Voltamos nesta semana para a quarta parte da coluna para mão direita. Nas colunas anteriores trabalhamos utilizando os dedos indicador e médio da mão direita. Nesta edição vamos inserir o dedo anelar em nossos estudos.
Exercício 01
Este exercício é proposto para adquirir uma força igual nos três dedos que utilizaremos na mão direita, seguem três padrões para estudarmos. No primeiro padrão (1A) temos o estudo com os dedos indicador e médio, no segundo padrão (2A) com os dedos indicador e anelar e no terceiro padrão (3A) com os dedos médio e anelar.
Exercício 02
Neste exercício temos uma levada com a célula rítmica de colcheia na tonalidade de Lá Menor explorando combinações com os dedos indicador, médio e anelar em três sequencias diferentes (2A, 2B e 2C). Aconselho o estudo dos três padrões e após o estudo inicial opte por apenas um dos padrões para deixá-lo mais preciso. Eu utilizo o padrão 2A quando trabalho com a técnica de três dedos, perceba que por termos três dedos para um total de quatro notas, os acentos cairão sempre sobre dedos diferentes neste padrão.
Exercício 03
Este exercício utiliza a mesma ideia que o exercício 02, porém tem a semicolcheia como célula principal, ou seja, quatro notas dentro de um único tempo.
Exercício 04
Neste exercício temos basicamente as mesmas ideias que os dois exercícios anteriores, sendo que agora a célula rítmica é composta tercinas de colcheias mudando um pouco os padrões utilizados na mão direita. No padrão proposto com dois dedos atente ao fato de que cada célula começara com um dedo diferente, e só teremos dois padrões para a mão esquerda sendo que eu prefiro utilizar o primeiro padrão (4B).
Estes estudos propostos com três dedos são bem interessantes, pois nos fornecem a possibilidade de tocar frases ou linhas de baixo mais rápidas e também explorar sonoridades com um dedo a mais da mão direita.
Estude estes padrões com calma e desenvolva a técnica com a qual se sentir mais confortável. Abraços e bons estudos!
Nesta semana temos mais um artigo para esta coluna, na qual eu coloco matérias escritas por profissionais gabaritados e que tem a minha confiança e que serão úteis para os estudantes e apreciadores de música.
E para este mês temos o sensacional luthier de Santos, Edilson Hourneaux e a continuação da matéria especial sobre captadores. Esta e outras matérias podem ser encontradas no site do Edilson que se encontra neste link:
Captadores – parte 1: Corrida decibélica (continuação)
Arco musical
Quando o caçador lançava a flecha, a corda do arco zunia em seu ouvido, produzindo uma nota musical.
Descendente do arco de caça, o primeiro instrumento musical de cordas construído pelo homem era sólido, por não ter nenhum tipo de abertura ou espaços em seu interior.
Provavelmente, o fato do arco ser construído com madeira seja a herança que explica porque nossos instrumentos também sejam construídos com o mesmo material.
O arco musical foi registrado em pinturas rupestres nas cavernas de Les Trois Freres, na França, há aproximadamente 13.000 a.C.
A imagem abaixo é um fragmento de uma dessas pinturas, que retrata uma criatura meio homem meio animal, com uma miniatura de arco, usando a boca como caixa de ressonância.
Há aproximadamente 12.000 anos a.C., o homem acrescentou um recipiente (normalmente, o crânio de algum animal envolvido em pele, uma cabaça ou um côco) à base do arco de musical, transformando-o num instrumento acústico.
Quando a corda do arco é percutida, o recipiente em sua base vibra, expulsando o ar na mesma frequência da vibração da corda, amplificando o som, tornando possível ouvi-lo mais facilmente.
A evolução do arco musical são o pluriarco e o arco pluritom (ekidongo), que mostram claramente a busca pela complexidade sonora e por mais volume.
Neste
mês temos como sugestão o documentário "Bach e o Legado Luterano". Este documentário faz parte de uma pequena séria
produzida pela BBC sobre a evolução musical. Este episódio nos mostra um dos maiores gênios da música: Johann Sebastian Bach (Eisenach, 31 de março de 1685 - Leizig, 28 de julho de 1750).
Nesta semana temos mais um artigo especial do amigo Luiz Domingues, falando sobre a banda Dusty Old Fingers e uma Opera Rock em homenagem ao ex-guitarrista do Rolling Stone, Brian Jones. Só para lembrá-los que esta é uma coluna em que coloco artigos e matérias escritas por profissionais gabaritados e que serão úteis para os estudantes e apreciadores de música.
Esta resenha e outras matérias maravilhosas podem ser encontradas nos blogs do Luiz. Segue abaixo o link deste artigo e os links dos blogs.
Sou músico e escrevo matérias para diversos Blogs. Aqui neste Blog particular, reúno minha produção geral e divulgo minhas atividades musicais. Como músico, iniciei minha carreira em 1976, tendo tocado em diversas bandas. Atualmente, estou atuando com Os Kurandeiros.
Então vamos a resenha:
Brian Jones, o homem que morre todo dia / Dusty Old Fingers - Por Luiz Domingues
Eu sabia há muito tempo que o jornalista Tony Monteiro era um ótimo guitarrista, pois o conheço desde os anos oitenta e acompanhei seus esforços para se aprimorar ao instrumento. Profissional exemplar no jornalismo musical, era do staff das revistas Roll e Metal, naquela época, e seu texto sempre foi de primeira qualidade.
Reconhecia em seu estilo jornalístico, a similaridade com a crítica musical escrita em veículos da década de setenta, tais como a "Rolling Stone brasileira" e a "Rock, a História e a Glória", onde as grandes feras do jornalismo musical escreviam e fizeram história.
Conheço muitos jornalistas que tocam e considero isso normal, pois a paixão pela música quase que naturalmente os impele para tal. Vendo pelo lado prático, um crítico musical que toca algum instrumento só pode enriquecer a sua escrita, pois mergulha nos meandros da música e naturalmente passa a ter outra visão.
No caso do Tony, no entanto, isso foi além, pois recordo-me bem que já naquela década, era estudioso, e fazia aulas com um guitarrista muito preparado, técnica e teoricamente, levando a sério seus esforços para tocar bem, denotando que não estava esmerando-se só por hobby, ou para enriquecer seus conhecimentos musicais, visando abrir novos horizontes na sua visão sobre a música.
Muitos anos depois, soube que montara uma banda tributo aos Rolling Stones e regularmente via anúncios de suas apresentações pelas casas noturnas de Campinas e cidades vizinhas.
Foi com muito prazer que soube que havia montado uma banda autoral chamada "Dusty Old Fingers", e que lançara um CD, com uma ideia muito bem vinda : um tributo ao mítico guitarrista dos Rolling Stones, Brian Jones, na forma de uma Ópera Rock !
Em "The Man Who Died Everyday", o libreto que criaram conta a vida, obra e morte de Brian Jones, com a exaltação de muitos pontos chave de sua biografia, usando de poesia e referências musicais explícitas para exaltá-las.
O menino que sabia tocar muitos instrumentos, tinha cara de anjo, mas também era irascível; gênio & genioso, intenso e marcante numa década pontuada por tantos talentos, capaz de ofuscar Jagger & Richards...
Brian Jones segundo os biógrafos, foi o catalisador dos Rolling Stones. Foi dele a iniciativa de fundar a banda e dele a escolha dos demais membros. Genial como compositor, multi-instrumentista e performático, chamava a atenção para si com um carisma incontestável. Muitos biógrafos cravam a ideia de que sua genialidade incomodava Mick Jagger & Keith Richards. Charlie Watts e Bill Wyman pareciam não se importar, mas os "Glimmer Twins", supostamente, sim.
Jones mergulhara forte na experiência psicodélica das drogas e chegou num ponto onde ficou difícil permanecer na banda. Já em 1968, dava sinais públicos de que seu estado de saúde não era dos melhores, por conta dos abusos.Contudo, é muito nebulosa a sua saída oficial da banda. Richards passou a namorar Anita Pallemberg, ex de Brian, e isso parece ter azedado de vez a relação entre ambos.
Já tomadas as providências para substituí-lo e com show marcado para a estreia de seu substituto, o guitarrista Mick Taylor, em julho de 1969, estoura a notícia de que Jones estava morto, tendo sido encontrado afogado na piscina de sua mansão.
Essa morte em princípio foi creditada ao seu estado catatônico. Não suicidara-se, mas simplesmente caíra na piscina sem consciência de seus atos, por conta do abuso no uso de drogas alucinógenas. A polícia trabalhou também com a hipótese de assassinato, surgindo um suspeito : um funcionário da manutenção da residência que o empurrara na piscina por motivo torpe. Mas nunca surgiu uma prova incisiva e esse rapaz saiu ileso dessa acusação.
Muitos anos depois no entanto, o rapaz já envelhecido e doente, no seu leito de morte chamou testemunhas e assinou, no seu último ato em vida, a confissão de que sim, assassinara Jones por vingança, num momento de muita raiva, cansado de ser humilhado pelo seu patrão que supostamente o tratava com desdém.
Mesmo com uma confissão formal, essa história ainda sucinta muita controvérsia e nas acaloradas rodas de conversas entre rockers, as opiniões se dividem, com muitos encerrando a questão sobre o tal caseiro ter sido o assassino e outros que suspeitam que ele fora um mero bode expiatório, pago pelo verdadeiro assassino ou pelo mandante do crime.
Verdade ou mentira, o fato é que quando Brian Jones foi encontrado boiando naquela piscina, o Rock começou a morrer junto. Dali em diante, mais três ícones sessentistas que tinham a letra "J" no seu nome, lhe fizeram companhia na tragédia : Jimi Hendrix e Janis Joplin (1970) e Jim Morrison (1971).
Na Ópera Rock composta pelo Dusty Od Fingers, tem momentos muito interessantes para refletir sobre a biografia de Brian Jones.
Logo na primeira faixa, "My Best Enemy", a harmônica nos leva ao Blues, onde tudo começou para Brian Jones. Sua paixão pelo ritmo norte-americano e como isso deu o starting para os Rolling Stones começarem sua carreira de sucesso retumbante. Ali se canta : "I discovered James and Johnson / I discovered I could live my way"...
"The World at my Feet", cujo título já diz tudo, mostra Brian genial, confiante no seu taco e pronto para se tornar um Rock Star, como de fato aconteceu.
Em "Blond Hair, Baby Face", numa bela balada de pegada R'n'B, o deslumbramento das fãs descabeladas que se esgoelavam nas primeiras fileiras dos shows. Ele era um gênio e chamava a atenção pela sua "Baby Face", sem dúvida alguma.
Uma de minhas prediletas é "Librae Solidi Denarii", que conta como a experiência psicodélica fez Jones mergulhar de cabeça nas drogas. A levada lembra-me bastante Frank Zappa e as referências psicodélicas são muitas. Muito boa música mesmo, e para um fanático pelos sixties como sou, assumidamente, é um devaneio.
"Everything That I Want" fala sobre o talento de Brian. O cara que tirava som de qualquer instrumento, com uma percepção musical extraordinária.
"Lost Eyes" é outra faixa excelente. Lembrou-me bastante o Black Crowes, em sua parte A, com pura evocação retrô de muita qualidade. Na letra, Brian começa a perder o controle de sua vida e tudo vai dissipando-se, como um sonho...
"Dirty Hands" é um blues de respeito. Muito bom o riff inicial e melodia, contando a passagem onde uma batida policial feita na sua residência, resultou num processo sobre o porte de drogas.
"Going to Hell" é uma bela balada e na letra, fala sobre a revolta interna de Jones, vendo sua vida indo para o ralo, seus amigos o tratando de forma estranha e o pior estava por vir : perderia a namorada e a sua própria banda...
"A Shadow of Myself" é um desabafo de Jones, numa licença poética plausível, eu diria. O blues rústico e melancolicamente belo, embala tal lamento de um astro que perdera tudo, até a própria vida.
Fechando o álbum, "The Man Who Died Everyday" é pura poesia, falando sobre Brian Jones como o grande artista que nos faz muita falta e que deixou-nos muito precocemente. A canção é uma balada dramática com "cara de Rolling Stones", nada mais apropriado.
Achei incrível o arranjo ao final, com o piano mantendo o tema principal, mas com uma leveza melódica e harmônica, evocando Debussy. O toque melancólico desse piano, encerrando a obra nos leva à reflexão sobre o vazio que Brian deixou para a história do Rock, ao se afogar naquela piscina, num dia de julho de 1969...
O Dusty Old Fingers é uma ótima banda, formada por Tony Monteiro (Guitarra, violão e voz); Rick Machado (Bateria e percussão); Fabiano Negri ( Vocal, guitarra e violão); Joni Leite (Baixo e Harmonica) e Marcelo Diniz (Teclados).
Alguns músicos convidados participaram da gravação do trabalho, como : Cesar Pinheiro (gravou a bateria em todas as faixas, denotando que o baterista oficial da banda, Rick Machado, ingressou depois); Paulo Gazzaneo (Piano) e Sheila Le Du (Vocal).
A concepção das letras, muito bem escritas e com grandes sacadas sobre todos os ponto importantes da vida e obra de Brian Jones são criações do Tony Monteiro. Nesse caso, a caneta forte do jornalista top que ele é, contribuiu com o Tony artista. As canções são do vocalista/guitarrista Fabiano Negri, que revela-se um bom compositor e eclético sobretudo, pois a variedade de influências impressiona.
O baixista Joni Leite fez um trabalho de lay-out extraordinário para o encarte. No caso da capa, a concepção foi de Ben Ami Scopinho. Apesar de ser uma ideia que denota tristeza pela perda de Jones, é muito poética e forte a imagem dos membros da banda à beira da fatídica piscina, em tom de consternação.
Na parte interna, a imagem da guitarra predileta que Brian usava nos Rolling Stones (uma Vox "Teardrop"), mergulhada na piscina, diz tudo e emociona.
O mundo mudou muito, o tempo passou, eu sei. Tirante um nicho de jovens que curtem a Era clássica do Rock e que até surpreende-nos, a grande massa nem sabe quem foi Brian Jones.
Rolling Stones para a maioria, é uma banda de senhores idosos, liderados por Mick Jagger, que ficou famoso por ter tido um filho com uma ex-modelo brasileira e Keith Richards é um velhinho muito parecido com o Johnny Depp caracterizado de pirata do Caribe...
A única música que conhecem, é "Start me up", que consideram a mais "antiga", e "Miss You", que é dançante, e devem achar que se trata de um cover dos Bee Gees...
O que posso fazer diante de uma realidade assim, desoladora ?
Bem, é por essa e por outras que recomendo o trabalho do Dusty Old Fingers, por tratar-se de um documento muito bonito para registrar a vida e obra de um artista genial, como foi Brian Jones.
Gosto imensamente dos Rolling Stones e considero suas duas distintas fases nos anos sessenta e nos setenta, como as melhores enquanto explosão de criatividade e "desbunde", no restrito significado que tal gíria denotava naquelas duas décadas.
Na década de sessenta, com Brian na banda, não foram poucos os momentos de brilhantismo incríveis que os Stones nos legaram.
E Brian Jones era o gênio por trás disso, sem nenhum demérito aos demais componentes da banda.
Se quiser conhecer essa história a fundo, basta pesquisar na internet, nos livros e sobretudo ouvir os discos dessa fase da banda. E recomendo conhecer também o Dusty Old Fingers, com sua Ópera-Rock sobre Brian Jones, "The Man Who Died Everyday", que virou mais um documento importante para registrar a história.
Contato com a banda :
www.dustyoldfingers.com
www.facebook.com/DustOld Fingers
É isso aí pessoal.
Espero que curtam esta resenha do Luiz e principalmente, conheçam o trabalho desta banda.
Segue o vídeo clipe do Dusty Old Fingers no canal do youtube.
Nesta semana temos a transcrição da música "I Saw Her Standing There" da banda The Beatles com o baixista Paul McCartney disponível para os alunos do meu curso de contrabaixo presencial e online.
Para maiores informações sobre o curso entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com
Estamos
de volta com a quarta parte da matéria de harmonia, agora vamos
falar sobre como são classificados os intervalos.
Os
intervalos são contados a partir de uma nota de referência que é
chamada Fundamental ou Tônica. Nos primeiros estudos a fundamental
será a nota Dó.
Uma
escala contém sete notas, nomeadas com um intervalo, a 1ª nota
recebe o nome de Fundamental ou Tônica, segue 2ª (Segunda), 3ª
(Terça), 4ª (Quarta), 5ª (Quinta), 6ª (Sexta) e 7ª (Sétima).
Sendo
a nota Dó a fundamental, a nota Ré será a sua segunda, o Mi a sua
Terça, o Fá a sua quarta, o Sol a sua Quinta, e assim
sucessivamente.
Os
intervalos podem ser maiores, menores, justos, diminutos ou
aumentados.
-
Os intervalos de 2ª, 3ª e 6ª são considerados maiores.
-
Os intervalos de 4ª e 5ª são considerados justos.
-
O intervalo de 7ª é considerado um intervalo menor, a sétima
maior deve ser grafado com a letra
“M” maiúscula ou com o sinal de + ao seu lado.
Veja
abaixo um estudo prático dos intervalos da escala maior.
Estes
intervalos podem ser alterados no sentido ascendente ou descendente.
-
Os maiores quando alterados no sentido ascendente tornam-se
aumentados e descendente tornam-se
menores.
-
Os justos quando alterados no sentido ascendente tornam-se aumentados
e descendente tornam-se
diminutos.
-
O Intervalo de Sétima quando alterado no sentido ascendente é
chamado Maior e descendente é
chamado Diminuto.
Estude com calma toda esta parte teórica, ela será muito importante para o seu desenvolvimento como músico. Intervalo é a chave para entender sobre como ocorrem as relações harmônicas.