Estou aqui para desejar a todos um ótimo final de ano e que 2021 venha nos trazer novas oportunidades de sermos pessoas melhores cada vez mais.
Espero que todos tenham sofrido o mínimo possível neste ano atípico e que tenham refletido sobre o que é realmente importante em vossas vidas.
Dito isto, gostaria de informar que o site dará uma pausa (merecida) para o final de ano e que para 2021 programamos diversas novidades por aqui.
Teremos as nossas tradicionais colunas "sugestão do mês", "baixista do mês", "transcrição gratuita", "transcrição para os alunos" e outras, mas também abriremos mais espaço para os trabalhos relacionados as pesquisas musicais que desenvolvo de uma maneira mais ampla como os partimentos, a significação musical, teoria e análise, história da música e outros.
Fiquem ligados e nos falamos sempre que vocês quiserem, é só entrar em contato pelo e-mail femtavares@gmail.com, pelas redes sociais como facebook, instagram, twitter e outras, além claro, de encontros presenciais (assim que possível).
Abraços e que tenham muito sucesso nos novos projetos!
Estamos de volta com mais uma coluna Artigos e Resenhas aqui no nosso site. Dessa vez o sensacional Luiz Domingues nos fala sobre o EP " Sou Neurozen e Você?" da banda paulistana Neurozen.
A matéria original pode ser encontrada neste link.
Sou músico e escrevo matérias para diversos Blogs. Aqui neste Blog particular, reúno minha produção geral e divulgo minhas atividades musicais. Como músico, iniciei minha carreira em 1976, tendo tocado em diversas bandas. Atualmente, estou atuando com Os Kurandeiros.
Sem mais, vamos ao texto do Luiz:
EP Eu Sou Neurozen e Você? / Neurozen - Por Luiz Domingues
Neurozen é um fitoativo recomendado pela milenar medicina chinesa, para combater diversas anomalias cerebrais. Faz bem para a cabeça, para definir-se de uma maneira bem popular.
Mas o que eu quero dizer ao leitor, é sobre um outro Neurozen, que igualmente faz muito bem para a cabeça e principalmente ao ouvido e posso afirmar, para o corpo inteiro, pois provoca a irresistível vontade para dançar. Falo a respeito da banda paulistana, "Neurozen", que lançou recentemente o seu segundo trabalho fonográfico, o EP: "Eu Sou Neurozen e Você?"
Quarteto liderado por Paulo Pizzulin (trompete e flugelhorn) e André Knobl (saxofones soprano, alto e tenor), e é completada pelo baixista, Xantilee Jesus e o baterista, Vinícius Valentin. Portanto, pela mera observação da formação do grupo, os avaliadores mais ortodoxos seriam levados a crer que o grupo faz um som instrumental hermético, orientado pelo Jazz, com o virtuosismo levado como mote. No entanto, não obstante o fato de que tais elementos citados estejam no bojo do trabalho, a proposta desses artistas é bem mais ampla e generosa, no sentido de que não pretendem fazer música fechada para ser apreciada apenas por outros músicos, mas sim, buscam o alcance popular e tem a vontade em estimular as pessoas a dançar.
É possível fazer uma música instrumental com bastante sofisticação técnica e provocar a vontade de dançar em um ouvinte comum, que não seja necessariamente um músico? Sim, e o Neurozen logra êxito em seus esforços, ao longo dessa obra.
Sob o ponto de vista musical, o Jazz, sob diversas nuances, está obviamente presente e não seria para menos, ao considerar-se que tal grupo apresenta em sua formação básica, dois sopristas como os solistas do grupo. Mas há igualmente uma dose maciça de ritmos brasileiros variados onde a cozinha da banda pode brilhar bastante e o acréscimo de um músico convidado, foi providencial, visto que o percussionista, Renato Campos, supriu de uma forma magnífica todas as incursões pelos diferentes ritmos propostos, aliás não apenas os brasileiros (samba, xote, baião, maracatu e afins), mas também nas latinidades hispânicas propostas, com muito molho caribenho e igualmente nos ritmos africanos, a mostrar técnica e muita versatilidade.
E pode-se acrescentar a influência da Soul Music/Funk norte-americana e certas pitadas de Blues, muito bonitas no trabalho. Há espaço até para o experimentalismo, mas sob uma medida bem ajustada, o suficiente para conferir um ar de sofisticação na música dos rapazes, mas sem esmorecer o ânimo do ouvinte não aficionado da sofisticação, ao ponto de fazê-lo perder o ritmo de sua dança.
Sobre a capa, eu gostei muito do trabalho desenvolvido pela artista plástica, Isa Pizzu, que é filha do trompetista. Paulo Pizzulin. Trata-se de uma ilustração super psicodélica, a usar multicores e formas a insinuar pétalas de rosas, balões e até um pirulito, e que assim, mostra-se muito expressiva.
Nas demais faces da capa, existe uma boa ficha técnica e fotos da banda em uma ambiente náutico, com bastante natureza como cenário em locação.
Gravação feita no estúdio Orra Meu, de São Paulo, que a priori é um estúdio acostumado a gravar bandas de Rock, eis que neste caso, o seu áudio foi muito feliz em observar uma pressão sonora mais comedida do que a rapaziada desse estúdio está a acostumada a gravar e mixar. A camada de graves, provavelmente advinda do processo de masterização, tratou por aveludar o som da banda, o que agradou-me bastante. Isso ficou nítido em momentos com forte observação de dinâmica, onde o som mais comedido ficou muito agradável para a audição.
Sobre as faixas, são seis temas, alguns com duração até longa, algo surpreendente nos dias atuais onde o ouvinte comum costuma ouvir música por segundos na internet, mas a intenção aqui não é ser Pop para agradar os marketeiros da difusão mainstream, mas sim, atingir as pessoas e provocar-lhes a vontade em interagir com os respectivos movimentos de seus corpos.
"Miss Lounge" abre o disco. A latinidade está no ar e a percussão joga o molho, sem parcimônia. O trabalho dos sopros é magnífico e a cozinha segura tudo com muita firmeza. Há uma insinuação em prol da Disco Music setentista, ao final e a incidência de palmas humanas para marcar o ritmo, faz lembrar vagamente o som da KC and the Sunshine Band.
"Saudade do que Virá", entra com uma forte dose de brasilidade. Lembrou-me bastante o trabalho de Nivaldo Ornelas. Essa canção é permeada pelo bom gosto no uso de melodias finas, propostas por Paulo Pizzulin e André Knobl, com Vinícius Valentin e Xantilee Jesus a incrementar swing, e mais uma vez enriquecida pela percussão certeira de Renato Campos.
"Suburbana" é a terceira faixa e apresenta mais um tema versado por um ritmo bem brasileiro. Assim como no tema anterior, o nordeste se faz presente na intenção entre o baião e o xote.
Os solos são de arrepiar, o que comprova a tese que eu expus no início da resenha, a dar conta de que é possível, sim, haver sofisticação musical no cancioneiro popular. Tema longo, possibilitou a existência de diversas nuances rítmicas e o estabelecimento de uma brutal diferenciação da dinâmica em seu decorrer. O samba apareceu em um dado momento a dar margem para um criativo duo com cuícas. Um pequeno interlúdio a dar margem ao experimentalismo, ficou na medida certa e bonito ao meu ver.
"Relativa", é a quarta faixa e mostra um andamento lento. Talvez seja a faixa mais jazzistica do álbum, com uma beleza muito grande. O baixo do grande, Xantilee Jesus, trabalha com frases em efeito "looping", com o som a apresentar a incidência de efeito do trêmulo. Há uma parte mais acelerada, a conter mais senso de brasilidade, também.
"13º", é bem ritmada. Um verdadeiro convite à dança, quando apresenta partes funkeadas, em sintonia com brasileirismos e fecha o disco de uma forma forte, a suscitar a vontade do ouvinte em querer mais.
Gravado e mixado no Estúdio Orra Meu, de São Paulo-SP
Técnico de gravação: Gustavo Barcelos
Mixagem: Gustavo Barcelos e André Miskalo
Masterização: Breno
Capa (Arte e Lay-Out): Isa Pizzu
Fotos: Denis Argyriu
Assistência: Rogério Lacanha
Produção geral: Neurozen
Lançamento em 2018
Neurozen:
Paulo Pizzulin: Trompete e Flugelhorn
André Knobl: Saxofone (soprano; alto e tenor)
Vinícius Valentin: Bateria
Xantilee Jesus: Baixo
Músico convidado:
Renato Campos: Percussão
Sobre o álbum, é possível escutá-lo na íntegra em plataformas digitais, tais como o Deezer e o Spotify, além da Google Play Music.
Veja um vídeo promocional com a música: "Saudade do que Virá"
Nesta semana temos a transcrição da linha de contrabaixo da música "Long Distance Runaround" da banda Yes que conta com o baixista Chris Squire, disponível gratuitamente no meu site.
Yes - Long Distance Runaround
Link para Transcrição Completa - Clique aqui
Esta transcrição faz parte de um acervo com mais de 1000 tablaturas/partituras que são usadas como material de apoio nas aulas do meu curso de contrabaixo presencial e on-line.
Para maiores informações sobre o curso entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com
Nesta última coluna temos a técnica de Double Thumb, que foi difundida pelo baixista Victor Wooten, esta técnica consiste em tocar um thumb no sentido descendente e em seguida, aproveitando o movimento, puxar a corda com o Thumb para cima, este movimento também é conhecido como Reverse Thumb. Eles estão indicados com o sinal de Td - Thumb Down (Thumb para Baixo) e Tu - Thumb Up (Thumb para cima).
Exercício 1
No primeiro exercício toque a nota Ré com o Thumb e faça o Reverse sobre a mesma nota.
Exercício 2
Neste exercício toque a nota Ré com o Thumb e faça o Reverse sobre a mesma nota e a seguir o Pop completando o grupo de três tercinas de colcheia.
Exercício 3
Neste exercício toque a nota Ré com o Thumb e faça o Reverse Thumb e o Pop sobre a mesma nota completando o grupo de três tercinas de
colcheia.
Estude todos os padrões propostos para desenvolver a técnica e a seguir busque o desafio de aplicá-los em alguma música.
Todas as colunas contém informações técnicas sobre Slap, mas todo o estudo não valerá a pena se você não conseguir transformar isto em música, busquei montar as colunas de maneira que você se sinta bem confortável na hora de criar suas frases ou levadas.