quinta-feira, 22 de junho de 2023

Transcrição do Mês - Dave Matthews Band - Rapunzel


Olá pessoal!

Nesta semana temos a transcrição com texto da música "Rapunzel" da banda Dave Matthews Band que saiu no álbum Before These Crowded Streets de 1998 e conta com o baixista Stefan Lessard.

Durante anos eu escrevi para publicações relacionadas ao contrabaixo. E atualmente trabalho como pesquisador e professor e divulgo as minhas pesquisas nesta área.

Essa música faz parte da minha coleção de transcrições e análises de baixistas de diversos estilos. Ela foi publicada na edição #83, da revista Coverbaixo em Agosto de 2009.


Dave Matthews Band - Rapunzel

Álbum: Before These Crowded Streets (1998)

Baixista: Stefan Lessard

Transcrição: Fernando Tavares


Esta música lançada em 1998 faz parte de um dos trabalhos mais importantes e complexos da Dave Matthews Band. A música muda constantemente de fórmula de compasso, sendo que a primeira parte é feita em 5/4 na tonalidade de Ré menor. O baixista utiliza as fundamentais de cada acorde no começo do trecho e depois constrói uma frase usando os intervalos de quintas e oitavas de A e G respectivamente. Este padrão é repetido por todo o trecho com uma pequena variação de oitavas e com o último compasso em 6/4. Esta base ocorre entre os compostos 1 e 9, depois entre o 28 e 31, 50 e 53 e por fim 87 e 90.

Na sequencia temos a base de voz que é construída com as fundamentais de cada acorde e possuí uma frase bem legal com o padrão modelado na escala de C mixolídio. Nos últimos compassos do trecho o baixista muda um pouco a frase e finaliza com um compasso de 7/8. Esta parte ocorre entre os compassos 10 e 18, 19 e 27, 54 e 62 e por fim do 91 ao 99.

No Compasso 32 temos a ponte da música. Aqui a fórmula de compasso muda para 6/8, que é um compasso composto. O baixista trabalha primeiramente com a fundamental e a oitava de Dm, depois vai para Bb utilizando a sua sétima maior e a nona e por último as frases são construídas sobre o acorde de Csus2. O baixista constrói variações para este trecho utilizando frases dentro da tonalidade Ré menor. Outro ponto importante que se encontra neste trecho, são as articulações utilizadas por Lessard para criar as frases e dar efeitos diferentes para cada repetição. Aconselho que você estude todas as frases e as suas articulações, assim você construirá um repertório de frases bem legal. Este trecho ocorre entre os compassos 32 e 49 e depois retorna entre os compassos 63 e 86.

No Compasso 100 temos a parte final da música, que é feita com a mesma sequencia de acordes da base de voz, porém o baixista trabalha com uma maior quantidade de notas e constrói uma frase um pouco mais complexa. Ele utiliza várias aproximações cromáticas e também as notas correspondentes a cada arpejo, além disso, perceba que o baixista executa quase todas as notas em semicolcheia, com pequenas variações com a colcheia. Mais uma vez é recomendado o estudo das frases, pois ele é muito interessante no que diz respeito à parte técnica. No compasso 132 temos novamente o compasso em 7/8.

Estude todos os trechos com calma, pois esta música exige um pouco mais de dedicação em relação a parte técnica. Tente tirar também todas as articulações propostas na transcrição e perceba também como as frases são executadas pelo baixista.

Esta música é um ótimo estudo para quem quer tocar uma linha de baixo bem construída e cheia de variações.


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Esse conteúdo faz parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

Bons estudos e até a próxima coluna!

Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).
É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.
"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Baixista do Mês - O Estilo de Billy Sheehan - Parte 2

  


Olá pessoal!


Nesta semana apresentamos a segunda parte de uma matéria feita para a edição número #5 da Revista Bass Player Brasil sobre o sensacional baixista Billy Sheehan que tocou com diversas bandas, sendo que ficou famoso por ter trabalhado com Steve Vai e David Lee Roth e nas bandas Talas e Mr. Big. Atualmente toca, entre outros trabalhos, com o The Winery Dogs, que é um power trio de rock formado por Sheehan, Mike Portnoy (Bateria) e Richie Kotzen (Guitarra e Voz).



Essa matéria faz parte de uma coleção de mais de 240 publicações feitas para revistas de contrabaixo e que eu tenho divulgado aqui no site.


Para ver as outras matérias que publiquei, vocês podem acessar o link

http://www.femtavares.com.br/p/midiaimpressa-fernandotavares-sempre.html

Para quem quiser conferir a primeira parte, pode encontrá-la no link

http://www.femtavares.com.br/2023/05/baixista-do-mes-o-estilo-de-billy.html


Estas aulas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com


O estilo de Billy Sheehan – Parte 2


Nascido William "Billy" Sheehan em 19 de março de 1953 é considerado um dos mais baixistas mais importantes do Hard Rock nos anos 1980. Ele tocou com Steve Vai e David Lee Roth e nas bandas Talas e Mr. Big.

Ele tem diversas peculiaridades técnicas como a utilização de três dedos na técnica de pizzicato, os tappings no estilo do guitarrista Van Halen, enre outras.

Nesta matéria escrita originalmente para a revista Bass Player Brasil, o estilo de Sheehan é mostrado em 14 trechos de canções de diversos álbuns do Mr. Big e de outros trabalhos. Neles buscamos mostrar todas as variações técnicas e melódicas utilizadas pelo músico. A matéria está dividida em três partes para facilitar o estudo daqueles que acompanham as colunas no site.


Exemplos


Green-Tinted Sixties Mind do álbum Lean Into It – Mr. Big


Na base de voz, Billy Sheehan utiliza os intervalos de Fundamental e Terça do acorde de Mi tocados simultaneamente, assim como os intervalos de Fundamental e Quarta para o acorde de Esus4 no primeiro compasso. Já no segundo compasso são tocados os intervalos de Quarta e Sétima sobre o acorde de E7sus4 e depois de Fundamental e Quinta para o acorde de E5, esta sequencia é repetida nos compassos posteriores variando apenas a oitava em que são executadas as notas do quarto compasso do trecho. A partir do oitavo compasso se inicia uma base mais simples utilizando apenas a levada em colcheia com as notas do baixo do acorde.



Seven Impossible Days 1 do álbum Japandemonium – Mr. Big


Esta música tem a fórmula de compasso em 6/8 como a primeira característica destacada. Na construção das suas frases, basicamente são trabalhadas as Fundamentais e Oitavas e a mesma ideia é utilizada quando ocorre alguma inversão no acorde, veja os exemplos nos tempos 4, 5 e 6 do primeiro compasso. No quarto compasso o baixista faz uma frase utilizando as notas da Tríade de Mi Maior com a adição da Quarta do acorde. Em seguida, no quinto compasso (acorde de G) e no sexto compasso (acorde de A7) ele utiliza a escala da tonalidade (Ré Maior) para construir a frase. Para encerrar o trecho é utilizada a Pentatônica de Ré Maior.



Seven Impossible Days 2 do álbum Japandemonium – Mr. Big


Este exemplo corresponde ao solo de baixo executado na música. Nele o baixista trabalha essencialmente com a escala do tom (Ré Maior), com exceção do quarto compasso em que é utilizado um acorde que não faz parte da tonalidade, o acorde de E que funciona como um V/V, e nele Sheehan explora a Tríade deste acorde. As articulações são a parte mais interessante deste trecho, pois são utilizados ligados e slides para executar suas frases e dar um brilho maior ao solo. Nos dois últimos compassos do trecho o baixista utiliza a Pentatônica de Ré Maior para construir a frase que finaliza o solo.



Shy Boy 1 do álbum Eat 'Em & Smile - David Lee Roth


Este exemplo corresponde ao refrão da música e nele o baixista utiliza a Fundamental de cada acorde nos dois primeiros compassos do trecho. No terceiro compasso o baixista mantém um baixo pedal em Dó enquanto a guitarra repete os acordes do primeiro trecho. Na sequência, no quarto compasso, o baixista faz uma frase com a Pentatônica de Fá Maior, para em seguida, no quinto compasso utilizar uma repetição do primeiro compasso. No sexto compasso a frase é feita com a Pentatônica de Ré Menor, e posteriormente, no sétimo compasso o baixista utiliza bicordes (acordes de T e 5). Por fim, no oitavo compasso a frase é feita utilizando a Escala Blues de Ré Menor. Os outros compassos do trecho utilizam as mesmas ideias com pequenas variações nas frases e sem a frase do oitavo compasso.




Shy Boy 2 do álbum Eat 'Em & Smile - David Lee Roth


Este trecho corresponde ao dueto feito por Steve Vai e Billy Sheeham utilizando a técnica de Two-Hands. O padrão do two-hands executado pelos músicos é bastante complexo e tocado em um andamento muito rápido, além de que este padrão exige uma atenção maior em relação à mão esquerda. O padrão é executado ordenadamente com um Tapping na mão direita (nota Ré) seguido por três pull-off para as notas Dó, Si bemol e Lá, posteriormente um Tapping na nota Si bemol e em seguida um pull-off para a nota Lá e dois hammer-on para as notas Si bemol e Dó.




Esta é a segunda parte da coluna deste grande baixista do hard rock.

Você pode conferir a primeira parte da matéria neste link.

Lembrando que esta matéria foi publicada originalmente na edição 5 da revista Bass Player Brasil.

Abraços e até a próxima coluna!


Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).

É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.

"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"