quinta-feira, 25 de maio de 2023

Técnicas para Contrabaixo - As técnicas de Les Claypool - Parte 3

 

Olá pessoal!


Nesta semana apresentamos a terceira parte de uma matéria feita para a edição número #41 da Revista Bass Player Brasil sobre o baixista Les Claypool.

Essa matéria faz parte de uma coleção de mais de 240 publicações feitas para revistas de contrabaixo e que eu tenho divulgado aqui no site.

Para ver as outras matérias que publiquei, vocês podem acessar o link

http://www.femtavares.com.br/p/midiaimpressa-fernandotavares-sempre.html

Estas aulas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

Pesquise no site as partes anteriores desta matéria

LES CLAYPOOL


Vale lembrar que eu dividi esta matéria em partes que exploram as principais técnicas utilizadas por Claypool, sempre em busca de entender as suas ideias musicais, a sua linguagem e a sua abordagem peculiar sobre cada técnica. A ideia não é estudar a fundo cada uma delas, pois seria preciso uma enorme quantidade de exercícios e o objetivo principal que é compreender a linguagem do baixista se perderia. Estude cada uma das técnicas separadamente respeitando a ordem dos exercícios, no final de cada tópico temos uma lista com músicas que exploram cada técnica, para facilitar a pesquisa utilizei somente músicas da banda Primus.

Estude com calma, assista ao vídeo no youtube e se ocupe com muita dedicação para entender o universo deste genial baixista.


Vídeo no Youtube



TÉCNICAS ESSENCIAIS

Notas abafadas

A técnica consiste em posicionar os dedos da mão esquerda levemente sobre a corda de maneira que ao executar a nota ela tenha um som percutido. Claypool explora muito estas ideias tanto com o pizzicato, quanto com o slap, além destas ele percuti as notas também com os dedos da mão direita sobre o braço. No exercício 3a  temos uma ideia simples de notas abafadas. O exemplo 3b inverte a posição do abafado colocando-o na cabeça do tempo. O exercício 3c trabalha com a subdivisão de semicolcheia. No exercício 3d o abafado é feito no sentido de baixo para cima explorando a ideia de sweep estudada anteriormente.



Músicas para estudar:

Lacquer Head – do álbum Antipop  (base de voz, sendo executada com a técnica de Slap)
Welcome To This World – do álbum Pork Soda (base de voz)
Pudding Time – do álbum Frizzle Fry (base de voz, sendo executada com a técnica de strumming)

É isso aí pessoal!

Estudem com calma esta primeira coluna, pois no mês que vem voltamos com mais exercícios sobre a técnica de Les Claypool

Abraços!


Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).
É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.
"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"

domingo, 21 de maio de 2023

Teoria e Análise: O Blues como tipo harmônico

 


Olá pessoal!

Nesta semana damos continuidade a nossa coluna de teoria e análise. Diferente das outras colunas deste blog nas quais eu passo estudos teóricos e práticos sobre os assuntos abordados, neste espaço buscamos refletir sobre os conteúdos e instigar novas pesquisas dos leitores.

Vocês podem conferir as duas colunas anteriores em que falo um pouco sobre os modelos de estudos que desenvolvo nos links abaixo:

Coluna 1 - http://www.femtavares.com.br/2023/01/teoria-e-analise-introducao-aos.html

Coluna 2 - http://www.femtavares.com.br/2023/02/teoria-e-analise-jazz-fusion.html

Coluna 3 - http://www.femtavares.com.br/2023/04/teoria-e-analise-esquemas-no-jazz-fusion.html


Estas aulas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

Novamente, ressalto que quando comparo algumas epistemologias musicais nessas colunas que escrevo, não quero mostrar vínculos entre os estilos citados e muito menos em relação aos autores. A ideia sempre é tentar desmistificar o processo de conhecimento teórico para mostrar que os "gênios" - com todas as aspas que o termo merece - são músicos que tinham como grande mérito o domínio das ferramentas disponíveis em seu tempo.

Bom, hoje falaremos de uma sequência extremamente importante e muito utilizada, o Blues de 12 compassos. 

Sempre que passava essa ideia do blues de 12 compassos, tentava sistematizar para os meus alunos as diferenças entre essa sequência harmônica e o Blues como estilo musical. Depois de algum tempo comecei a  demonstrar por meio de uma divisão e subdivisão dos gêneros musicais. 

Vamos pensar que podemos dividir a música em dois gêneros principais, o erudito e o popular. Podemos pegar cada um deles e dividir em estilos, que no caso da música popular, podem ser o Jazz, o Rock, o Country, entre outros, além claro, do Blues.

Nesse caso, o Blues como estilo funciona como um catalizador de diversos parâmetros, não só harmônicos, mas métricos, melódicos, fraseológicos e até de instrumentação que o caracterizará.

Assim, não é só possuir uma determinada sequência harmônica que fará com que uma determinada canção seja um Blues dentro do estilo mais tradicional. Ademais, existem diversas canções de Blues que não possuem sempre a mesma ideia harmônica, mas seguimos adiante para entendermos melhor isso.

Agora, pensaremos em uma subdivisão dentro do estilo blues da qual extraímos a ideia dos 12 compassos e que chamaremos de tipo, que será uma espécie de padrão harmônico que servirá como modelo no blues e que poderá migrar para outros estilos.

Primeiro vamos escutar um blues estilo que se vale do tipo de 12 compassos, a música Laundromat Blues de Albert King.



Agora, vamos escutar uma outra música, a famosa Rock n'Roll do Led Zeppelin.


E por fim, Blue Monk de Thelonious Monk



Ouviram as três?
Agora lhes faço uma pergunta, são músicas do mesmo estilo e que possuem os mesmos parâmetros?
Acho que a resposta será não, certo? Mas o que me fez unir as três canções?
Justamente a questão do blues como tipo em uma figuração de 12 compassos.
A ideia básica deste tipo harmônico é uma estrutura de três seções de quatro compassos em que os acordes são postos da seguinte maneira:

I - I - I - I na primeira seção;
IV - IV - I - I na segunda seção, e por fim;
V - V - I - I na terceira seção.

Estas seções sofrem pequenas alterações em lugares devidamente localizados, ou seja, não são feitos de forma aleatória, o que provavelmente desconfiguraria o tipo. 
Algumas modificações comuns acontecem no segundo compasso da primeira seção com a utilização do IV no lugar do I e que transforma a sequência de 12 compassos em um Fast Change. Depois no segundo compasso da segunda seção é comum a utilização de um #IV°. E por fim, na última seção temos também no segundo compasso a utilização do IV, além de uma variação com o V compasso 12 para chamar o primeiro compasso.
Em síntese podemos dizer que um blues de 12 compassos padrão é o que está acima, mas que pode ser variado da seguinte maneira (variações entre parênteses): 

I - I (IV) - I - I 
IV - IV (#IV°) - I - I 
V - V (IV) - I - I(V)

O Rock tende a manter o tipo de blues o mais próximo da versão original, ou seja, o modelo básico, como em Rock N'Roll, Simca Chambord, Hound Dog, e outras, enquanto o Jazz utilizará a maior quantidade de variações possíveis como em Blues by Five ou Blues for Alice, por exemplo.
 
Agora ouçam de novo as músicas que eu passei e tentem perceber (1) o blues como tipo e (2) as pequenas variações que descrevemos.
  
Não esqueça de estudar os dois modelos de blues que passamos em todos os tons e pelo ciclo de quartas.

É isso aí!

Espero ter contribuído com mais algumas reflexões sobre os modelos harmônicos. 

Abraços e até a próxima coluna!

Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).

É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.

"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Transcrição do Mês - Chic - Good Times

 

Olá pessoal!

Nesta semana temos a transcrição com texto da música "Good Times" da banda Chic que saiu no álbum Risqué de 1979 e conta com o baixista Bernard Edwards.

Durante anos eu escrevi para publicações relacionadas ao contrabaixo. E atualmente trabalho como pesquisador e professor e divulgo as minhas pesquisas nesta área.

Essa música faz parte da minha coleção de transcrições e análises de baixistas de diversos estilos. Ela foi publicada na edição #11, da revista Bass Player Brasil em Agosto de 2012.


Chic - Good Times

Álbum: Risqué (1979)

Baixista: Bernard Edwards

Transcrição: Fernando Tavares

A música “Good Times” escrita por Bernard Edwards e Nile Rodgers é uma das canções mais conhecidas da música pop e isso se deve muito a sua linha de contrabaixo, uma das mais tocadas por contrabaixistas pelo mundo afora.

A música foi construída basicamente com duas linhas de baixo, sendo estas repetidas e variadas a todo o momento, mas sempre utilizando a estrutura base nas repetições.

A primeira linha equivale ao refrão e todas as partes da música, exceto a base de voz. Como exemplo podemos tomar o trecho compreendido entre os compassos 5 e 8, ele é a linha que o baixista mais repete durante toda a música e a partir dela cria variações. Ela foi construída sobre a escala de Mi menor dórico (escala obtida a partir do II Grau da escala de Ré Maior), e o baixista utiliza contratempos e um staccato martelado, este tipo de staccato é mais acentuado que o staccato simples e ele corta ¾ do som da nota, ou seja, a semínima com este sinal passa a valer ¼ de tempo, este tipo de escrita é utilizada para não poluir a partitura. A escala é tocada de forma ascendente desde a fundamental até a sua oitava. No terceiro compasso é tocada a fundamental do acorde e no quarto compasso do trecho o baixista utiliza uma variação com a quinta do acorde (a 5ª do acorde de Dmaj7 é a nota lá), sendo esta utilizada como nota pedal e a frase é articulada utilizando as notas da escala de Ré Maior, neste compasso o baixista sempre utiliza frases diferentes nos dois últimos tempos, sendo que a frase mais utilizada é a que esta transcrita no compasso 8.

No compasso 18 é apresentada a base de voz, nela o baixista explora os mesmos elementos da base anterior, criando uma variação com a Fundamental, a Sétima menor e a Oitava do acorde de Em7. No terceiro compasso do trecho o baixista toca a Fundamental do acorde e uma pequena variação com sua Quinta grave. 

Basicamente a música é formada com estes elementos, mas as variações criadas pelo baixista e o som seco do pizzicato de Edwards é que fazem desta linha um grande clássico do contrabaixo. Estude e preste atenção a execução precisa do baixista e a duração de cada nota para tirar o suingue necessário. 

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Esse conteúdo faz parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com

Bons estudos e até a próxima coluna!

Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).
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terça-feira, 16 de maio de 2023

Artigo Acadêmico - Novas Arquiteturas Pedagógicas para o Ensino da Música: um campo interdisciplinar de formação

 Olá pessoal!


Estou aqui hoje para apresentar o artigo acadêmico "Novas Arquiteturas Pedagógicas para o Ensino da Música: um campo interdisciplinar de formação" apresentado no I Congresso de Ensino em Comunicações, Informação e Artes no eixo “Processos Criativos e Formação para a Cidadania” entre os dias 16 e 18 de Outubro de 2019. O Artigo foi escrito ao lado de Diósnio Machado Neto e Maria Eliza Mattosinho Bernardes.

Evento: I Congresso de Ensino em Comunicações, Informação e Artes

Período do Evento: 16 a 18 de Outubro 2019.

Local: Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo


Resumo do artigo

Novas Arquiteturas Pedagógicas no Ensino da Música é um projeto no campo da extensão universitária que tem como objetivo geral o desenvolvimento de reflexões sobre o ensino da música por meio da musicologia. Problematizando o movimento histórico de transformação da mediação no campo das artes, na qual a pedagogia do ensino da música se insere, vislumbra-se construir ferramentas para a formação de uma cidadania crítica e do desenvolvimento humano. Especificamente o projeto trata discutir o campo de formação continuada de professores de música, de cunho interdisciplinar, que se organiza a partir da unidade entre a lógica dialética e a elaboração de instrumento pedagógico por meio de dois eixos: a musicologia e a organização do ensino de cunho desenvolvedor, fundamentado no enfoque histórico-cultural. A metodologia de ensino aborda a concepção da flexibilidade de tempos e espaços, visando desenvolver novas arquiteturas pedagógicas ativas de ensino e de aprendizagem da música, com a utilização de conceitos como Blended Learning, métodos musicais criativos e, sempre que necessário fazer o uso de TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) e TDIC (Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação) no planejamento e execução dos conteúdos. Neste momento a proposta encontra-se em fase de organização inicial, com um planejamento flexível em colaboração com a Universidade de Évora (PT).


PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Música, Musicologia, Interdisciplinaridade, Formação de professores.

Para ler o artigo: Clique aqui

Para citar o artigo: TAVARES, Fernando; MACHADO NETO, Diósnio; BERNARDES, Maria Eliza Mattosinho. Novas arquiteturas pedagógicas para o ensino da música: um campo interdisciplinar de formação. In: I CONGRESSO DE ENSINO EM COMUNICAÇÕES, INFORMAÇÃO E ARTES, 1., 2019, São Paulo. 2019. p. 1-10.

Abraços e até a próxima coluna!


Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).
É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.
"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
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quinta-feira, 11 de maio de 2023

MKK BASS SESSIONS - Programa #20 - Baixistas canhotos

Olá pessoal!


Eu produzo e apresento um programa totalmente voltado ao contrabaixo na MKK Web Radio (https://mkkwebradio.com.br/) às terças 22:00. O programa já teve mais de 80 edições e assim, decidi apresentar aos ouvintes os programas anteriores para os quais fiz alguma pesquisa.

Vocês podem ouvir todos os programas no spotify ou no mix cloud, os links estão abaixo:

https://www.mixcloud.com/discover/


No programa 20 tivemos um especial com baixistas que tocam com o baixo invertido, pois temos diversos baixistas canhotos que não invertem o baixo.

Como sempre, temos baixistas brasileiros e internacionais que se consagraram neste segmento,

Lembrando que o programa inédito sempre vai ao ar quinzenalmente nas terças às 22:00 com reprise aos domingos às 20:00 pela MKK Web Radio.

Estas pesquisas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com


Paul McCartney

Vamos abrir este programa com um dos canhotos mais famosos do mundo e que mudou o seu estilo no decorrer da sua carreira. Claro que estamos falando de Paul McCartney, que além disso é também um dos compositores mais importantes da história da música popular.

Para este especial escolhemos a canção "I Want You (She's So Heavy)" do álbum Abbey Road de 1969, prestem atenção nas frases que Paul faz sempre que sobra um espaço nas frases de guitarra e voz. Além disso na ponte tem uma frase fantástica de baixo nas pausas dos instrumentos.

Esta música foi composta por John Lennon e fecha o lado A da versão em vinil


"Jerry" Casale

Agora vamos escutar uma das banda mais legais dos anos 80, o Devo que conta com Gerald Vincent "Jerry" Casale no baixo. Além de baixista, era o compositor e letrista principal da banda, diretor de vídeo-clipes e vinicultor americano.

Como diretor ele dirigiu bandas como The Cars, Rush, Foo Fighters, Soundgarden e Silverchair, entre outros.

Em 2005 iniciou a sua carreira solo, paralelo ao Devo com o projeto Jihad Jerry & the Evildoers .

A música que escolhemos para este especial é “Be Stiff " que é o terceiro single da banda de new wave americana que foi lançada em 1978. A linha do baixo é bem legal e tem um um groove bem interessante.


Jimmy Haslip

Agora temos o baixista Jimmy Haslip que é um dos grandes nomes do fusion e tocou durante muito tempo com a banda Yellowjackets, que além do nome, também tem o som muito legal. Ele foi um dos primeiros músicos a aderir ao contrabaixo de cinco cordas.

No final dos anos 1970, Haslip montou a banda junto com o famoso guitarrista Robben Ford, com quem tocou também em seu trabalho solo. Além deles, o Yellowjackets tinha o tecladista Russell Ferrante e o baterista Ricky Lawson.

O álbum de estreia do Yellowjackets foi lançado em 1981 e Haslip participou da banda até o ano de 2012.

Mesmo mantendo a banda na ativa por anos, o baixista sempre trabalho com outros músicos, tanto como músico de estúdio, quanto como sideman.

Entre os artistas com quem gravou temos entre vários Bobby McFerrin, Marylin Scott, Michael Franks, Anita Baker, Jeff Lorber e o monstro Allan Holdsworth.

Vale a pena olhar no youtube a participação de Haslip em um show com Allan..a performance do baixista é sensacional.


Para o especial de hoje escolhemos a música The Vilage Church do 13º álbum de estúdio da banda chamado Club Nocturne e lançado em 1998. Este álbum foi indicado para o prêmio Grammy de "Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo".

Prestem atenção no fraseado do baixista. Jimmy é um baixista muito legal de se escutar heim. 

A formação do Yellowjackets neste álbum conta com Russell Ferrante nos teclados, Will Kennedy na bateria e Bob Mintzer sax, além, claro de Jimmy.


Zéli Silva

Agora vamos falar e escutar um canhoto brasileiro, que é o sensacional Zéli Silva.

Zéli é compositor, contrabaixista e professor e tem um extenso e respeitado trabalho na música instrumental brasileira. 

Ele lançou um álbum chamado “Reviravolta” em 2020 com o seu quarteto e que conta com diversas participações especiais. 

Ele tocou com o grupo de Jazz e Música Brasileira chamado Terra Brasil e além disso, participou de trabalhos com Badi Assad, Osvaldinho do acordeon, Rosa Passos, Zé Menezes, Arismar do Espírito Santo, e muitos outros.

Para o especial escolhemos a canção Sabe lá do álbum Agora é sempre” de 2017

Este álbum tem canções e parcerias do baixista com letristas como Arnaldo Antunes, Simone Guimarães, Taciana Barros, entre outros. Nesta música temos a participação de Vanessa Moreno.

O quinteto base é formado por Fernando Corrêa na guitarra, Edu Ribeiro na bateria, Moisés  Alves no piano e Vitor Alcântara no sax e flauta, além de Zéli.


Jennifer Leitham

Vamos escutar agora uma baixista de jazz e canhota que é Jennifer Leitham. 

A Jennifer além de baixista é cantora e compositora. Também é arranjadora, letrista e produtora. e tem diversas linhas de baixo em vários filmes e programas de TV.

A baixista tocou com músicos como Mel Tormé, Peggy Lee, George Shearing, Woody Herman, Benny Carter, Louis Bellson, entre outros. Tocou em mais de 140 álbuns e tem 11 álbuns autorais. 

Para o especial de hoje escolhemos a canção Turkish Bizarre do álbum The Real Me de 2006. O trio é formado por Jennifer, Josh Nelson no piano e Randy Drake na bateria. Essa música tem um solo de baixo bem legal e uma linha toda quebrada, é muito legal mesmo.


Danielle Nicole

Na sequencia escutamos outra baixista canhota, a talentosa Danielle Nicole.

Nicole começou a cantar blues com os seus pais quando era jovem e passou a trabalhar com música em tempo integral por volta dos 20 anos.

Em 2015, ela lançou seu primeiro Cd, intitulado "Wolf Den" e que foi gravado em Nova Orleans com Anders Osborne.  

Ela foi a primeira mulher, a ser nomeada e também a ganhar um Prêmio da Blues Foundation na categoria de Instrumentista ~ Baixo.

O seu terceiro álbum"Cry No More" foi indicado ao Grammy de 2019 na categoria "Álbum de Blues Contemporâneo", ela ganhou diversos outros prêmios. Escolhemos uma música deste álbum para nosso especial intitulada Save Me e que conta com o guitarrista Kenny Wayne Shepherd.

Veja no vídeo abaixo uma performance dela com sua banda.


Doug Pinnick

Um baixista muito legal é Doug Pinnick do King’s X. Ele foi indicado pelo nosso ouvinte e super amigo Alberto Lima.

O Doug, além de baixista é compositor e co-vocalista desta conhecida banda de hard rock e metal progressivo. Ele tocou em 15 álbuns do King's X e tem quatro álbuns solo. 

A banda americana gravou o seu primeiro álbum em 1988 e combina heavy metal, progressivo , funk e soul e tem os arranjos vocais influenciados pelo gospel  e blue

Para este especial deparamos a música Over my Head lançada no segundo álbum da banda "Gretchen Goes to Nebraska" de 1989 que é um álbum conceitual baseado em um conto escrito pelo baterista Jerry Gaskill.


Mingau

Agora vamos falar de Rinaldo Oliveira Amaral, mais conhecido como Mingau.

O baixista começou sua carreira como guitarrista da banda Ratos de Porão entre 1982 e 1985 e hoje ele é famoso por ser membro da banda Ultraje a Rigor, além de tocar com a banda Vega.

Para o especial de hoje separamos uma das músicas mais emblemáticas dos anos 80 e muito vinculada aos paulistanos, a música São Paulo da banda 365. 

Ele formou a banda com Miro de Melo que era o baterista, com o guitarrista Ari Baltazar e Finho na voz. Em 1989 ele saiu da banda  e foi para o Inocentes.


Paul Gray

Para encerrar o nosso programa de hoje temos o baixita Paul Gray da banda Slipknot e que era o famoso número 2, além de ter sido um dos fundadores da banda. O baixista faleceu em 2010.

Para o nosso programa separamos a música Duality do terceiro álbum de estúdio da banda "The Subliminal Verses" que foi lançado em 2004.

Este álbum foi produzido por Rick Rubin e influenciou uma geração de músicos.

Não dá para falar desta música sem falar da bateria, que é uma das linhas mais legais dos anos 2000.

Em relação ao nosso instrumento, a linha do baixo é bem legal com algumas frases dobrando as linhas de guitarra e muitos contratempos e aquele som bem pesado, característicos das bandas do estilo.


É isso aí pessoal!

Espero que escutem o programa.

Lembrando que o programa inédito sempre vai ao ar nas terças às 22:00

Abraços e até a próxima!

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Baixista do Mês - O Estilo de Billy Sheehan - Parte 1

 


Olá pessoal!


Nesta semana apresentamos a primeira parte de uma matéria feita para a edição número #5 da Revista Bass Player Brasil sobre o sensacional baixista Billy Sheehan que tocou com diversas bandas, sendo que ficou famoso por ter trabalhado com Steve Vai e David Lee Roth e nas bandas Talas e Mr. Big. Atualmente toca, entre outros trabalhos, com o The Winery Dogs, que é um power trio de rock formado por Sheehan, Mike Portnoy (Bateria) e Richie Kotzen (Guitarra e Voz).



Essa matéria faz parte de uma coleção de mais de 240 publicações feitas para revistas de contrabaixo e que eu tenho divulgado aqui no site.


Para ver as outras matérias que publiquei, vocês podem acessar o link

http://www.femtavares.com.br/p/midiaimpressa-fernandotavares-sempre.html


Estas aulas são parte de um acervo produzido pelo autor e que estão relacionadas as suas pesquisas sobre contrabaixo, análise e teoria musical.

Para maiores informações entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com


O estilo de Billy Sheehan – Parte 1


Nascido William "Billy" Sheehan em 19 de março de 1953 é considerado um dos mais baixistas mais importantes do Hard Rock nos anos 1980. Ele tocou com Steve Vai e David Lee Roth e nas bandas Talas e Mr. Big.

Ele tem diversas peculiaridades técnicas como a utilização de três dedos na técnica de pizzicato, os tappings no estilo do guitarrista Van Halen, enre outras.

Nesta matéria escrita originalmente para a revista Bass Player Brasil, o estilo de Sheehan é mostrado em 14 trechos de canções de diversos álbuns do Mr. Big e de outros trabalhos. Neles buscamos mostrar todas as variações técnicas e melódicas utilizadas pelo músico. A matéria está dividida em três partes para facilitar o estudo daqueles que acompanham as colunas no site.


Exemplos


Addicted to That Rush 1 – do álbum Mr. Big – Mr. Big

Neste primeiro exemplo temos um padrão da técnica de Two Hands que é muito utilizado por Billy Sheehan. Nele o baixista utiliza duas notas (Lá e Sol) tocadas de forma alternada com os dedos da mão direita e mão esquerda. A primeira nota (Lá) é tocada com um dos dedos da mão direita (Sheehan utiliza o indicador), em seguida faz um Pull-off para a nota Sol, depois um hammer-on para a nota Lá e para finalizar, outro Pull-off para a nota Sol.



Addicted to That Rush 2 do álbum Mr. Big – Mr. Big

Mais uma parte com a técnica de Two Hands nesta música. Neste trecho temos uma passagem um pouco mais complexa, pois existe uma variação maior de padrões. O passo a passo tem o primeiro padrão tocado com o (Mi bemol) pelo dedo indicador da mão direita – chamamos de Tapping e é indicado com o sinal de + - seguido por um pull-off para a nota Dó, mais um Tapping (Ré), seguido com um pull-off para a nota Dó e em seguida outro pull-off para a nota Lá, este padrão é repetido mais uma vez para completar um compasso, e perceba que o segundo compasso é uma repetição do primeiro. No terceiro compasso do trecho, o padrão é similar ao primeiro, mas mudam-se algumas notas. Nos outros compassos este padrão é alterado, preste atenção aos sinais de ligado, Tapping e Slide, eles são importantes para a execução correta do exemplo.



Alive And Kickin’ do álbum Lean Into It – Mr. Big

Este exemplo corresponde a ponte que antecede o solo e é feita em uníssono pelo Baixo e a Guitarra. A partir do compasso 10 temos a base do solo de Guitarra e nele o baixista antecipa a primeira nota em todos os compassos ao executá-las na última colcheia do compasso anterior. O trecho está em Mi menor e para construí-lo foi utilizada a escala Blues de Mi Menor com a adição da sexta de Mi (Dó#) nos compassos ímpares da ponte. A base do solo foi toda construída com a Penta de Mi Menor. Neste exemplo é necessária uma atenção maior com os bends indicados com ½ ou ¼, estes indicam qual a sua elevação, tente treinar a afinação destas notas.



Colorado Bulldog 1 do álbum Bump Ahead – Mr. Big

Na introdução desta música são tocadas as notas da Pentatônica de Mi Menor com um padrão por quintas, ou seja, ele toca uma nota da penta e seu respectivo intervalo de quinta dentro da escala. A grande dificuldade deste trecho está na execução das tercinas de semicolcheia em um andamento bem rápido 134 bpm. O baixista sempre utiliza o pizzicato com três dedos.



Colorado Bulldog 2 do álbum Bump Ahead – Mr. Big

A base de voz desta música soa parecida com um Walking Bass, que é uma tradicional condução do Jazz. Duas considerações nesta parte são: (1) que ela e executada em colcheia swingada, perceba o sinal do início da pauta. A segunda consideração é em relação as notas utilizadas que fazem parte da escala Blues de Mi Menor. Em todas as bases de voz são utilizadas variações nesta linha com estas ideias. Por fim, existe um Tapping feito por Billy Sheehan no quarto compasso do trecho utilizando os dedos indicador e médio sobre as notas Ré e Sol, respectivamente, e depois sobre as notas Ré Sustenido e Sol Sustenido.



Esta é a primeira parte da coluna deste grande baixista do hard rock.

Lembrando que esta matéria foi publicada originalmente na edição 5 da revista Bass Player Brasil.

Abraços e até a próxima coluna!


Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).

É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.

"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001

"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"