quinta-feira, 27 de abril de 2023

Técnicas para Contrabaixo - As técnicas de Les Claypool - Parte 2

 

Olá pessoal!


Nesta semana apresentamos a segunda parte de uma matéria feita para a edição número #41 da Revista Bass Player Brasil sobre o baixista Les Claypool.

Essa matéria faz parte de uma coleção de mais de 240 publicações feitas para revistas de contrabaixo e que eu tenho divulgado aqui no site.

Para ver as outras matérias que publiquei, vocês podem acessar o link

http://www.femtavares.com.br/p/midiaimpressa-fernandotavares-sempre.html

Estas aulas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

A primeira parte da matéria está no link: http://www.femtavares.com.br/2023/03/tecnicas-para-contrabaixo-as-tecnicas_28.html

LES CLAYPOOL


Dividi esta matéria em partes que exploram as principais técnicas utilizadas por Claypool, sempre em busca de entender as suas ideias musicais, a sua linguagem e a sua abordagem peculiar sobre cada técnica. A ideia não é estudar a fundo cada uma delas, pois seria preciso uma enorme quantidade de exercícios e o objetivo principal que é compreender a linguagem do baixista se perderia. Estude cada uma das técnicas separadamente respeitando a ordem dos exercícios, no final de cada tópico temos uma lista com músicas que exploram cada técnica, para facilitar a pesquisa utilizei somente músicas da banda Primus.

Estude com calma, assista ao vídeo no youtube e se ocupe com muita dedicação para entender o universo deste genial baixista.


Vídeo no Youtube



TÉCNICAS ESSENCIAIS

Hammer-on e pull-off 


A técnica de hammer-on consiste em bater com os dedos da mão esquerda na nota a ser tocada sem o auxílio da mão direita para produzir o som. No exercício 2a toque as notas indicadas só desta maneira. No exercício 2b a primeira nota é tocada com o auxílio da mão direita e somente a segunda é produzida com o hammer-on. O exercício 2c nos apresenta o pull-off que consiste em tocar a primeira nota e puxando a corda com o dedo da mão esquerda conseguir produzir a segunda nota. Utilize o dedo indicador para a nota da casa 5, o dedo médio para a 6, o anelar para a 7 e o mínimo para a 8.


Músicas para estudar:

Have A Cigar – do EP Miscellaneous Debris  (introdução)

American Life – do álbum Sailing the Seas of Cheese (vários trechos da música, sendo executada com a técnica de Strumming)

Bob – do álbum Pork Soda (introdução)


É isso aí pessoal!

Estudem com calma esta primeira coluna, pois no mês que vem voltamos com mais exercícios sobre a técnica de Les Claypool

Abraços!


Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).
É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.
"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"

domingo, 23 de abril de 2023

Transcrição do Mês - B.B. King - Sweet Little Angel

 

Olá pessoal!

Nesta semana temos a transcrição com texto da música "Sweet Little Angel" de B.B. King que saiu no álbum Live at the Regal de 1965 e conta com o baixista Leo Lauchie.

Durante anos eu escrevi para publicações relacionadas ao contrabaixo. E atualmente trabalho como pesquisador e professor e divulgo as minhas pesquisas nesta área.

Essa música faz parte da minha coleção de transcrições e análises de baixistas de diversos estilos.

B.B. King - Sweet Little Angel

Álbum: Live at The Regal (1965)

Baixista: Leo Lauchie

Transcrição: Fernando Tavares

O álbum “Live at The Regal” é considerado uma das maiores obras primas do Blues, ele foi gravado em Novembro de 1964 e lançado no ano posterior. Contando com Leo Lauchie no contrabaixo temos a canção Sweet Little Angel analisada e transcrita na íntegra. 

Esta canção é um Slow Blues utilizando a fórmula de compasso 12/8 e foi construída com a harmonia característica de um Blues de 12 compassos Fast Change, em Db maior. Para melhor entendimento lembramos que um Blues Fast Change é construído através dos graus I – IV – I – I – IV – IV – I – I – V – IV – I – V.

Os 12 compassos são repetidos cinco vezes, ou seja, são tocados cinco chorus, sendo um chorus para a introdução, três chorus para as bases de voz e um para o solo de guitarra. No final ele executa um trecho da sequencia e já entra a próxima canção do álbum. 

As frases são construídas utilizando determinados padrões como veremos nos exemplos à seguir. No compasso 2 foi utilizada a tríade como base para a construção da frase. Já as aproximações cromáticas são apresentadas no compasso 3. Nos compassos 4 e 5 são utilizadas as pentatônicas dos respectivos acordes. 

Utilizando-se destas ideias como alicerce, o baixista cria diversas ideias melódicas para a sua linha de contrabaixo. Vale chamar a atenção para o sinal de semicolcheia em tercinas no começo da trancrição que significa que devemos tocar as semicolcheias suingadas e não “uniformes” como tocaríamos em outras músicas. Podemos ver a sua aplicação de forma precisa no compasso 8.

Me agrada muito a linha construída por Lauchie para o último chorus da base de voz, pois nesta sequencia ele cria muitas variações para a sua linha de baixo. Tocar um blues não requer nenhum virtuosismo, porém, requer um bom gosto e um conhecimento bem profundo da linguagem do estilo. É muito legal perceber músicos que conseguem criar linhas cheias de variações respeitando os conceitos do estilo em que ele está trabalhando. 

Esta é uma linha que vale a pena estudar e ter como referencia para criar linhas para os Slow Blues.

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Esse conteúdo faz parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

Bons estudos e até a próxima coluna!

Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).
É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.
"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"

sexta-feira, 21 de abril de 2023

MKK BASS SESSIONS - Programa #18 - Session Man

Olá pessoal!


Eu produzo e apresento um programa totalmente voltado ao contrabaixo na MKK Web Radio (https://mkkwebradio.com.br/) às terças 22:00. O programa já teve mais de 80 edições e assim, decidi apresentar aos ouvintes os programas anteriores para os quais fiz alguma pesquisa.


Vocês podem ouvir todos os programas no spotify ou no mix cloud, os links estão abaixo:



https://www.mixcloud.com/discover/

Programa 18 - Session Man (Woman)



Olá Pessoal!

No programa 18 tivemos um especial com baixistas que gravam para artistas famosos, conhecidos como baixistas de estúdio, os famosos session (wo)man.

Estes baixistas desenvloveram uma extensa carreira gravando e tem uma habilidade única para este tipo de trabalho.

Como sempre, temos baixistas brasileiros e internacionais que se consagraram neste segmento,

Lembrando que o programa inédito sempre vai ao ar quinzenalmente nas terças às 22:00 com reprise aos domingos às 20:00 pela MKK Web Radio.

Jerry Jemmott

Vamos começar com um dos baixistas mais importantes da música americana.

Jerry Jemmott é um baixistas que gravou com artistas como Nina Simone, Lorraine Ellison, King Curtis, Carly Simon, Aretha Franklin, Freddie Hubbard, George Benson, Wilson Pickett, Mike Bloomfield and Al Kooper, B.B. King, Herbie Mann, entre outros.

Ele começou sua carreira como sapateador com o Mary Bruce's Star Buds no Harlem, apresentando-se no Carnegie Hall em seu evento anual de avaliações e ganhou o Grammy duas vezes. Jemmott é um baixista de Rhythm 'n Blues e Jazz e é um discípulo de Paul Chambers e Charles Mingus.

Ele trabalhou na Atlantic Records e Muscle Shoals nos anos 1960 e 1970 e tem cinco álbuns solos. Em seu site podemos encontrar diversas informações sobre a sua carreira como sideman e como professor. Acesse https://www.jerryjemmott.com/

Neste especial escutamos um clássico da música popular, a música é Ain't Got No, I Got Life de Nina Simone, preste atenção neste super groove do baixista.


Lee Sklar

Na sequência falamos e escutamos um pouco do sensacional Lee Sklar.

Ele é um dos mais importantes músicos de estúdio do mundo (nascido em 28 de maio de 1947) é um baixista elétrico americano e músico de estúdio. Foi membro do grupo The Section, que serviu como banda de apoio da Asylum Records e foi um dos progenitores do som de soft rock predominante nas 40 maiores rádios nas décadas de 1970 e 1980. 

Ele tem mais de 2.000 álbuns gravados, dos quais destacamos os artistas James Taylor, Hall & Oates, Jackson Browne, Phil Collins, Clint Black, Reba McEntire, Billy Cobham, Willie Nelson, Air Supply, Bee Gees, Joe Cocker, Art Garfunkel, Julio Iglesias, Steven Curtis Chapman e George Strait, só para citar alguns poucos daqueles para os quais ele gravou. 

Ele é inconfundível com sua barba gigantesca e um baixo signature de cinco cordas feito pela Dingwall Guitars. Esse baixo usa os famosos fanned, trastes em formato de leque, o que resulta em cordas graves mais longas e cordas agudas mais curtas.


A música que separamos para este especial é Taurian Matador do virtuosíssimo baterista Billy Cobham, ela faz parte do álbum spectrum que foi lançado em 1973, saquem a linha de baixo de Lee. Além de Cobham e Lee temos o tecladista Jan Hammer e Tommy Bolin que tocou posteriormente com o Deep Purple na guitarra. 


Luizão Maia

O primeiro baixista brasileiro que vamos apresentar é a lenda Luizão Maia. Para quem não sabe, Luizão é um dos baixistas que criaram a linguagem do contrabaixo na música brasileira e tem mais de mil gravações realizadas e acompanhou diversos artistas na sua carreira. Entre eles temos Tom Jobim, Elizeth Cardoso, Cartola, Elis Regina, Clara Nunes, Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Nara Leão, Nélson Cavaquinho, Emílio Santiago, Simone, Gal Costa, João Bosco, Djavan, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Lee Ritenour, George Benson, Wayne Shorter, entre outros. Além disso, ele é tio do saudoso Arthur Maia.

Para este especial separamos uma canção de 1973 da cantora Elis Regina chamada Ladeira da Preguiça.

A linha de baixo é bem legal, com muitos acentos e aquela rítmica complicada e característica da música brasileira.

Veja uma apresentação da música no programa ensaio


Jamil Joanes

O nosso próximo homenageado neste especial é Jamil Joanes.

Ele é uma referência quando se fala de baixo elétrico no Brasil, principalmente quando falamos de balck music e gravou com muitos artistas como Gonzaguinha, Elba Ramalho, Gal Costa, Luiz Melodia, João Bosco. Além disso, ele foi para os estados unidos gravar com o genial George Duke que foi tecladista do Frank Zappa, no álbum A Brazilian Love Affair. 

Neste especial Escutamos um clássico do contrabaixo, a música é Maria Fumaça da Banda Black Rio de 1977.


Meshell Ndegeocello

Na sequência escutamos a baixista e cantora Meshell Ndegeogello que possuí uma extensa carreira musical com diversos álbuns como session woman além de 12 álbuns solo. Seu estilo varia entre o soul, o rap, rock, reggae e muitos outros. Vocês perceberam várias ideias destas linguagens na música que escolhemos para este especial.

Ela participou de gravações com Rolling Stones, Basement Jaxx , Indigo Girls , The Blind Boys of Alabama, Alanis Morrissete, entre outros.

A música que escolhemos é Bitter Sweet do álbum Peace Beyond Passion de 1996.


Will Lee

O baixista seguinte foi Will Lee que é um dos músicos de estúdio mais importantes do mundo. Gravou com Ace Frehley do Kiss, Carly Simon, Diana Ross, George Benson, Michael Bolton, Mike Stern, David Sanborn, Hiram Bullock, RIngo Star e muitos outros, vcs podem olhar no seu site esta extensa lista.

Para este especial separamos uma música da praia do fusion dos irmãos Brecker, os famosos Brecker Brothers que tocaram com várias lendas do Fusion.

A música é Some Skunk Funk” do álbum The Brecker Bros de 1975


Prateado

Nos anos 90 o Brasil teve uma onda que invadiu as rádios e a TV, era a onda do Pagode, e muitas bandas diferentes foram lançadas, mas muitas delas tinham uma coisa em comum: O baixo e muita vezes a produção destes grupos era feita por um músico chamado Wilson Prateado.

Um baixista virtuoso e sempre acompanhado de um baixo de 6 cordas, o músico criou uma linguagem própria e que necessita de muito virtuosismo para ser executada.

Prateado não fazia apenas a marcação, ele fazia muitas frases no decorrer das músicas que pareciam aquelas pequenas inserções de guitarras no country.

Para este especial escutamos uma canção do grupo Exaltasamba que faz parte do álbum Desliga e Vem de 1997 chamada Sem o teu calor. Prestem atenção na super linha executada pelo Prateado.


Anthony Jackson

Anthony Jackson é um destes baixistas que devem ser homenageados constantemente, pois ele é um dos maiores baixistas do jazz e do fusion e gravou com um enorme número de artistas. Dentre eles temos Michel Camilo, Al di Meola, Roberta Flack, Steve Khan, Buddy Rich, Lee Ritenour, Mike Stern entre outros.

Também é creditado a Anthony Jackson a criação do baixo de 6 cordas da forma como o conhecemos hoje.

Para este especial escolhemos uma música do guitarrista Al di Meola chamada Land Of The Midnight Sun do álbum homônimo de 1976. 

Para vocês terem uma ideia, este álbum conta com outros dois baixistas além de Jackson, Jaco Pastorius e Stanley Clarke. Vamos lá então escutar este grande baixista.


Paulo Cesar Barros

E para encerrar o nosso especial temos um dos baixistas mais legais do Brasil, o sensacional Paulo Cesar Barros.

Paulo tocou com uma enormidade de artistas e começou a sua carreira com o Renato e Seus Blue Caps, banda da qual foi um dos fundadores. Além do mais, o baixista gravou vários álbuns do cantor Roberto Carlos.

São incontáveis os artistas e/ou álbuns que o músico gravou, além destes, podemos citar Fafá de Belém, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Gal Costa, Gilberto Gil, e Tim Maia, entre outros. 

Para este especial, separamos uma música de um outro artista que Paulo gravou muitas vezes, o inquieto e genial Raul Seixas.

A música é Gitá de 1974, preste atenção nas frases que o baixista coloca no decorrer da música. No Youtube tem um vídeo dele com o Rick Ferreira conversando e mostrando como a música foi gravada.


É isso aí pessoal!

Espero que escutem o programa.

Lembrando que o programa inédito sempre vai ao ar nas terças às 22:00

Abraços e até a próxima!

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Teoria e Análise: Esquemas harmônicos no Jazz-Fusion


Olá pessoal!

Nesta semana damos continuidade a nossa coluna de teoria e análise. Diferente das outras colunas deste blog nas quais eu passo estudos teóricos e práticos sobre os assuntos abordados, neste espaço buscamos refletir sobre os conteúdos e instigar novas pesquisas dos leitores.

Vocês podem conferir as duas colunas anteriores em que falo um pouco sobre os modelos de estudos que desenvolvo nos links abaixo:

Coluna 1 - http://www.femtavares.com.br/2023/01/teoria-e-analise-introducao-aos.html

Coluna 2 - http://www.femtavares.com.br/2023/02/teoria-e-analise-jazz-fusion.html

Estas aulas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

Novamente, ressalto que quando comparo algum pensamento nessas colunas que escrevo, não quero mostrar vínculos entre os estilos citados e muito menos em relação aos autores. A ideia sempre é tentar desmistificar o processo de conhecimento teórico para mostrar que os "gênios" - com todas as aspas que o termo merece - são músicos que tinham como grande mérito o domínio das ferramentas disponíveis em seu tempo.

Ainda trato do Jazz nesta coluna, pois acredito que seja um estilo que pode nos ajudar na compreensão deste ensino.

Então vamos falar um pouco mais sobre alguns dos esquemas que apresentei na segunda coluna.

O primeiro deles, é o mais essencial de todos - não uso a palavra básico, pois ela tem um sentido pejorativo na aprendizagem, e ela perdeu o sentido fundamental que é básico de base. Neste sentido o básico seria o melhor termo para nós, mas seguimos - a cadência é a base para os esquemas.

Diferente do modelo mais detalhado que classfica a cadências pelos movimentos clausulares no século XVIII e que faz com que ela tenha diversas propriedades semânticas - se quiser saber mais, acesse o artigo sobre cadência galante neste link - no Jazz ela se relaciona ao movimento em bloco que compreende os acordes do V7 para o I tanto em maior quanto em menor.

O segundo esquema utiliza a cadência acrescida de um pré-dominante (PD). No caso do Jazz, o PD é feito sempre com a supertônica, pois segundo o Laitz, (2012, p. 193) "A supertônica é o acorde pré-dominante mais comum". Além disso o autor diz que existem três razões principais pelas quais os compositores consideram a supertônica como um PD mais eficaz: (1) A progressão ii-V prossegue por movimento de quinta descendente, o movimento fundamental mais forte na música tonal; (2) Ela apresenta uma sonoridade marcante e contraste modal nas progressões, ou seja, em tons maiores, ii é menor enquanto o I e V são maiores e em tons menores, iiº é diminuto, enquanto i é menor e V é maior (LAITZ, 2012, p. 193).

Assim, o segundo esquema Jazzístico contempla o ii V7 que preferencialmente caminha para o I maior e o iiø V7 que preferencialmente caminha para o i menor. Digo preferencialmente, pois, nem sempre os Jazzistas resolvem como esperamos, como em Stella by Starlight, por exemplo que possui iiø V7 que caminham para o maior.

Assim, aconselhamos o estudo do livro de Jamey Aebersold sobre a progressão ii V I que pode ser encontrado no seguinte link:

 https://www.jazzbooks.com/mm5/merchant.mvc?Screen=PROD&Product_code=V03DS

Por fim, deixamos os primeiros esquemas para estudo:

  • V7 ↷ I
  • V7 ↷ i
  • ii V7 
  • iiø V7
  • ii V7 ↷I
  • iiø V7 ↷i
Não esqueça de estudá-los em todos os tons e pelo ciclo de quartas.

É isso aí!

Espero ter contribuido com alguma reflexão sobre os modelos harmônicos. 

Abraços e até a próxima coluna!

Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).

É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.

"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"