quinta-feira, 27 de julho de 2023

Teoria e Análise: Composição - Continuação

 

 Olá pessoal!

Nesta semana damos continuidade a nossa coluna de teoria e análise. Diferente das outras colunas deste blog nas quais eu passo estudos teóricos e práticos sobre os assuntos abordados, neste espaço buscamos refletir sobre os conteúdos e instigar novas pesquisas dos leitores.

Lembram da nossa última coluna na qual eu deixei um pequeno exercício de composição?

Eu pedi para vocês fazer uma composição com 8 ou 16 compassos em qualquer tom.

Bom, vou explicar como eu pensei a minha. 

Eu pensei em uma forma ABAC, na qual eu fiz o A em Dó maior, o B em Fá maior e o C em Sol maior. Depois eu coloquei os acordes de cada campo harmônico de uma forma bem aleatória. Vocês poderiam voltar nas colunas anteriores quando eu falei sobre os esquemas harmônicos no Blues http://www.femtavares.com.br/2023/05/teoria-e-analise-o-blues-como-tipo.html, ou no jazz fusion que eu dividi em duas colunas http://www.femtavares.com.br/2023/02/teoria-e-analise-jazz-fusion.html e http://www.femtavares.com.br/2023/04/teoria-e-analise-esquemas-no-jazz-fusion.html e usar esses esquemas como padrões para compor as suas canções/exercícios.

Vejam a minha ideia primária de composição:

Exemplo 1


Exemplo 2

Agora, podemos pensar nos esquemas de Jazz, o V7-I ou ii-V7-I para fazermos algumas variações. Farei o dominante no A e o ii-V7 no B.


Claro, que podemos mudar os acordes de lugar e misturar os padrões, mas isso é a sua vontade que vai ditar.

Essa sequência foi modificada até virar uma música chamada Mr. M.A. que eu fiz em homenagem ao guitarrista Marco Angi e que pretendo lançar em pouco tempo.

Exemplo 3

Aqui está a expansão harmônica que fiz para a harmonia do primeiro exemplo


Estas aulas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

É isso aí!

Espero ter contribuído com mais algumas reflexões para o seu estudo. 

Abraços e até a próxima coluna!

Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).

É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.

"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"

terça-feira, 18 de julho de 2023

Aula de Técnica - Abafados - Parte 2


 

Olá Pessoal!


Em anos anteriores eu lancei alguns mini-cursos aqui no site.

Postarei alguns deles aqui para vocês.


Nesta semana temos a segunda aula com a técnica de abafado ou muted grooves.


O link da matéria completa no site : 

http://www.femtavares.com.br/2018/08/tecnicas-para-contrabaixo-notas.html


O link para o vídeo no youtube:

https://youtu.be/7iFIQfFkiug



Fernando Tavares usa cordas Giannini e cabos Datalink

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Estas aulas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.


Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com


Bons estudos e até a próxima coluna!


#estudosepesquisasfemtavares #fernandotavaresbaixo #femtavaresbaixo #contrabaixo #contrabajo #bassguitar #baixista #bajista #bassplayer #medusatrio #apostrophetrio #escutenossocabo #cabosdatalink #giannini_brasil #giannini_strings #usp #lamus #mkkbasssession #mkkwebradio #harmonia #música #pesquisa #estudo

domingo, 16 de julho de 2023

MKK BASS SESSIONS - Programa #22 - Dia do Rock

Olá pessoal!



Eu produzo e apresento um programa totalmente voltado ao contrabaixo na MKK Web Radio (https://mkkwebradio.com.br/) às terças 22:00. O programa já teve mais de 90 edições e assim, decidi apresentar aos ouvintes os programas anteriores para os quais fiz alguma pesquisa.

Vocês podem ouvir todos os programas no spotify ou no mix cloud, os links estão abaixo:


https://www.mixcloud.com/discover/

No programa 22 tivemos um especial para o dia do Rock com baixistas brasileiros e estrangeiros que tocam o estilo.

Lembrando que o programa inédito sempre vai ao ar quinzenalmente nas terças às 22:00 com reprise aos domingos às 20:00 pela MKK Web Radio.

Estas pesquisas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com


O programa

Para quem quiser escutar o programa na íntegra, ele está disponível neste link do spotify

Bill Black

Para começarmos o nosso programa vamos falar de um pioneiro do rock, o baixista Bill Black.


Ele e Willie Dixon foram os grandes destaque do Contrabaixo no início do Rock n'Roll nos anos 1950, sendo que Dixon gravou com Chuck Berry, por exemplo e Bill Black gravou com Elvis Presley.

Black fez parte do que ficou conhecido como Elvis Presley e os Blue Moon Boys e ele participou de gravações como Heartbreak Hotel, That's All Right e a música Hound Dog que escolhemos para este especial.

Ele também foi um dos primeiros baixistas a usar o Fender Precision na música popular, empunhando o baixo na música Jailhouse Rock no final dos anos 1950.

Além de tocar com Elvis, o baixista foi o líder do Bill Black's Combo que gravou muitos álbuns durante a sua existência. 

O baixista é citado como influência por muitos baixistas, dentre eles Paul McCartney. Ele faleceu em 1965 aos 39 anos.

A música que ouvimos no programa foi Hound Dog, que tem uma linha bem característica do rock clássico dos anos 50 e início dos 60 e utiliza tríades como elemento para construir a linha. A música foi feita utilizando um blues de 12 compassos como esquema harmônico. Ela foi lançada por Elvis Presley em 1956.

Bill Black - Hound Dog - Elvis Presley 


John Entwistle

O próximo baixista é o sensacional John Entwistle que produziu diversas linhas clássicas de contrabaixo, tanto no The Who quanto em sua carreira solo.

É perceptível a sua influência em baixistas posteriores como Chris Squire, Geezer Butler entre outros.

Ele tinha um apelido que fazia jus a sua mão direita… Thunderfingers. Veja o vídeo do seu solo abaixo.


Dentre diversas músicas que poderíamos colocar no programa como The Real Me, My Generation, Sparks, Boris the Spider, selecionamos a música Won't Get Fooled Again.

Ela foi lançada de forma editada como single em junho de 1971 e no programa escutamos a versão na íntegra que fez parte e fechou o álbum Who’s Next, de 1971. Preste atenção a linha cheia de frases feitas pelo baixista. Ele gostava muito da pentatônica para criar suas frases. 


José Paulo Metrângulo

Agora, vamos falar de um baixista brasileiro do início dos anos 60 chamado José Paulo Metrângulo ou Zé Paulo, que tocou na banda The Jet Blacks.

Esta banda fazia um som instrumental na onda do The Shadows e os Ventures. Mas vale ressaltar que a banda passou a ter músicas cantadas posteriormente.

Na década de 60 a banda gravou com artistas como Celly Campelo, que foi uma das pioneiras do rock no Brasil e com Reginaldo Rossi. O baixista ficou na banda entre 1961 e 1971.

Dentre as músicas da banda que se destacam temos "Apache", o "Tema para jovens enamorados", entre outras.

Para este especial escolhemos a canção Savage do álbum The Jet Black's de 1966. A linha de baixo é bem legal, com algumas frases que caracterizaram o baixo de rock nos anos 60.


Gustavo Montesano

Agora vamos para os anos 70 falar de um baixista muito importante para o cenário latino americano, o argentino Gustavo Montesano da banda Crucis.

Esta banda de rock progressivo lançou dois super álbuns na década de 70, Crucis de 1976 e Los Delirios del Mariscal de 1977.

Neste link do Spotify temos a versão completa do álbum Los Delirios del Mariscal.


Para este especial escolhemos uma música instrumental do segundo álbum da banda chamada Pollo Frito, na qual o baixista demonstra toda a sua virtuosidade.

Para quem é fã de rock progressivo, a audição dos álbuns do Crucis é obrigatória.

Além de Gustavo no baixo e voz, a banda contava com Pino Marrone na guitarra, Aníbal Kerpel nos teclados e Gonzalo Farrugia na batería


John Paul Jones

Depois, ouvimos e falamos de um dos grandes baixistas dos anos 70, o John Paul Jones e a banda Led Zeppelin.

Foi complicado achar uma música que contemplasse toda a destreza e linguagem do Jones como baixista, mas escolhemos uma música que tem uma super linha de baixo.

Estamos falando de The Song Remains the same do álbum Houses of the Holy de 1973.

Essa música tem uma linha na qual o baixista constrói as frases variando as oitavas criando um efeito interessante. Também é bem legal a frase que o baixista faz na ponte da música.

Se vc não conhece muitas coisas de John Paul Jones, vale a pena pesquisar.


Jerry Casale



Na sequência do programa escutamos uma das banda mais legais dos anos 80, o Devo que contava com Gerald Vincent "Jerry" Casale no baixo.

Casale, além de baixista, era o compositor e letrista principal da banda, diretor de videoclipes e vinicultor americano.

Como diretor ele dirigiu bandas como The Cars, Rush, Foo Fighters, Soundgarden e Silverchair, entre outros.

Em 2005 iniciou a sua carreira solo, paralelo ao Devo com o projeto Jihad Jerry & the Evildoers .

A música que escolhemos para este especial é “Be Stiff " que é o terceiro single da banda de new wave americana. Ela foi lançada no final da década de 70, mais precisamente em 1978 e tem uma linha de baixo bem legal e com um groove bem interessante.


Dé Palmeira

Tivemos diversos baixistas legais do famoso RockBR dos anos 80 no Brasil. Dentre eles, podemos citar Humberto Gessinger e Bi Ribeiro que já estiveram no programa e além deles  Robério Santana e Nando Reis que logo mais estarão por aqui.

Mas para o programa de hoje escolhemos o sensacional Dé Palmeira que foi o baixista original do Barão Vermelho. Ele gravou 6 álbuns da banda e saiu em 1990.

Para o especial de hoje escolhemos uma música que tem um dos riffs mais legais do rock brasileiro, Pense e Dance, da qual Dé é um dos compositores.

Abaixo temos uma versão ao vivo desta música.


Luis Mariutti

Nos anos 90 tivemos um movimento bem legal de Heavy Metal aqui no Brasil e muito se deve a fama conquistada pela banda Angra quando lançou o seu álbum Angels Cry de 1993.

Então, para este especial escolhemos o baixista Luis Mariutti para representar o rock dos anos 90 no Brasil. Além do Angra ele tocou com Firebox, Shaman, Henceforth e Andre Matos solo. Em 2021, ele lançou sua autobiografia "Memórias dos Meus 50 Anos".

No especial escutamos a música Streets of Tomorrow do álbum ANgels Cry de 1993.


Jeff Ament

Nos anos 90 tivemos o famoso movimento grunge que lançou no mercado diversas bandas de rock dos Estados Unidos. Dentre várias bandas legais, uma das que mais se destacou foi o Pearl Jam.

E o trabalho do baixista Jeff Ament é com certeza o ponto alto da banda.

Para este especial escolhemos a música Jeremy que foi lançada no álbum Ten de 1991. 

Primeiro, vale destacar o fraseado com a pentatônica e aqueles harmônicos no começo da canção. Segundo, o baixista utilizou um baixo de Hamer de 12 cordas para gravar esta música.


Além disso, ele usa algumas inversões de acordes no decorrer da música que dão alguns efeitos especiais em determinadas partes.


Heitor Gomes

E para finalizar o nosso especial falamos e ouvimos o talentoso Heitor Gomes com o Charlie Brown Jr. Escolhemos a música "O Nosso Blues" do álbum Imunidade Musical de 2005.

Para quem não sabe, Heitor é filho do sensacional baixista Chico Gomes, se você não conhece o trabalho do pai de Heitor, vá atrás, pois é bem legal.

Além do Charlie Brown, ele tocou com o CPM22 e com o Pavilhão 9.


É isso aí pessoal!

Esse trabalho é parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

Espero que escutem o programa.

Lembrando que o programa inédito sempre vai ao ar nas terças às 22:00

Abraços e até a próxima!

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Baixista do Mês - O Estilo de Billy Sheehan - Parte 3

   


Olá pessoal!


Nesta semana apresentamos a segunda parte de uma matéria feita para a edição número #5 da Revista Bass Player Brasil sobre o sensacional baixista Billy Sheehan que tocou com diversas bandas, sendo que ficou famoso por ter trabalhado com Steve Vai e David Lee Roth e nas bandas Talas e Mr. Big. Atualmente toca, entre outros trabalhos, com o The Winery Dogs, que é um power trio de rock formado por Sheehan, Mike Portnoy (Bateria) e Richie Kotzen (Guitarra e Voz).



Essa matéria faz parte de uma coleção de mais de 240 publicações feitas para revistas de contrabaixo e que eu tenho divulgado aqui no site.


Para ver as outras matérias que publiquei, vocês podem acessar o link

http://www.femtavares.com.br/p/midiaimpressa-fernandotavares-sempre.html

Para ver as duas coluna anteriores pode acessar os links

http://www.femtavares.com.br/2023/05/baixista-do-mes-o-estilo-de-billy.html


Estas aulas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com


O estilo de Billy Sheehan – Parte 3


Nascido William "Billy" Sheehan em 19 de março de 1953 é considerado um dos mais baixistas mais importantes do Hard Rock nos anos 1980. Ele tocou com Steve Vai e David Lee Roth e nas bandas Talas e Mr. Big.

Ele tem diversas peculiaridades técnicas como a utilização de três dedos na técnica de pizzicato, os tappings no estilo do guitarrista Van Halen, enre outras.

Nesta matéria escrita originalmente para a revista Bass Player Brasil, o estilo de Sheehan é mostrado em 14 trechos de canções de diversos álbuns do Mr. Big e de outros trabalhos. Neles buscamos mostrar todas as variações técnicas e melódicas utilizadas pelo músico. A matéria está dividida em três partes para facilitar o estudo daqueles que acompanham as colunas no site.


Exemplos


Hope do álbum Cosmic Troubadour - Billy Sheehan


Esta música é construída basicamente sobre este dedilhado feito na introdução por Billy Sheehan. Neste trecho o baixista toca os intervalos de Fundamental, Terça e Quarta do acorde de D11, mudando os baixos do acorde (baixos em Lá, Si, Sol e Ré). O sinal "let ring" indicado abaixo da partitura indica para deixar as notas indicadas soando, ou seja, não corte o som da nota quando executar a próxima.



No Man’s Land do álbum Niacin – Niacin


Esta frase foi feita sobre a tonalidade de Mi Menor, utilizando a Pentatônica da tonalidade para construir todas as variações. Estas, são executadas sempre nos tempos 3 e 4 dos compassos pares do trecho.



Undertown do álbum What If... – Mr.Big


Este trecho corresponde a segunda base e a voz da música. Na primeira base de voz, Billy só toca a fundamental de cada acorde, vale ressaltar que este trecho é um ótimo exemplo para se treinar a técnica de três dedos que o baixista usa. Toque as semicolcheias sempre seguindo a ordem anelar, médio e indicador na mão direita, e ainda, perceba que a acentuação sempre cairá em um dedo diferente. As frases foram feitas usando a Pentatônica da tonalidade (Sol Sustenido Menor).



Undertown do álbum What If... – Mr. Big


Nesta parte da música o baixista faz uma frase em um dueto com o guitarrista Paul Gilbert sobre a tonalidade de Sol sustenido menor. A frase começa com um padrão de semicolcheia sobre a Pentatônica da tonalidade e sempre é feita no contratempo de semicolcheia. Além disso, perceba que a frase sempre respira na primeira semicolcheia do compasso. No tempo dois do segundo compasso do trecho existe um bend de meio tom feito pelos dois instrumentos, muita atenção para afinar esta nota. Os dois últimos compassos do trecho são meras repetições dos dois primeiros só que tocados uma oitava acima pelo baixista.



Esta é a terceira da coluna deste grande baixista do hard rock.

Lembrando que esta matéria foi publicada originalmente na edição 5 da revista Bass Player Brasil.

Abraços e até a próxima coluna!


Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).

É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.

"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"


quinta-feira, 6 de julho de 2023

Teoria e Análise: Algumas reflexões sobre a composição

  

Olá pessoal!

Nesta semana damos continuidade a nossa coluna de teoria e análise. Diferente das outras colunas deste blog nas quais eu passo estudos teóricos e práticos sobre os assuntos abordados, neste espaço buscamos refletir sobre os conteúdos e instigar novas pesquisas dos leitores.

Vocês podem conferir as colunas anteriores em que falo um pouco sobre os modelos de estudos que desenvolvo nos links abaixo: Deixei apenas o da coluna quatro, porque ela contém todas as colunas anteriores.

Coluna 4: http://www.femtavares.com.br/2023/05/teoria-e-analise-o-blues-como-tipo.html 

Falamos um pouco sobre os esquemas harmônicos no Jazz, no Fusion e na última coluna no Blues.

Nesta coluna, eu pretendo abordar formas práticas de estudar cada um dos esquemas. Lembro que no início da minha vida como estudante eu passava muito tempo estudando técnicas e teoria e mesmo que estudasse harmonia era sempre de uma forma bem teórica.

Basicamente, o meu estudo consistia em analisar músicas e procurar compreender qual era a melhor escala ou o melhor arpejo. Assim foi durante alguns anos, mas em um determinado momento percebi que a minha criatividade não era explorada em nenhum dos estudos que fazia e neste momento resolvi tomar uma decisão drástica: - Se um determinado material não fosse aplicado eu não passaria para um próximo, ou simplesmente o abandonaria em algum momento.

Lembro de me dedicar exaustivamente na busca por compreender as frases, os improvisos, as composições dos músicos com os quais me identificava. Depois de um tempo, quando comecei a escrever para as revistas especializadas em conrabaixo - Coverbaixo e Bass Player Brasil - passei a analisar também as músicas e os baixistas que me eram solicitados.

Depois de muitos anos, passei a compreender que a música é feita da forma mais simples possível, com a linguagem de cada estilo sendo respeitada o tempo todo. O que eu quero dizer com isso:

Perguntamos qual o estilo de um determinado músico, quando deveríamos perguntar em qual estilo tal músico está inserido. Um músico de Heavy Metal trará a caixa de ferramentas compatíveis com o estilo, ou seja, ele não usará ferramentas da MPB, por exemplo. 

Entendam bem o que quero dizer, não é que um músico de Heavy Metal não possa usar ferramentas da MPB, apenas que se ele usar estas ferramentas fará uma sonoridade híbrida que não condiz com a sonoridade tradicional do Heavy Metal. Aí vocês podem ter outra pergunta, mas se eu quiser fazer isso?

Um artista sempre deve fazer aquilo que está em sua mente e em seus dedos, mas sempre pense que você tocará para outras pessoas e como elas se sentirão quando ouvir a sua música.

Eu sempre faço essa pergunta quando início algum projeto musical, pois é importante saber para quem vou compor, por isso gosto do Apostrophe', afinal nele eu componho para mim e não espero que as outras pessoas curtam, eu encaro apenas como um quadro em branco que vou colocando as cores que desejo. Obvio que eu fico extremamente feliz quando alguém se identifica, mas isso é um outro problema.

Como a nossa ideia aqui é sempre deixar algo para vocês trabalharem, sugiro que tentem compor algo com os elementos harmônicos que foram passados nas aulas anteriores. Mas lembrem-se, a harmonia é apenas um aspecto da música, para ser um compositor eficiente é preciso dominar os outros elementos importantes como a melodia e o ritmo, por exemplo. Mas vamos por partes, primeiro componha duas partes de uma mesma ideia, utilizando as sequências ensinadas, sendo que cada parte pode ter 8 ou 16 compassos. Surpreenda-se com as harmonias e as semelhanças com diversas outras músicas. Vou deixar aqui um exemplo de um exercício que fiz e na próxima coluna apresento a versão final da música.

Exemplo de composição



Estas aulas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

É isso aí!

Espero ter contribuído com mais algumas reflexões para o seu estudo. 

Abraços e até a próxima coluna!

Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).

É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.

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terça-feira, 4 de julho de 2023

Técnicas para Contrabaixo - As técnicas de Les Claypool - Parte 4

 

 Olá pessoal!


Nesta semana apresentamos a quarta parte de uma matéria feita para a edição número #41 da Revista Bass Player Brasil sobre o baixista Les Claypool.

Essa matéria faz parte de uma coleção de mais de 240 publicações feitas para revistas de contrabaixo e que eu tenho divulgado aqui no site.

Para ver as outras matérias que publiquei, vocês podem acessar o link

http://www.femtavares.com.br/p/midiaimpressa-fernandotavares-sempre.html

Estas aulas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

A primeira parte da matéria está no link: http://www.femtavares.com.br/2023/03/tecnicas-para-contrabaixo-as-tecnicas_28.html

LES CLAYPOOL


Dividi esta matéria em partes que exploram as principais técnicas utilizadas por Claypool, sempre em busca de entender as suas ideias musicais, a sua linguagem e a sua abordagem peculiar sobre cada técnica. A ideia não é estudar a fundo cada uma delas, pois seria preciso uma enorme quantidade de exercícios e o objetivo principal que é compreender a linguagem do baixista se perderia. Estude cada uma das técnicas separadamente respeitando a ordem dos exercícios, no final de cada tópico temos uma lista com músicas que exploram cada técnica, para facilitar a pesquisa utilizei somente músicas da banda Primus.

Estude com calma, assista ao vídeo no youtube e se ocupe com muita dedicação para entender o universo deste genial baixista.


Vídeo no Youtube



SLAP E VARIAÇÕES


Thumb e Pop (Plucked)

Esta técnica é muito explorada pelo baixista, vale a pena um estudo mais aprofundado dela. Nos exercícios 4a e 4b temos uma ideia básica para desenvolver a técnica. Nos exercícios 4c e 4d temos uma variação no thumb muito utilizada por Claypool, ele toca duas ou três notas seguidas com o Thumb, isto exige um treino um pouco mais aprofundado deste elemento, alguns baixistas trabalham com o reverse para uma maior velocidade, diferente do baixista. Ao bater com o polegar na corda deve-se aproveitar a pouca distancia e tocar de novo, não puxe muito a mão ao bater, pois assim você perderá velocidade.




Músicas para estudar:

Tommy The Cat – do álbum Sailing the Seas of Cheese (vários trechos da música)
Lee Van Cleef – do álbum Green Naugahyde (vários trechos da música)
Golden Boy– do álbum The Brown Album  (frase com a guitarra) 

É isso aí pessoal!

Estudem com calma esta quarta coluna, pois no mês que vem voltamos com mais exercícios sobre a técnica de Les Claypool

Abraços!


Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).
É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.
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Oficina de Improvisação e Composição com Fernando Tavares


 Grupo de estudos e Jam! 

Nesta quinta!

Modelos musicais para Improvisação e Composição por Fernando Tavares


Nesta quinta às 19:30 teremos um encontro especial com o Musicólogo, Contrabaixista, Professor e Pesquisador Fernando Tavares que nos contará sobre as suas pesquisas relacionadas a improvisação e composição.

O músico é Mestre e Doutorando em Musicologia pela Escola de Comunicações e Artes da USP.

Referência musical e de ensino da região! 

Baixista da banda Apostrophe' Trio e do Medusa Trio.

Tocou com importantes bandas e artistas de diversos estilos como Liar Symphony, Lee Recorda (com ex-membros do Recordando o Vale das Maças), Willie de Oliveira (ex-vocalista do Rádio Taxi e ex-membro da Banda Tutti-Frutti), Mauricio Fernandes, entre outros. 

Venham!

Rua: Elpídio Ferreira Guimarães, 35, Center Ville, Arujá - SP

Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).

É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.

"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

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segunda-feira, 3 de julho de 2023

Tese de Dissertação: Fernando Tavares - A Arte do Partimento em sua história, fundamentos, práticas e discussão musicológica: análise historiográfica para a consolidação de um saber para a pedagogia da música

Olá pessoal!

Estou aqui hoje para informar que a minha dissertação de mestrado "A Arte do Partimento em sua história, fundamentos, práticas e discussão musicológica: análise historiográfica para a consolidação de um saber para a pedagogia da música" está disponível no banco de Teses e Dissertações da USP (Universidade de São Paulo).

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-27062023-100608/pt-br.php

Essa pesquisa se iniciou por volta de Março de 2018, quando ingressei no LAMUS-EACH (Laboratório de Musicologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades. Em 07/02/2019, sob orientação de Diósnio Machado Neto ingressei no programa de Mestrado em Musicologia da Escola de Comunicações e Artes da USP e fui aprovado em 25/10/2021. 

Agora estou no Doutorado na mesma instituição e sob a orientação de Diósnio Machado Neto novamente, para analisarmos a obra de José Maurício Nunes Garcia. Fiquem de olho nos artigos que publicamos sobre a pesquisa.

Resumo

No decorrer do século XVIII desenvolveu-se nos Conservatórios de Nápoles uma maneira eficaz de ensinar música conhecida como partimento. Tal método consistia em transmitir os parâmetros musicais por linhas de baixo que continham combinações de notas compreendidas pelos músicos e que lhes proporcionavam informações para a realização de esquemas harmônicos e contrapontísticos. Estes esquemas eram usados para o exercício da improvisação e composição. O modelo de ensino pelos partimentos circulou por toda a Europa através das mãos de mestres que trabalharam ou formaram músicos para as diversas cortes do Antigo Regime. Na década de 1990, iniciou-se um movimento pela compreensão deste modelo de ensino e a partir da segunda metade da década de 2000, diversos trabalhos consolidaram a revisão metodológica deste modelo de ensino. Utilizando-se destes textos contemporâneos que revisitaram e reconstruíram o modelo de ensino pelo partimento, apresentamos nesta dissertação uma revisão bibliográfica com base no trabalho de musicólogos, analistas e teóricos musicais que escreveram sobre este assunto. Com base nos dados coletados, analisamos as informações obtidas e descrevemos como eram as principais escolas, mestres, conteúdos e características do ensino buscando a compreensão dos debates musicais que estavam sendo promovidos pelos músicos do período. A conclusão das análises nos fez compreender o método e criar uma base importante para a execução de um projeto futuro que visa demonstrar o benefício do ensino dos partimentos para auxiliar no ensino das disciplinas de criação musical.

Palavras-chave: Partimento. Contraponto. Conservatórios Napolitanos. Análise Musical. Música Galante.