecnicamente como hemíola, e é executado com extrema precisão por Squire e Bruford.

A linha de baixo é construída sobre a escala de Dó Mixolídio, destacando-se o Fá sustenido, que funciona como uma blue note. No final do trecho, as notas fundamentais dos acordes correspondentes são utilizadas para reforçar a harmonia. Por sua vez, a linha de bateria emprega semínimas na condução, com caixas e bumbos acentuando os contratempos. Essa abordagem, frequentemente adotada por Bill Bruford, gera uma sensação intrigante de que ele está tocando “fora do tempo”, adicionando complexidade e riqueza rítmica à peça.



The Spirit of Radio

Esta talvez seja a “cozinha” mais icônica do Rock Progressivo, formada pelo baixista Geddy Lee e pelo baterista Neil Peart. Ambos músicos de técnica impressionante, construíram linhas marcantes e complexas que são referência no gênero.

O trecho transcrito corresponde à introdução da música The Spirit of Radio, presente no álbum Permanent Waves de 1980. Nesta faixa, os músicos criaram uma linha rica em frases desafiadoras e com o uso de várias fórmulas de compasso. Particularmente, a parte rítmica deste trecho merece atenção especial, pois é, na minha opinião, a mais difícil de compreender. Ela emprega semicolcheias e tercinas de semicolcheia, equivalentes a seis notas dentro de um tempo, exigindo precisão técnica.

O baixista Geddy Lee utiliza a escala de Ré maior para construir sua linha. É fundamental prestar atenção à duração das notas: elas devem ser executadas com o som cortado de acordo com o valor indicado, garantindo clareza e definição.

Já o baterista Neil Peart explora quase todas as peças da bateria, distribuindo as notas entre elas para criar frases complexas. No trecho analisado, ele não apresenta uma levada fixa, mas sim uma abordagem mais solta, destacando sua criatividade rítmica.

Recomendo estudar este trecho com muita paciência, pois sua execução é extremamente desafiadora. Trabalhe para limpar as notas e toque preferencialmente junto com um baterista. Quando alcançar a velocidade original da música, certifique-se de que as notas estejam limpas e precisas, evitando atrasos ou adiantamentos. Além disso, mantenha a pegada firme, pois a precisão é a principal característica deste estilo.


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Bons estudos e até a próxima coluna!

quinta-feira, 24 de abril de 2025

CD - Apostrophe' Trio - Apostrophe'

 

Olá pessoal!


Em 2017 eu lancei o primeiro álbum do projeto Apostrophe' em formato trio. Já escutaram o CD?

Ele está disponível em diversas plataformas de streaming.







Youtube:


Ficha técnica:


01 – Apostrophe'
02 – Clima
03 – Ilusões (Incluindo Sonhos e Realidade)
04 – Corações da Noite
05 – Sons da Mente (Parte 1)
06 – Sons da Mente (Parte 2)
07 – Thaís e a Festa
08 – Meu Irmão é um Cara Livre?!
09 – Ventos da Liberdade

Produzido por Fernando Tavares
Todas as músicas arranjadas por Apostrophe'
Guitarra Base na Faixa 07 por Sergio Casalunga, Pianos nas faixas 05 e 06 por Fernando Tavares
Gravado, Mixado e Masterizado no Estúdio Tecnoarte por Armando Leite entre Julho e Dezembro
de 2016.
Todas as músicas compostas por Fernando Tavares, exceto faixa 02 por Mozart Mello.

Abraços!

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Participação em Mesa Temática no V Congresso da ARLAC/IMS 2022

Olá pessoal!

Estou aqui hoje para falar da minha participação na Mesa Temática "Estudos de Significação Musical aplicados à Música na América Portuguesa" apresentado no V Congreso ARLAC/IMS que ocorreu entre os dias 20 e 22 de Abril de 2022.

Evento: V Congresso da ARLAC/IMS

Período do Evento: 20 e 22 de Abril de 2022.

Local: Universidad Internacional de Andalucía (UNIA)


Resumo da Mesa Temática

Os estudos de Significação Musical têm se desenvolvido na América Latina como um espaço para compreender suas representações simbólico-musicais a partir dos trânsitos de múltiplas culturas que formam sua expressão/percepção e dão voz às práticas discursivas a partir de sua pluriculturalidade. O jogo de forças que atuam nesse processo se cristaliza nos intensos vórtices que se movem por uma ocidentalidade assimilada, porém nem sempre reconhecida como única mediadora/legitimadora para a autorrepresentação de seus afetos mais orgânicos. É neste aspecto que a Significação Musical dá suporte para os estudos das relações simbólicas.  Seu fundamento é que signos musicais podem se tornar códigos que estabelecem redes inter e intrasemióticas que sustentam a relação sentido/referencialidade dentro de processos de escutas compartilhadas socialmente, ou seja, uma escuta definida por uma comunicação informal sustentada numa condição socioantropológica do processo cognitivo/comunicativo. Esta mesa propõe associar os trabalhos mais destacados dos membros do Laboratório de Musicologia da EACH-USP no campo dos estudos da música luso-brasileira, tida como música colonial. Diósnio Machado Neto apresentará um panorama geral do que estudos de significação tem contribuído para uma melhor compreensão do processo criativo na colônia. Partindo especificamente do que na poesia árcade se denominou estilo herói-cômico, a comunicação pretende demonstrar como esta estética se constituía na música, como retórica e oratória, a partir de composições de motetes de José Maurício Nunes Garcia.  Ágata Yozhiyoka discutirá a representação da morte como espaço discursivo na música religiosa luso-brasileira, focando nos aspectos das renovações ocorridas no discurso sobre o fúnebre, nas primeiras décadas do século XIX. Especificamente abordará as mudanças no tratamento dos campos expressivos nos Et Incarnatus/Cricifixus nas missas novecentistas compostas pelos compositores orgânicos à corte portuguesa no Brasil. Ozório Christovan discutirá a relação entre comunicação e significação musical como fundamento de uma análise crítica do discurso musical do compositor luso-brasileiro André da Silva Gomes. Fernando Tavares e Gustavo Caum e Silva apresentarão como as pedagogias dos partimentos davam suporte para a assimilação de esquemas de contraponto, assim como os próprios partimentos, como a Regras da Oitava, e os movimentos de baixo por graus conjuntos e disjuntos, foram adquirindo aspectos para a prática composicional como esquemas de contraponto validados em funções expressivas nos projetos representacionais das composições. Por fim, Diósnio Machado Neto e Cesar Villavincenzo discutirão aspectos das propriedades retóricas entre os séculos XVI e XVIII, e como isso pode ser inserido nos problemas dos estudos da música na América Portuguesa.

Abraços e até a próxima coluna!


Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).
É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.
"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Transcrição do Mês - Primus - Jerry Was a Race Car Drive


Olá, pessoal!

Estamos de volta nesta semana para mais uma transcrição com texto em nosso site. Desta vez, apresento uma transcrição da música Jerry Was a Race Car Driver, da banda Primus, com o excepcional Les Claypool no contrabaixo.

Claypool é um dos músicos mais renomados do cenário atual, dispensando qualquer tipo de apresentação. Com uma carreira impecável tanto no Primus quanto nas inúmeras bandas das quais foi integrante ou colaborador, além de sua carreira solo, ele exibe uma impressionante versatilidade técnica. Entre as diversas técnicas que domina, estão o slap, abafados, two hands, strumming e improvisações com escalas exóticas e simétricas, todas aplicadas com maestria. A música Jerry Was a Race Car Driver é uma excelente demonstração de seu talento.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

Para conferir alguns dos trabalhos e artigos que publiquei, acessem o link:
www.femtavares.com.br/p/midiaimpressa-fernandotavares-sempre.html

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Link para a transcrição:
Primus - Jerry Was a Race Car Driver

Biografia do Primus:

Primus é uma banda americana formada em 1984, liderada pelo baixista Les Claypool. Conhecida por seu estilo único, que mistura rock alternativo, funk, e uma grande variedade de influências experimentais, a banda se destaca pelo uso inovador do contrabaixo e pelas composições excêntricas. Claypool, o principal compositor, é a alma do grupo, criando linhas de baixo complexas e muitas vezes fora do padrão, o que fez com que Primus se tornasse uma referência no cenário musical alternativo.


Na introdução da música, o baixista utiliza a técnica Two Hands. Com a mão direita, ele executa trítonos (C/Gb e D/Ab), enquanto a mão esquerda toca uma frase utilizando a escala de Ab maior. Este trecho é repetido ao longo da base de voz, com pequenas variações feitas por Claypool para gerar efeitos interessantes.

No refrão da música, o baixista mantém a mesma ideia, ainda utilizando Two Hands, mas com uma leve variação na frase, mantendo os mesmos elementos da introdução. É possível perceber um slide no último tempo do compasso.

No interlúdio, a técnica usada é o Slap. Vale destacar que a frase executada na corda Mi tem a mesma estrutura da frase tocada na mão esquerda nos exemplos anteriores, porém executada meio tom abaixo. A frase é finalizada com um strumming com intervalos de quarta.

A forma da canção é a seguinte:

  • Introdução: até o compasso 10
  • Base de voz: do compasso 11 ao 18
  • Refrão: do compasso 19 ao 27
  • Interlúdio: do compasso 28 ao 36
  • Base do solo (igual à base de voz): do compasso 37 ao 42
  • Refrão: do compasso 43 ao 50
  • Base de voz: do compasso 51 ao 54
  • Interlúdio: do compasso 55 até o final da canção

Embora esta canção tenha apenas três partes, elas são extremamente elaboradas e de difícil execução. O estudante precisará de bastante prática e domínio das técnicas de Slap, Two Hands e Strumming para tocar essa música corretamente.

Estude com calma, utilize o metrônomo e depois trabalhe para capturar o swing característico de Les Claypool.

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segunda-feira, 14 de abril de 2025

Teoria & Análise - Estudos Ritmicos - Parte 10

 Olá, pessoal!

Nesta semana, damos continuidade ao nosso curso de leitura rítmica aqui no site. O estudo do ritmo é um dos aspectos mais essenciais no processo de aprendizado musical.

Nesta coluna, abordamos a leitura das semicolcheias e suas variações. O exercício proposto apresenta uma dificuldade técnica adicional, além de trabalhar a leitura rítmica. Por isso, é fundamental estudar com calma, concentrando-se em obter um som claro e preciso ao tocar no contrabaixo.

Estudos rítmicos


Nesta etapa dos estudos de leitura à primeira vista, iniciamos o trabalho com a subdivisão em semicolcheias, que correspondem a 1/4 de tempo no compasso 4/4. Ou seja, são necessárias quatro semicolcheias para completar um tempo.

Neste estudo específico, trabalhamos com a figura rítmica que combina uma colcheia (1/2 tempo) seguida de duas semicolcheias (1/4 de tempo cada). Se houver dúvidas sobre como identificar essa figura, recomendo ouvir alguma música do Iron Maiden, como a famosa "cavalgada" presente em Powerslave, por exemplo.

Para praticar, utilize a corda Ré solta e inicie o exercício com o metrônomo ajustado a 60 bpm.


Encerramos os estudos por aqui, e na próxima coluna abordaremos as subdivisões de semicolcheia.

Para um aprofundamento nos estudos rítmicos, indicamos os seguintes manuais básicos:

  • POZZOLI, Heitor. Pozzoli: guia teórico-prático para o ensino do ditado musical. São Paulo: Moog Ricordi, 1990.
  • GRAMANI, José Eduardo. Rítmica. São Paulo: Perspectiva, 2019.
  • LACERDA, Oswaldo. Exercícios de teoria elementar da música. São Paulo: Ricordi Brasileira S.A., 2002.

Este artigo integra minha coleção de estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

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Abraços,
Fernando Tavares

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MKK Bass Sessions #102 - Cinco baixistas que você precisa conhecer!

Olá, pessoal!

O meu programa MKK Bass Sessions #102 chega com um especial imperdível: cinco baixistas que você precisa conhecer!


Nesta edição, apresentaremos o talento de Blu DeTiger, Victor Kutlak, MonoNeon, Evan Marien e Hadrien Feraud.


📻 Sintonize na MKK Web Rádio todas os domingos às 20h para acompanhar o programa!


🔍 Quer saber mais sobre meu trabalho e pesquisas?

Acesse www.femtavares.com.br ou envie um e-mail para femtavares@gmail.com.


📲 Tem sugestões de baixistas ou ideias para os próximos programas?

Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp: (11) 9 8291-6790 ou entre em contato pelas redes sociais!


🎧 O programa também está disponível no Spotify e Mixcloud – basta procurar MKK Bass Sessions!


📢 Siga-me nas redes sociais e no YouTube: procure por Fernando Tavares Contrabaixo!

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Baixista do Mês - Glenn Hughes


Olá, pessoal!

Na coluna "Baixista do Mês", apresentamos o sensacional Glenn Hughes.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

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Glenn Hughes

Glenn Hughes, nascido em 21 de agosto de 1951, em Cannock, Staffordshire, Inglaterra, é um renomado cantor, baixista e compositor, amplamente reconhecido como um dos maiores vocalistas de rock de sua geração. Ele é mais conhecido por seu trabalho com a banda Deep Purple, na qual integrou entre 1973 e 1976, contribuindo como baixista e vocalista do grupo. Hughes também fez parte do Trapeze, uma banda de rock britânica que alcançou sucesso nos anos 1970, antes de se juntar ao Deep Purple.

Após sua saída do Deep Purple, Hughes construiu uma carreira solo prolífica e colaborou com diversos artistas e projetos, como o Black Sabbath (no álbum Seventh Star, de 1986), e o supergrupo Black Country Communion, ao lado de Joe Bonamassa, Derek Sherinian e Jason Bonham.

Conhecido como "The Voice of Rock" devido ao alcance e à potência de sua voz, Hughes mescla influências de rock, funk e soul em seu estilo musical. Ele superou batalhas pessoais contra o abuso de substâncias, ressurgindo como um dos artistas mais consistentes e inspiradores do rock.

Nome: Glenn Hughes


Nascimento: 21 de Agosto de 1952 em Cannock, Staffordshire - Inglaterra

Bandas: Solo, Trapeze e Deep Purple

Discografia:
-Solo

Play Me Out (1977)
L.A. Blues Authority Volume II: Glenn Hughes - Blues (1992)
From Now On... (1994)
Burning Japan Live (1994)
Feel (1995)
Addiction (1996)
Greatest Hits: The Voice Of Rock (1996) (compilation)
Talk About It (EP) (1997) (previously-unreleased live and acoustic tracks)
The God Of Voice: Best Of Glenn Hughes (1998) (compilation)
The Way It Is (1999)
From The Archives Volume I - Incense & Peaches (2000)
Return Of Crystal Karma (2000)
A Soulful Christmas (2000)
Days Of Avalon (2001) (first official solo video release)
Building The Machine (2001)
Different Stages...Best Of Glenn Hughes (2002)
Songs In The Key Of Rock (2003)
Soulfully Live In The City Of Angels (DVD and CD) (2004)
Soul Mover (2005)
Freak Flag Flyin' (2005)
Music For The Divine (2006)
Live At The Basement (DVD and CD) (2007)
F.U.N.K. - First Underground Nuclear Kitchen (2008)

-Trapeze
Trapeze (1970)
Medusa (1970)
You Are the Music...We're Just the Band (1972)
Hot Wire (1974)
Live In Texas - Dead Armadillos (1981)
Welcome to the Real World - live 1992 (1993)
High Flyers: The Best of Trapeze - best of 1970-1976 (1996)
On the Highwire - best of 1970-1994 (2003)

-Deep Purple
Burn (1974)
Live in London (1974)
Stormbringer (1974)
Made in Europe (1975)
Come Taste the Band (1975)
Last Concert in Japan (1976)
Singles A's & B's (1993)
On The Wings of a Russian Foxbat: Live In California 1976 (1995)
California Jamming: Live 1974 (1996)
Mk. III: The Final Concerts (1996)
Days May Come and Days May Go, The California Rehearsals, June 1975 (2000)
1420 Beachwood Drive, The California Rehearsals, Part 2 (2000)
This Time Around: Live in Tokyo (2001)
Listen Learn Read On (2002)
Just Might Take Your Life (2003)
Perks And Tit (2004)
Live In Paris 1975 (2004)
Burn 30th Anniversary Edition (2004)
Live In California 74 (DVD) (2005)
Stormbringer (remastered) (2007)

-Black Sabbath
Seventh Star (1986)

-Iommi/Hughes
Dep Sessions (2003)
Fused (2005)

Video Link:
 

Website: www.glennhughes.com

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