sexta-feira, 19 de abril de 2019

Artigos & Resenhas - Eu, o Estranho / Pepe Bueno - Por Luiz Domingues


Olá pessoal!

Estamos de volta com mais uma coluna Artigos e Resenhas aqui no nosso site. Dessa vez o sensacional Luiz Domingues nos fala sobre o álbum do baixista Pepe Bueno "Eu, o estranho". Vale a pena conhecer o trabalho deste inquieto músico apresentado pelo Luiz.

A matéria original pode ser encontrada neste link.

https://luiz-domingues.blogspot.com/2016/05/eu-o-estranho-pepe-bueno-por-luiz.html

Lembrando que o nosso amigo possui três blogs diferentes que estão nos links abaixo.

http://luiz-domingues.blogspot.com.br/
http://blogdoluizdomingues2.blogspot.com.br/
http://luizdomingues3.blogspot.com.br/

Um breve release do Luiz feito pelo próprio:

Sou músico e escrevo matérias para diversos Blogs. Aqui neste Blog particular, reúno minha produção geral e divulgo minhas atividades musicais. Como músico, iniciei minha carreira em 1976, tendo tocado em diversas bandas. Atualmente, estou atuando com Os Kurandeiros.

Sem mais, vamos ao texto do Luiz

Eu, o Estranho / Pepe Bueno - Por Luiz Domingues



Pepe Bueno, é baixista de uma banda de Rock chamada, Tomada, que já conta com uma carreira longeva na cena Rocker paulistana. Super ativo como músico; produtor musical e envolvido também com audiovisuais, é irrequieto por natureza e não obstante o fato de batalhar arduamente por sua banda, encontra fôlego para trabalhos musicais paralelos em regime solo. 

Em 2008, lançou seu primeiro álbum solo, “Nariz de Porco não é Tomada”, numa clara alusão em tom de brincadeira com o nome de sua própria banda. E nesse trabalho, já surpreendeu positivamente ao fugir do clichê de que disco solo de baixista tem que ser inteiramente instrumental e calcado em Jazz-Fusion, recheado de solos de baixo. Pelo contrário, tratou-se de um disco repleto de canções com teor Rock e apelo pop convidativo. 

Agora (2016), lança um novo trabalho solo e surpreende mais uma vez, ao trazer elementos os mais diversos, ainda que a formatação seja a de um conjunto de canções curtas, algumas com potencial radiofônico, até. 

Não obstante o que citei acima sobre o caráter pop de algumas canções, seu novo álbum investe bastante em psicodelia; experimentalismos e loucuras em geral, lembrando os primeiros álbuns dos Mutantes em muitos aspectos.

Com muita qualidade nas composições e arranjos, o álbum prima também pelo alto padrão instrumental, pois Bueno cercou-se de ótimos músicos a acompanhá-lo como banda base, além de alguns convidados pontuais e sensacionais. Contando com Alberto Sabella (teclados, guitarras) e Junior Muelas (bateria e percussão), componentes da excelente banda “A Estação da Luz”, como seu núcleo base, Bueno também contou com quatro guitarristas da pesada (Denny Caldeira; Xande Saraiva-Baranga-; Edu Gomes e Pi Malandrino); as cantoras Renata Ortunho (também componente da Estação da Luz), e Débora Camiotto; além do vocalista Fernando Fish (ex-componente da Estação da Luz).

Com um time desses, tendo boas composições nas mãos e arranjos criativos na cabeça, não tinha como dar errado, e de fato, não deu outra mesmo, tratando-se de um excelente álbum.



A primeira faixa se chama “Se Abra” e cabe uma explicação em relação ao seu título, visto ter uma segunda intenção em tom de homenagem prestada. Além da ideia de “se abrir ao som” como sugere inicialmente o título, foi também a maneira pela qual Pepe Bueno homenageou o saudoso baixista, Renê Seabra (Se Abra...), que era muito amigo dele e de quase todo mundo no meio Rocker de São Paulo, incluso este que vos escreve. Tema instrumental, passeia pelo Jazz-Rock setentista com intenções funkeadas, mostrando muita versatilidade musical. Apresentando uma introdução que lembra bastante o trabalho de Frank Zappa, tem uma linha de baixo intrincada, com intervenções muito ricas da guitarra e sobretudo pelos teclados pilotados por Alberto Sabella, que usou seu arsenal setentista sensacional, de forma soberba. Tem clavinete swingado; um piano muito Chick Corea; órgão Hammond esquizofrênico a La Ken Hensley, e um solo de baixo muito louco para derreter os miolos do ouvinte. Aliás, para introduzir a entrada do referido solo, uma frase emblemática (e engraçada), que era um bordão criado e usado pelo grande Renê, é pronunciada : -“Hey, Bro, liga o phodalizer”, uma pilhéria que sempre arrancou risadas de quem o ouvia falar isso. É de fato, a única intervenção vocal da faixa, que é instrumental. Junior Muelas, que é um dos meus bateristas prediletos na cena Rocker brasuca moderna, é tão seguro e preciso, quanto esperamos dele, e ainda colocou uma intervenção de percussão com cowbell e reco-reco, estratégica, trazendo um molho todo especial em alguns trechos.  

E lá vamos nós de encontro à segunda faixa, chamada “Rotina”, com uma deliciosa pegada, ao melhor estilo das influências sessentistas que buscavam inspiração nos anos trinta do século passado. É folk; bucólico; silvestre,  lembra Donovan, Beatles, e tem seu sabor de Rock Rural, como se estivéssemos no interior de Minas ouvindo um disco do Sá; Rodrix & Guarabyra, numa casa no campo. Gosto muito da docilidade do Mellotron a la Beatles, desenhando junto com a voz principal e os backing vocais. É bem divertida também a intervenção do baixo de Bueno, usando um recurso bem exagerado (Synth Bass, na verdade), numa condução típica de música Folk, realçando-a. Muito bacana o órgão Hammond "limpo", sem caixa Leslie, ao estilo “igreja”, que aparece vez por outra. Tem muitos detalhes de cordas, incluso um lap steel (executado pelo próprio Bueno, que aliás, pilotou vários violões e guitarras no disco todo), bem caipira e bem legal, é claro... Letra muito hippie, gosto dessa suposta ingenuidade perdida, mas que suplanta em muito a insistência de letristas pessimistas ao pintar o mundo de cinza.

“Deixe o sol entrar na sala, abra a porta ou deixe um vão; 
raio de luz mostra a vida, mais simples que a escuridão”...

Fecho com o “mahatma” Harrison nessa questão de deixar o sol entrar, sempre...portanto, vai é que sua Pepe Bueno !

“Vale Dizer” é outra canção “beatle” (mas tem um quê de Small Faces nas entrelinhas, também), de pegada mezzo folk, mas a despeito de numa primeira impressão que tive, a opção por ter ficado logo a seguir da anterior ter sido errada, pela quase similaridade estilística, ao ouvi-la com atenção, minha impressão dissipou-se por completo. Muitos elementos da teia beatle de sonhos lúdicos estão ali representadas. Solo de cravo trazendo o elemento erudito via George Martin; Melloton doce a la "Strawberry Fields"; trechos em staccato; órgão Hammond; baixo de timbre grave e aveludado marcando tônica e quinta, ou quarta abaixo; e guitarras pesadas a realçar partes mais dramáticas. Lembrou-me também muitas canções da carreira solo do Ringo Starr, sempre alimentada pela cordialidade e genialidade de seus amigos...

A quarta faixa se chama “Bem à Vista”. Apostando no ritmo 6/8, tem uma condução de baixo e bateria muito envolvente. Os teclados brilham muito; o órgão Hammond lembra muito bandas de Hard Rock setentistas como o Uriah Heep; Jane; Lucifer’s Friend e outras, com peso e saturação. Gosto da parte B, muito dramática, num crescente harmônico. É melancólica a melodia, principalmente pelo fato de ser realçada pela letra poética (“A escuridão vai chegar/E eu não vou me preocupar/Em acender a luz e sim em esperar/O dia amanhã ser e o sol/Chega cedo e brilha forte/Pedindo o seu espaço”). Lembrou-me pela intensidade, a cadência de “1921”, do disco Tommy, do The Who. Os backing vocals são sensacionais, com um desenho de notas esticadas em mínimas e semínimas, lembrando muito o trabalho vocal dos irmãos Nardo, nos bons tempos de Rita Lee & Tutti Frutti. 

“Última Prova” tem um baixo com timbre sensacional, e riff ganchudo que lembra bastante os trabalhos solos de George Harrison. Muelas e Sabella brilham muito. Gostei bastante da base de guitarra, também, com uma densidade rara, mas sem cair na tentação dos timbres modernosos e crunchados de bandas de orientação pesada, pelo contrário, bem vintage (e por isso agradou-me, é claro, ha ha ha...).

“Tudo o que queria” é a sexta faixa do disco e investe no country Rock. O timbre do órgão Hammond e do piano são puro The Band. É como se Richard Manuel e Garth Hudson tivessem-na gravada, mas certamente que jogaram suas bênçãos sobre Alberto Sabella. Tem ótimo refrão e apoio da guitarra nessa canção.

“Pote de Mal” é um tremendo Blues-Rock em 6/8, com influências as mais nobres, passeando entre o Humble Pie; Mountain, Ten Years After; Robin Trower; Rory Gallagher  etc etc. Muito bacana o vibrato da guitarra em alguns trechos. Curti toda a loucura experimental a La Whole Lotta Love, do Led Zeppelin, no meio da canção, e o solo de guitarra é de arrepiar.

Por fim, a última faixa é emblemática ao bojo da obra toda. Justificando a temática que evoca a estranheza psicodélica, na canção “O Estranho”, Pepe Bueno chuta o pau da barraca e aposta as suas fichas na rodada final do seu carteado, com muito experimentalismo; estranheza & psicodelia. Lembra muito o trabalho de bandas como o Gong; Can; Mutantes nos seus primeiros tempos; trabalhos  solo de Syd Barrett, e com a intervenção vocal de Débora Camiotto numa locução anárquica, traz a lembrança do trabalho de Arrigo Barnabé. Completamente louca, é uma faixa instigante que fecha bem o álbum e justifica seu título, como uma ode à loucura. 

O disco foi gravado em dois estúdios. Parte no Área 13, de São José do Rio Preto / SP, estúdio de Alberto Sabella que pilotou a gravação, e parte no Cakewalking, de São Paulo, do não menos ótimo, Edu Gomes, que também fez a pilotagem dos botões. 

O áudio ficou muito bom, moderno com "level" alto, embora em alguns momentos eu tenha achado que a voz solo de Pepe Bueno tenha ficado numa briga com o instrumental. Vejam, sou um Rocker inveterado e detesto o conceito pop  / comercial de se colocar a voz solo muito acima do instrumental, e pelo contrário, cresci ouvindo discos de bandas de Rock clássicas com conceito oposto, de vozes quase no mesmo patamar dos instrumentos. Mas senti em alguns trechos uma certa dificuldade na inteligibilidade das letras. Claro, pode ter sido proposital para realçar a estranheza proposta na obra, conceitualmente portanto.  

Sobre a capa, cabe um parênteses. Assinada por Fábio Mata (que também assinou a capa do CD debut da Estação da Luz), é um dos melhores trabalhos dos últimos tempos, numa colagem muito criativa. Fazendo jus ao mote geral da obra, trabalha a ideia da estranheza expressa através de conceito surrealista, apresentando uma ilustração emoldurada como um quadro de exposição, mostrando a perturbadora figura de dois homens numa mesa de restaurante, mas sob a égide do surreal.  

Ambos trajados à moda dos anos quarenta, causa estranheza o rosto de um deles fatiado em camadas como a insinuar a metáfora das subpersonalidades descoladas, e o outro, com cabeça de elefante (insinuando o panteão hinduísta talvez, seria Ganesh ?), deixando derramar um copo de leite, que se espalha pela tela. Fora os detalhes (cogumelos no drink; a capa do primeiro álbum do Pepe Bueno sobre a mesa etc). Conclusão : é estranhamente belo...

A mixagem do disco foi feita por Alberto Sabella e o próprio Pepe Bueno, com masterização a cargo de Daniel “Lanchinho”, em São Paulo. Foto por Victor Daguano.

Assinam a produção geral, junto a Pepe Bueno, Alberto Sabella e Junior Muelas.

O disco não foi lançado em versão física, no CD tradicional e Bueno justifica que tal iniciativa nos dias atuais com o CD em decadência, não faz sentindo mais. Penso igual, registre-se. Não descarta no entanto, que no futuro haja um lançamento na versão em vinil, o velho LP. Como o mercado é volátil (e estratégico enquanto capitalista), quem nos garante que o CD não tenha um revival mais para frente, também ? Registre-se, também.

Por enquanto, o negócio é ouvir a versão que o disco tem em plataformas como o Spotify e Deezer, por exemplo.

Bueno já produziu e lançou um vídeo-clip, louquíssimo por sinal, da música “O Estranho”, disponível no You Tube e Vevo.  Promete lançar um para cada canção, nos próximos meses.
Eis o clip de "O Estranho" :



Veja também o clip do Making off da gravação do álbum "Eu, o Estranho" :





Para conhecer melhor esse trabalho, procure informações na página de Marcelo “Pepe” Bueno no Facebook :
https://www.facebook.com/PepeBuenoRock 

O disco na íntegra, no Spotify : 



Contato direto com Pepe Bueno :

peperockista@gmail.com 

Eis aí mais um trabalho que eu recomendo, certamente !

Abraços e boa leitura!

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Baixista do Mês - Stanley Clarke - Parte 2


Olá pessoal!
Estamos de volta com a segunda parte da coluna sobre o genial Stanley Clarke.

https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiC6Py3tqDhAhVcEbkGHX4rDe0QjRx6BAgBEAU&url=https%3A%2F%2Ftribeza.com%2Fmusic-pick-stanley-clarke-band%2F&psig=AOvVaw0LzR3ZG8O9Xg1JfRPxuXLc&ust=1553710942330887

Nesta coluna temos a segunda parte de uma matéria produzida para a antiga revista Bass Player Brasil, na qual foram estudados 10 exemplos das linhas de baixo do grande mestre.
Estas matérias estão disponíveis como material de apoio para os meus alunos de contrabaixo, presencial e/ou on-line.

Life Is Just A Game


O exemplo corresponde à base de voz da música, Stanley explora muito bem a dinâmica das notas para construir frases que preencham os vazios deixados pela melodia da voz, atente para os sinais de dinâmica que estão presentes na pauta. Foram usadas as notas dos respectivos acordes para a construção das frases, no compasso 7 o baixista utiliza um harmônico bem característico de suas “bass lines” e alguns Pops (puxada com um dos dedos da mão direita, que faz parte a técnica de Slap).


Life Is Just A Game


Neste trecho foi utilizada a escala de Lá Mixolídio para a construção melódica das frases. Basicamente a frase é construída com dois compassos diferentes, sendo que nos compassos ímpares o baixista toca a fundamental (Lá), a sexta (Fá sustenido) e a quinta (Mi), com uma apogiatura da nota Mi para o Fá sustenido, as variações dão feitas nos dois primeiros tempos. Nos compassos pares o baixista cria uma linha utilizando a escala Mixolídio nos dois primeiros tempos e dois harmônicos nas duas primeiras semicolcheias do terceiro tempo.


Silly Putty


Esta é uma linha de Slap muito conhecida do baixista, nela, ele explora a escala de Mi menor Dórico e variações utilizando notas abafadas tanto no thumb quanto no pop. Ritmicamente o trecho explora as variações da subdivisão em semicolcheia. O trecho é constituído basicamente de uma frase e variações sobre esta ideia principal.


Spain


Esta música é tocada com o Contrabaixo Acústico, e o exemplo corresponde a primeira parte do tema. As frases são construídas com as notas dos respectivos acordes e preste atenção para as notas que recebem o sinal de acentuação, elas precisam ser tocadas de maneira precisa. Nos outros acordes o baixista acentua o primeiro e o terceiro tempo, fazendo com que o trecho lembre uma linha de samba em 2/2.


Spain


Esta é a parte do dueto que o Contrabaixo faz em uníssono com outros instrumentos, o trecho exige uma maior atenção com relação a parte rítmica, subdividida em semicolcheia. Melodicamente a frase é construída com a escala de Si menor, com algumas passagens utilizando a escala menor harmônica dando uma sonoridade que lembra a música espanhola.


Esta foi a segunda parte da coluna sobre o estilo de Stanley Clarke. Estudem e escutem as músicas deste grande músico, que foi uma das maiores inspirações para diversos contrabaixistas ao redor do mundo.
Um abraço e até a próxima coluna!

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Projeto TMF - Aula 04 - Harmonia

Olá pessoal!


Já viram a série de vídeos que estou fazendo com o meu amigo Mauricio Fernandes?
Nela falamos sobre diversos temas sobre música e estudos em geral.
Este é o quarto vídeo da série, no qual falamos sobre harmonia.


Curtam nossas redes e acompanhem o nosso trabalho, sempre estaremos postando novidades.

Informações:

Vídeo sobre harmonia com os músicos Mauricio Fernandes (guitarra) e Fernando Tavares (contrabaixo).
Filmado e editado por Renata Pereira.
O projeto TMF Trio engloba aulas, composições próprias, workshops e muito mais, sempre com muita música.

Fique de olho em nossas redes sociais @oficialtmf

Muita música para todos vocês!

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Transcrição para alunos - Allan Holdsworth - Letters of Marque


Olá Pessoal!

Nesta semana temos a transcrição e explicação da linha de baixo da música "Letters of Marque" do guitarrista Allan Holdsworth disponível para os alunos do meu curso de contrabaixo presencial e online.

Para maiores informações sobre o curso entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

Abraços e até a próxima matéria!

terça-feira, 9 de abril de 2019

Aulas de Contrabaixo e Harmonia com Fernando Tavares


- Professor de Contrabaixo e Harmonia

- Contrabaixista das bandas: Apostrophe', Lee Recorda, Medusa Trio e Mauricio Fernandes. - Formado em Licenciatura em Música

- Mestrando em Musicologia - ECA-USP

- Pós Graduação em Docência no Ensino a Distância

- Trabalha no LEDEP e- no LAMUS - USP Leste

- Professor do IB&T - EM&T

Aulas em Pinheiros (Próximo ao Metrô Clínicas),Online (Via Skype) e no EM&T Jabaquara (Próximo ao Metrô Conceição)!
Materiais de estudo para vários estilos e sobre diversos tópicos. Aulas personalizadas e focadas na necessidade e no estilo de cada aluno.

Maiores informações na página: http://femtavares.blogspot.com.br/p/aulas.html
Contato pelo e-mail femtavares@gmail.com

Fernando Tavares usa Cordas Giannini, Cabos Datalink e Monitores e Fones Edifier!

Veja um pouco das aulas nesta playlist do youtube:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLC03A13E41EDB2266

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Transcrição do Mês - Jamiroquai - Canned Heat


Olá Pessoal!

Nesta semana temos a transcrição da música "Canned Heat" da banda Jamiroquai disponível gratuitamente no meu site.

Jamiroquai - Canned Heat



Esta transcrição faz parte de um acervo com mais de 1000 tablaturas/partituras que são usadas como material de apoio nas aulas do meu curso de contrabaixo presencial e on-line.

Para maiores informações sobre o curso entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

Bons estudos e até a próxima coluna!

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Baixista do Mês - Stanley Clarke - Parte 1


Nascido em 30 de Junho de 1951 na Filadélfia, Stanley Clarke é reconhecido como um dos principais contrabaixistas da música popular.
Dono de uma versatilidade admirável, Stanley passeou por diversos estilos em sua carreira, sempre ao lado de grandes músicos como Chick Corea e o Return to Forever, George Duke, Stewart Copeland, entre outros. Admirado por contrabaixistas como Marcus Miller e Victor Wooten, formou com estes um super trio de contrabaixistas em 2008, conhecido como SMV. Lançou diversos álbuns com destaque para os três primeiros de sua carreira,  Stanley Clarke (1974), Journey to Love (1975), e School Days (1976).
Nesta coluna temos a primeira parte de uma matéria produzida para a antiga revista Bass Player Brasil, na qual foram estudados 10 exemplos das linhas de baixo do grande mestre.
Estas matérias estão disponíveis como material de apoio para os meus alunos de contrabaixo, presencial e/ou on-line.

Hot Fun


Este trecho corresponde à parte principal da música, nele o baixista utiliza a escala Pentatônica de Mi Menor para construir as frases no primeiro compasso e uma sequencia de notas abafadas sobre as cordas e . No segundo compasso, Stanley explora a técnica de Slap sobre as notas da escala de Mi menor Dórico, o trecho é repetido sempre com pequenas variações.



Quiet Afternoon


Este é o tema principal da música, feito com o Baixo Piccolo, que possui a afinação uma oitava acima da afinação padrão do contrabaixo de quatro cordas. No tema, o baixista utiliza bends de meio tom (consiste em tocar uma nota e subir a corda até atingir a outra nota indicada). A escala utilizada é a escala Pentatônica de Si bemol para as frases nos compassos ímpares do trecho e a escala de Mi bemol Dórico para as frases sobre os compassos pares do exemplo.



School Days


Esta é uma das linhas de contrabaixo mais conhecidas de Stanley, nela o baixista explora os chamados "bicordes", característicos da guitarra. O trecho foi construído sobre a escala de Lá Mixolídio (V grau do campo harmônico de Ré Maior) com uma passagem pelo acorde de C5 (bVII), que não faz parte deste campo harmônico, mas é um grau muito utilizado quando estamos na tonalidade maior.



School Days


Aqui está transcrito um pequeno trecho do solo de contrabaixo existente na música. O solo tem como referencia os acordes de Em, F#m, G e A, dando uma sonoridade de Mi Dórico (II grau de Ré maior), sendo explorada basicamente a Pentatônica de Si Menor para a construção das frases. Algumas características devem ser enfatizadas neste trecho, a virtuosidade e a pegada de Stanley na construção das frases e as variações rítmicas sobre um mesmo motivo melódico.



East River Drive


Esta parte corresponde ao baixo Tenor, que possui a afinação quarta acima do contrabaixo de quatro cordas, este trecho pode ser tocado nas quatro primeiras cordas de um contrabaixo de seis cordas. Para a construção melódica das frases o baixista utilizou a escala de Mi menor natural, sendo que nesta parte Stanley explora muito o vibrato sobre as notas mais longas e também algumas apogiaturas, que dão um brilho muito maior para uma melodia um pouco mais simples.



Esta foi a primeira parte da coluna sobre o estilo de Stanley Clarke. Estudem e escutem as músicas deste grande músico que foi uma das maiores inspirações para diversos contrabaixistas ao redor do mundo.
Um abraço e até a próxima coluna!