Olá pessoal!
Fui indicado na categoria melhor baixista no site da Roadie Crew.
https://roadiecrew.com/melhores-de-2019/?fbclid=IwAR3CIxa0oIhM1fk6taaq5ttc4okmrOw9cHPGNuPVAL6AaB_DLsk2x4iiL_U
O álbum que eu compus e gravei ao lado dos amigos Pedro Esteves, Nuno Monteiro e Anderson Alarça do Dead Man Walking foi indicado na categoria de melhor álbum nacional, assim como nós fomos indicados para os prêmios individuais.
Votem lá nas categorias melhor álbum nacional, melhor vocalista, melhor guitarrista, melhor baixista e melhor baterista.
Para quem quiser escutar o álbum, ele se encontra neste link:
Spotify: https://open.spotify.com/album/2qTNaMqLfdGdfBvAatH1pQ
CD Baby: https://store.cdbaby.com/cd/deadmanwalking
Abraços!
sexta-feira, 27 de dezembro de 2019
domingo, 22 de dezembro de 2019
Boas festas e um feliz 2020!
Olá amigos do site/blog!
Gostaria de agradecer a todos que passaram pela minha vida neste ano e em especial aos amigos que estiveram comigo lado a lado, minha querida esposa, minha família, o pessoal do LAMUS e do LEDEP e do Medusa Trio pela companhia na estrada e no palco.
É isso aí, no ano que vem teremos mais novidades por aí, continuem de olho no site e nas redes sociais.
Grande Abraço!!!!!
Estou aqui para desejar a todos os amigos que acompanham as postagens por aqui, ótimas festas e um ano de 2020 cheio de realizações, amor e felicidade para todos.
Busquem fazer aquilo que lhes dá o maior prazer possível, amizades vem e vão, assim como trabalhos, sendo que alguns terminam para podermos começar outros. Mas se vocês sempre estiverem envolvidos com aquilo que gostam, será sempre o melhor que você pode fazer.
Neste ano finalizei a minha especialização em Docência na Educação a Distância na UFSCar e inicie o meu mestrado na USP. Fiz shows em diversas cidades com o Medusa Trio, viajei para me apresentar em um congresso internacional pela primeira vez e tive muitas outras experiências sensacionais.
No ano que vem, já tenho alguns projetos planejados e farei o máximo esforço para executá-los...
Neste ano finalizei a minha especialização em Docência na Educação a Distância na UFSCar e inicie o meu mestrado na USP. Fiz shows em diversas cidades com o Medusa Trio, viajei para me apresentar em um congresso internacional pela primeira vez e tive muitas outras experiências sensacionais.
No ano que vem, já tenho alguns projetos planejados e farei o máximo esforço para executá-los...
Gostaria de agradecer a todos que passaram pela minha vida neste ano e em especial aos amigos que estiveram comigo lado a lado, minha querida esposa, minha família, o pessoal do LAMUS e do LEDEP e do Medusa Trio pela companhia na estrada e no palco.
É isso aí, no ano que vem teremos mais novidades por aí, continuem de olho no site e nas redes sociais.
Grande Abraço!!!!!
quinta-feira, 19 de dezembro de 2019
Sugestão do Mês - Bass Player Brasil #15 - Cliff Burton
Olá pessoal!
Estou aqui hoje para falar sobre as matérias de capa da Revista Bass Player Brasil das quais participei na construção e elaboração. Estas matérias eram feitas pensando no melhor desenvolvimento do estudante de contrabaixo, sendo que nelas, eu buscava transmitir informações teóricas e práticas de uma maneira bem leve e que proporcionasse um melhor aprendizado. Estas matérias são acompanhadas de vídeo e se transformam em verdadeiras videoaulas dos assuntos abordados.
Na edição #15, eu fiz uma matéria com 25 exemplos de músicas do Metallica para dissecar toda a técnica e características do baixista Cliff Burton. Além disso, tem uma videoaula para quem quiser aprender e desvendar todos os segredos deste mestre do contrabaixo.
Vídeo
A edição
Neste link vocês podem visualizar as matérias que saíram nesta edição:
Bons estudos e até a próxima!
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terça-feira, 17 de dezembro de 2019
Transcrição do Mês - Rush - Tom Sawyer
Olá Pessoal!
Nesta semana temos a transcrição da música "Tom Sawyer" da banda Rush disponível gratuitamente no meu site.
Rush - Tom Sawyer
Link para Transcrição Completa - Clique abaixo
Esta transcrição faz parte de um acervo com mais de 1000 tablaturas/partituras que são usadas como material de apoio nas aulas do meu curso de contrabaixo presencial e on-line.
Para maiores informações sobre o curso entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com
Bons estudos e até a próxima coluna!
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sábado, 14 de dezembro de 2019
Apostilas de Contrabaixo Fernando Tavares
Olá pessoal!
O estoque de livros está renovado.
São diversas apostilas e songbooks que auxiliarão no seu estudo de contrabaixo.
Maiores informações sobre os livros no link http://www.femtavares.com.br/p/livros-e-songbooks.html
Vendas e informações pelo e-mail: femtavares@gmail.com e pelo mercado livre nos endereços postados abaixo da publicação.
Livros que lancei:
- Método de Contrabaixo - Básico - Volume 1
- Método de Contrabaixo - Básico - Volume 2
- Padrões Melódicos para Contrabaixo
- Songbook Classic Rock (Transcrições de Contrabaixo - Partitura + Tablatura + Cifra)
- Songbook Rock Nacional (Transcrições de Contrabaixo - Partitura + Tablatura + Cifra)
- Songbook Jazz Rock Fusion (Transcrições de Contrabaixo - Partitura + Tablatura + Cifra)
- 50 Temas de Jazz para Contrabaixo (Melodia + Cifra)
Abraços e bons estudos!
O estoque de livros está renovado.
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quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
Artigos & Resenhas - Que Seja Infinito Enquanto Vivo / Klatu - Por Luiz Domingues
Olá pessoal!
Estamos de volta com mais uma coluna Artigos e Resenhas aqui no nosso site. Dessa vez o sensacional Luiz Domingues nos fala sobre o álbum "Que seja infinito enquanto vivo" da banda Klatu.
A matéria original pode ser encontrada neste link.
Lembrando que o nosso amigo possui três blogs diferentes que estão nos links abaixo.
Um breve release do Luiz feito pelo próprio:
Sou músico e escrevo matérias para diversos Blogs. Aqui neste Blog particular, reúno minha produção geral e divulgo minhas atividades musicais. Como músico, iniciei minha carreira em 1976, tendo tocado em diversas bandas. Atualmente, estou atuando com Os Kurandeiros.
Sem mais, vamos ao texto do Luiz:
Que Seja Infinito Enquanto Vivo / Klatu - Por Luiz Domingues
O Klatu é uma banda de muitos predicados, isso é inegável. Já tive a oportunidade de elencar suas qualidades artísticas, em matéria escrita tempos atrás neste meu Blog 1, quando estabeleci uma resenha "mezzo" biográfica dessa banda, falando de seus discos até então lançados (“Em Busca do Rock Infinito”, de 2008 e “Um Pouco Mais Desse Infinito”, de 2013”), além de sua trajetória em torno desse conceito contínuo do mote sobre o “infinito”. Pois agora, 2017, o Klatu lança o terceiro álbum e fecha a sua trilogia temática, mostrando-nos “Que Seja Infinito Enquanto Vivo”. Antes de avançar na resenha cabe ressaltar que não trata-se de um álbum ao vivo, como talvez o leitor possa ser sugestionado a deduzir pelo seu título. É “vivo” no sentido do antônimo de “morto”, embora no âmago da obra, a ideia seja fazer a opção pelo meio termo entre as duas condições, falando do dito zumbi, o “morto-vivo”. Contudo, não em sentido fantasmagórico, evocando a literatura clássica do terror, mas usando e abusando da metáfora do zumbi no intuito de criticar os rumos atuais da sociedade moderna e suas múltiplas formas de condicionamento e manipulação da parte das ditas “forças ocultas”, que aliás, nem tão ocultas o são na atualidade.
Para início de conversa, o Klatu assume que esse seu terceiro disco é uma “Opera Rock”, fechada num tema único e com suas canções seguindo o libreto de uma história. Não é para qualquer um aventurar-se num conceito mais ambicioso desse porte, mas o Klatu amadureceu muito, e banca-se nessa ousada iniciativa, pelo que ouvi e li no decorrer do novo disco. E para provar o que digo, já menciono um dado criativo ao extremo em se considerando tratar-se de uma obra temática : apesar dessa estrutura, o Klatu quebra o protocolo e no libreto, não há personagens estabelecidos. Trata-se da história de um homem, e a pergunta é inevitável : que homem ? Pois é, uma espécie de “alma mater” onde cada ouvinte / leitor pode identificar-se a vontade e até vestir sua armadura ou carapuça, como queira. Essa representação da humanidade canta o que sente e vê, e nesse aspecto, o que enxerga é sombrio, falando de uma sociedade que oprime e esmaga as individualidades; desdenha dos sonhos, e oferta apenas o pesadelo como opção concreta. Para sair dessa, só morrendo ou tendo um absoluto lampejo de loucura e arrojo ao romper com tudo. O cerne da questão é esse, a extrema manipulação e entenda o óbvio, ou seja, a massificação bovina a serviço de uns poucos interessados em que a sociedade permaneça nesse estado de coisas. O clamor em si não é uma novidade, mas a maneira artística pela qual o Klatu expôs tal conceito, aí sim, é bastante criativo. Nada é mais significativo para ilustrar o filme de zumbis em que vivemos no cotidiano, do que verificarmos pessoas nas ruas, absortas pela ação hipnótica de seus “smartphones” e é por aí que o Klatu critica fortemente a ação dos marqueteiros; “formadores de opinião”, governos e mídia, e nessa lógica, parece que a internet, que na prática deveria ser livre, acaba por tornar-se mais uma arma de manipulação sórdida. A quem devo apoiar agora ? Vou bater minha panelinha na varanda gourmet do meu apartamento a favor de A ou B ? Tanto faz, pois você já "dançou" só por ter obedecido a ordem para ser um "percussionista útil", digamos assim...
O núcleo ativo do Klatu : Leco Peres & Carol Arantes
Sobre a obra em si, o amadurecimento do Klatu também mostra-se concreto. O dois discos anteriores são ótimos, mas neste terceiro, é nítida a firmeza adquirida, com o benefício da experiência acumulada. Agora assumido como um duo, através do casal Leco Peres (baixo; voz e percussão), e Carol Arantes (voz e percussão), o Klatu recrutou músicos de apoio de alto nível e o resultado sonoro impressiona pela qualidade. Todas as faixas tem um apontamento sobre o desencadeamento da história contada, mas é muito sutil, a expressar um sentimento, tão somente.
Na primeira faixa, o conceito do “espaço / tempo” , anuncia a canção denominada “Sobrevivendo”. Tema instrumental e curto, tem a função clara de ser uma “Overture”, típico recurso da tradição das óperas convencionais, e também usado em diversas “Óperas-Rock” famosas nos anos 1960 / 1970 (“Tommy”; “Quadrophenia”; “Victoria”; “Jesus Christ Superstar” etc). Com uma intervenção forte de bateria em ritmo tribal e teclados com timbres modernos, lembra algo Techno com remota raiz no “Krautrock” dos anos setenta. A destacar-se, um riff forte de orientação Hard Rock e um solo de guitarra sucinto, mas de arrepiar.
“A ameaça” claramente denota o personagem em momento de alerta ao deparar-se com a realidade perigosa em que cerca-se. A canção chama-se “Terra de Zumbi” e claro, a alusão dá-se pelos milhões de seres controlados pelas corporações que norteiam a sociedade massacrante e trata-nos como meros códigos de barras ambulantes e “consumidores” de alguma coisa, para o benefício deles, exclusivamente. Com clima de balada, lembra o Pink Floyd em alguns aspectos. Gosto das delicadas tessituras harmônicas realizadas pelas guitarras e com detalhes bem bacanas, entre os quais o uso de caixa Leslie, sempre agradabilíssima. Gostei muito de um riff mais pesado, lembrando bastante a maneira pela qual o Jethro Tull expressava volúpia ao passar da docilidade Folk para o Hard Rock. Acho que o Klatu acertou nessa transição também.
Na letra, Carol escreveu versos fortes. Destaco:
“Marionetes, manipulados,
sorrisos falsos, desesperados,
morrendo todos os dias sem perceber”...
Chega a terceira canção e o momento da história é o da “epifania”. Hora de sonhar livremente e assim, a canção “Livre Sonho Deszumbizante” é quase uma súplica, de quem tomou consciência do massacre externo e clama por liberdade. Impossível não notar que exista uma intenção em estabelecer um acróstico nesse título e isso remete aos anos sessenta em múltiplos exemplos (“Lucy in the Sky With Diamonds”; “Lindo Sonho Delirante” etc), portanto, drogas a parte, saudade do tempo em que muita gente mostrava-se interessada em empreender esforços em prol do dito “Open Mind / Mind Expansion” e no caso, o personagem tem essa epifania atualmente, ou seja numa época muitíssimo mais hostil e fechada para tais ideais. A canção é boa, tem um swing meio “sixties” no formato da sua parte A, embora predominem timbres modernos e não haja a preocupação de soar “retrô” deliberadamente. O final da música tem uma clara influência do Rock Progressivo setentista, e ouso dizer, reveste-se de uma aura do Gentle Giant. Ao cantar:
"Esse sonho é um pouco mais que real
e o caminho é interdimensional
retomar aquele velho ideal
do acorde gravitacional”, traduz bem a epifania proposta.
Na quarta faixa, uma crítica interessante. Sabe aquele sujeito bem intencionado, mas que no fundo está tão equivocado quanto o ardiloso que sabe o que está fazendo ? Pois é, tem muita gente nessa condição, nadando a favor da maré imposta, todavia, achando que tem senso crítico e consciência; independência de ideias etc e tal, mas na verdade está na vala comum dos manipuláveis, aquele tipo de ser humano “bonzinho” que vai às ruas para clamar pela moralidade na política, mas usando uma camiseta com o distintivo de uma das instituições mais corruptas do planeta, porém, lógico, é um inocente e nem sabe disso na prática... na letra, isso é explícito:
"e de repente eu me deparo
um coletivo muito legal
parecem certos, inteligentes
são os melhores para nos salvar”...
Nessa canção, chamada “Volta à Terceira Dimensão”, a ideia lançada é a do “conflito”, ou seja, o choque do personagem após a epifania da faixa anterior, ao deparar-se com a dura realidade telúrica. Mais uma vez senti influência forte do Krautrock setentista logo no início, e doses maciças de Rock Progressivo, novamente evocando o Gentle Giant e o Jethro Tull. São partes mais pesadas, com um pé no Hard Rock. Parecem aqueles interlúdios mais vigorosos dentro de obras como “Three Friends” e “Thick as a Brick”. E tem também uma menção ao Jazz, com o baixo fazendo um andante clássico do gênero ao seu final.
“A coligação” é o clima da quinta faixa, denominada “Zumbis do Bem”. Sim, existem os que tentam debelar-se, porém inevitavelmente fecham-se em “clubinhos” iniciáticos; exclusivos etc etc. Na prática, pensam estar ajudando, mas com esse tipo de mentalidade, mais são desagregadores. Uma pena. Na sonoridade, essa canção remeteu-me ao som dos artistas da chamada “Vanguarda Paulista” do início dos anos 1980. Com brasilidade e atitudes jazzísticas proeminentes, a canção traz harmonia com dissonâncias e quebradeira rítmica generalizada, lembrando o som de Itamar Assumpção & Isca de Polícia; Arrigo Barnabé e sobretudo o Grupo Rumo, ainda mais em associando-se a voz de Carol Arantes com Ná Ozetti; Suzana Sales e / ou Vânia Bastos.
O momento é de “reação” e a canção “Antes Só”, mostra a tomada de consciência do personagem, levando-o a fazer crer que o negócio é contar com suas próprias forças. Dura realidade, eu sei, mas se chegamos nesse ponto, o negócio é lembrar do Paulo Vanzolini, isto é : não chore, mas levante; sacuda a poeira, e dê a volta por cima...
Mais uma vez o Klatu recorre à um riff com ritmo todo quebrado, mostrando sofisticação na composição e uma parte mais pesada que lembrou-me o Bachman Turner Overdrive, porque traz o elemento Pop também, marca registrada daquela boa banda canadense.
O personagem, através da voz de Carol Arantes dá o recado quando diz: “ prefiro seguir sozinho do que não me mover”. Muito bom, apesar dos pesares, ainda tem um pingo de humanidade dentro desse combalido zumbi pós moderno.
“O vislumbre” é o sentimento e o nome da canção, “Hora de Acordar”. Aqui, o recado é instrumental e trata-se de um tema versado pelo Jazz-Rock setentista, bem naquela ideia da pegada Rocker x swing da Black Music. Parece música de um disco qualquer do “Return to Forever”, impressiona pela técnica e balanço.
Hora de dar nome aos bois, o grande “Leviatã Pererê” é a canção sob a égide da “repressão”. -“Perseguir sonhos é um desacato a quem quer poder”, diz um verso da letra. Isso mesmo, quem ousa não seguir o padrão imposto, incomoda o sistema. Nessa canção, os ecos de uma MPB hippie dos anos setenta são nítidos. A psicodelia nordestina é representada fortemente e tem um sabor poético dos Secos & Molhados também. Aquele tempo bom onde ligava-se o rádio e havia boa música tocando regularmente...
Um libelo é dado através de “Acorde aos Vivos” e no libreto é a hora da “esperança”. Ufa, então nem tudo está perdido ? O pesadelo da ultra manipulação ainda dá brecha para ser revertido ? Não vivemos integralmente o Big Brother de George Orwell, mas ainda dá tempo de expurgar o BBB da mediocridade televisiva ? Que alívio ! O som é dos mais agradáveis nessa canção, lembrando o Rock’n Roll cockney e cru do Slade, direto e reto no começo da canção. Depois tem interlúdios que lembram o Tutti Frutti dos bons tempos e tal reminiscência boa reforça-se quando ouve-se os backing vocals cheios de “uh uhs” afinados e doces, remetendo aos gêmeos vocalistas, Rubens & Beto Nardo. E por fim, uma dose de sofisticação ao mostrar um looping rumando ao “infinito”, bem ao estilo do Gentle Giant. É belo e grandioso.
Carol Arantes & Leco Peres em click de Andreia Justino
Chegamos ao final da obra e uma surpresa dupla : não tem final feliz, mas espaço aberto para o ouvinte fazer sua análise pessoal a vontade, com o tema “lugar-comum”. O Klatu deixa o recado para que você analise e chegue à sua própria conclusão. O que fazer da sua vida depois de tomar conhecimento dos fatos expostos ? Vai deixar-se levar em ser um zumbi sem face na multidão, ou vai “deszumbizar” ? E a segunda surpresa da canção que chama-se “Vida Modesta e Fecunda’, é que trata-se de um tema instrumental, com característica acústica, usando apenas violão; percussão leve e ruídos silvestres ocasionais. E a voz, apenas onomatopaica, entoa um vocalise numa canção sem letra, apenas transmitindo sentimento, sem mensagens explícitas.
A concepção geral, produção artística e material, ficou a cargo do casal que comanda o Klatu, Leco Peres e Carol Arantes. A produção musical de estúdio sob a supervisão de Daniel Iasbeck. Gravado no estúdio Lab Mancini entre o final de 2014 e 2016, de São Paulo. Canções de Leco Peres (tem uma em parceria com Daniel Iasbeck), e letras de Carol Arantes. Técnico de gravação; mixagem e masterização : Raphael Mancini. Diagramação do encarte : Leandro TG Mendes.
A capa merece uma citação a parte, obra de Adriano Ticiano (criação e lay-out final), mostra uma espécie de robot enferrujado em meio à uma paisagem ultra urbana, deveras rude, e no uso de seu indefectível telefone celular, a grande coleira a favor dos que abduzem-nos. Abertamente inspirado nas obras de Tarsila do Amaral , “Abaporu” (1928) e “Os Operários” (1933), além do britânico Derek Riggs, trata-se de uma bela ilustração e que chama a atenção, sem dúvida. É soturna, mas é perfeita para ilustrar o tema proposto pela banda nesse álbum.
Ouça acima a faixa de abertura do álbum, "Sobrevivendo"
Acima, um "teaser" anunciando o lançamento do álbum do Klatu, "Que Seja Infinito Enquanto Vivo"
Leco Peres mostrou linhas ousadas e com belos timbres de baixo. Carol Arantes na voz e na criação das letras, mostrando muita contundência e crítica ácida, porém bem embasada e firme em suas convicções. Apoiando o Klatu, Daniel Iasbeck além da produção musical, tocou todas as guitarras, violões e teclados. Sua atuação é brilhante, mostrando virtuosismo e muita criatividade nos instrumentos que tocou, além de colaborar também com vocais. Sérgio Marchezoni tocou uma bateria muito precisa em todas as faixas (exceto na última, acústica) e demonstrou muita técnica.
No áudio, o disco mostra-se bem moderno, pela pressão sonora, uso de recursos tecnológicos atuais e timbres.
No cômputo geral, “Que Seja Infinito Enquanto Vivo”, revela-se uma obra coerente com sua proposta; forte enquanto manifesto de uma causa, e muito rica musicalmente, com diversas nuances admiráveis. A banda disponibiliza as suas páginas no Facebook e You Tube, para o leitor obter informações gerais e links para ouvir o trabalho gratuitamente em plataformas musicais como o Spotify, por exemplo.
No Facebook :
No You Tube :
https://www.youtube.com/bandaklatu
É isso aí!
Espero que gostem desta resenha e o principal, conheçam o som bem legal desta banda.
Abraços e até a próxima!
É isso aí!
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Abraços e até a próxima!
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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019
Aulas de Contrabaixo, Música e Harmonia com Fernando Tavares!
Aulas de Contrabaixo, Música e Harmonia com Fernando Tavares!
Novos horários para 2020.
- Formado em Licenciatura em Música
- Especialista em Docência no Ensino a Distância pela UFSCar
- Mestrando em Musicologia - ECA-USP
- Trabalha como pesquisador no LEDEP e no LAMUS - USP Leste
Aulas em Pinheiros (Próximo ao Metrô Clínicas ou Oscar Freire) e On-line (Via Skype)!
Materiais de estudo para vários estilos e sobre diversos tópicos. Aulas personalizadas e focadas na necessidade e no estilo de cada aluno.
- Contrabaixista das bandas: Apostrophe', Medusa Trio e Lee Recorda.
Maiores informações na página: http://femtavares.blogspot.com.br/p/aulas.html
Contato pelo e-mail femtavares@gmail.com
Fernando Tavares usa Cordas Giannini, Cabos Datalink e Monitores e Fones Edifier!
Veja um pouco das aulas nesta playlist do youtube:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLC03A13E41EDB2266
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sábado, 7 de dezembro de 2019
Projeto TMF - Aula 03 - Improvisação
Olá pessoal!
Já viram a série de vídeos do projeto TMF?
Nela falamos sobre diversos temas sobre música e estudos em geral.
Este é o terceiro vídeo da série, no qual falamos sobre improvisação.
Curtam nossas redes e acompanhe o nosso trabalho, sempre estaremos postando novidades.
Informações:
Vídeo sobre improvisação com os músicos Mauricio Fernandes (guitarra) e Fernando Tavares (contrabaixo).
Filmado e editado por Renata Pereira.
O projeto TMF Trio engloba aulas, composições próprias, workshops e muito mais, sempre com muita música.
Fique de olho em nossas redes sociais @oficialtmf
Muita música para todos vocês!
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quinta-feira, 28 de novembro de 2019
Transcrição para alunos - Yes - Starship Trooper
Olá Pessoal!
Nesta semana temos a transcrição com explicação da linha de baixo da música "Starship Trooper" da banda Yes com o baixista Chris Squire disponível para os alunos do meu curso de contrabaixo presencial e online.
Esta transcrição faz parte de um acervo com mais de 1000 linhas de baixo disponíveis como material de apoio para as minhas aulas de contrabaixo presencial e on-line.
Para maiores informações sobre o curso entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com
Abraços e até a próxima matéria!
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segunda-feira, 25 de novembro de 2019
Harmonia Aplicada no Contrabaixo - Aula 03
Olá pessoal!
No site e no meu canal oficial do Youtube, tem disponibilizado gratuitamente um curso de harmonia com texto e uma videoaula sobre o assunto passado.
O texto da terceira aula está neste link:
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O vídeo está neste link:
Inscreva-se no canal do youtube:
Acompanhe todas as aulas que tenho lançadas por lá.
Abraços e bons estudos!
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quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Sugestão - Bass Player Brasil #41 - Les Claypool
Olá pessoal!
Estou aqui hoje para falar sobre as matérias de capa da Revista Bass Player Brasil das quais participei na construção e elaboração. Estas matérias eram feitas pensando no melhor desenvolvimento do estudante de contrabaixo, sendo que nelas, eu buscava transmitir informações teóricas e práticas de uma maneira bem leve e que proporcionasse um melhor aprendizado. Estas matérias são acompanhadas de vídeo e se transformam em verdadeiras videoaulas dos assuntos abordados.
Na edição #41, eu descrevi as principais ferramentas que o genial Les Claypool utiza em suas composições e linhas de baixo. A matéria veio acompanhada desta vídeo aula.
Vídeo
Link para a edição da revista: http://www.bassplayerbrasil.com.br/?area=edicoes&id=68
Abraços e até a próxima coluna!
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terça-feira, 19 de novembro de 2019
Transcrição do Mês - Tribal Tech - Elvis At The Hop
Olá Pessoal!
Nesta semana temos a transcrição da música "Elvis At The Hop" da banda Tribal Tech disponível gratuitamente no meu site.
Tribal Tech - Elvis At The Hop
Link para Transcrição Completa - Clique na imagem abaixo
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Bons estudos e até a próxima coluna!
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terça-feira, 12 de novembro de 2019
Artigos & Resenhas - Capitão Bourbon / CD Terra em Transe - Por Luiz Domingues
Olá pessoal!
Estamos de volta com mais uma coluna Artigos e Resenhas aqui no nosso site. Dessa vez o sensacional Luiz Domingues nos fala sobre o álbum "Terra em Transe" do Capitão Bourbon.
A matéria original pode ser encontrada neste link.
Lembrando que o nosso amigo possui três blogs diferentes que estão nos links abaixo.
Um breve release do Luiz feito pelo próprio:
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Sem mais, vamos ao texto do Luiz:
Capitão Bourbon / CD Terra em Transe - Por Luiz Domingues
Em tempos de tanta dispersão, pulverização de informações e completa desconexão com as raízes, é de admirar-se quando encontramos artistas jovens que buscam fontes nobres do passado para inspirar seus trabalhos na atualidade. A banda "Capitão Bourbon" vai por esse caminho sem parcimônia, mas sobretudo sem medo do julgamento de quem não suporta artistas que não sigam a moda, mas o som que vem do coração. Portanto, os rapazes seguem em frente e mais do que isso, não esperam acontecer, mas fazem acontecer, gravando seus álbuns, produzindo shows e abrindo frentes onde é possível tocar e se não for, esforçam-se para que o show aconteça assim mesmo. Ou seja, um amor a arte que não se vê mais hoje em dia e portanto, esses artistas resgatam até o sentido perdido de uma visão macro da cultura, o que é notável.
Tendo lançado um EP em 2013, a banda lança agora o seu primeiro CD oficial, trazendo sonoridades provenientes da década de sessenta, tais como a psicodelia, passeando pelo Acid Rock, acrescido de um forte apelo baseado no Blues Rock daquela década, igualmente. Chamado “Terra em Transe”, tem esse título inspirado declaradamente no filme homônimo de Glauber Rocha, e certamente buscam o mesmo sentido libertário contido na obra do saudoso e genial cineasta baiano, ao imprimir ideias fortes, tanto expressas pela música, quanto na parte do texto, via letras. Com metragem longa, o álbum apresenta 13 faixas, todas muito interessantes e sob uma roupagem crua, com um Power Trio básico com baixo; guitarra & bateria, mas tendo apoio de teclados em algumas faixas, além de pontuais participações de músicos convidados fazendo a parte de sopros, com Saxofone e Trompete. Todavia, na maior parte do tempo, predomina o Power Trio base em ação, e não fazendo uso de overdubs, mas tocando de forma crua, como se fosse ao vivo, com o baixo segurando sozinho, sem apoio harmônico, quando na hora de solos de guitarra e claro que isso traz uma verdade implícita no trabalho, dispensando maquiagens de estúdio, algo tão usual na música pop da atualidade. Portanto, mais um ato de fé no Rock da parte dessa banda, a ser admirado.
A formação atual do Capitão Bourbon, ao vivo na casa de espetáculos, Mercado Pirata, em Balneário Camboriú / SC, com uma ligeira modificação no time em relação aos que gravaram o disco. Da esquerda para a direita : Eduardo Osmedio (baixo e voz); Fábio Batista (bateria e voz) e Vander Bourbon (guitarra e voz). Click de Vinicius Oliveira
Falando sobre as faixas, o disco abre com a canção homônima ao título do álbum, “Terra em Transe”, que entra com um riff de forte vocação Blues-Rock, lembrando muito o som de grandes feras dessa vertente ao final dos anos sessenta. Poderia citar vários que passaram-me pela cabeça, e sabedor que tais influências são de fato as mesmas dos rapazes, creio que pensamos igual nesse sentido. Gostei do solo; linha de baixo & bateria e a voz de Vander Bourbon tem uma certa similaridade em termos de timbre, com o grande Luiz Carlos Porto.
Na segunda faixa, chamada "Segunda-Feira", a aposta na psicodelia sessentista é total, com a louca inclusão do trompete pelo músico convidado, Reinaldo Soares, fazendo intervenções nonsense. Outra intervenção muito feliz dá-se com uma linha de piano elétrico nada usual e cuja estranheza é muito criativa, gostei muito. Numa parte adiante, a banda engrena uma passagem em 6/8 com um órgão ao estilo “Farfisa”, agudo, “muito sixties”. Gostei do som seco do baixo, sem sustain, também evocando aquela sonoridade da década de sessenta. Vander canta coisas como :
“Segunda Feira, o trânsito passa e você indo de bobeira, trocou as dúvidas por suas certezas, e vem a próxima Segunda-Feira”...
“Quebre as Regras”, apresenta o som do baixo do ótimo, Eduardo Osmedio, bem na frente e com peso, gostei muito. Outra vez o baterista Uly Nogueira intervém tocando teclados muito bem. Ouvindo aquele som de órgão, é impossível não lembrar-se dos Doors, mas também do Iron Butterfly e outras tantas bandas daquela década maravilhosa. Gostei muito dos vocais de apoio com intenções onomatopaicas muito boas.
Bluesman” é isso o que o título sugere, ou seja, um blues rasgado, cuja harmonia lembra a tradição de um clássico como “Key to Highway”, portanto, claro que é deveras agradável. Gostei do peso, com aquela sujeira Rocker no solo ardido, e uma cozinha pontuando com várias sutilezas na divisão rítmica, num arranjo muito feliz. A letra é bastante poética, falando do sonho de um artista em ser um “bluesman” e evocando os signos típicos dessa escola, falando em estações de trem, ambientação rural inspiradora etc. Como é bom ver um artista a resgatar as raízes e o Blues, tão esquecido pelos pseudo Rockers das últimas décadas, é reverenciado como se deve nessa canção, ou seja, como célula primordial de tudo que adveio na história do (bom) Rock.
“O Preço da Loucura” fala dessa outra conexão perdida no Rock, com bastante propriedade. De fato, perdemos a loucura faz tempo no Rock e tal elemento sempre foi primordial como uma espécie de fator surpresa, trazendo o toque inusitado, o diferencial, o insólito... Sendo assim, se enxergarmos a loucura como um tipo de alimento em desuso, seria como descobrir um livro de receitas precioso e esquecido num baú encontrado no fundo do mar. Hora boa portanto para voltar à tona. Gostei da intensidade da base da guitarra em contraponto com o órgão. Tal faixa é uma viagem no tempo, como se estivéssemos vendo uma banda no palco do Whisky a Go Go de Los Angeles, num delírio psicodélico em 1967. E não podia faltar o sutil toque a la Arnaldo Baptista, numa intervenção vocal de louco (ou Loki), literalmente. Muito bom.
“Ulysses Perdido” é um Rock’n Roll rasgado. Tem muito do Rock brasileiro setentista em muitos aspectos, fazendo todo mundo botar os “Ya-Yás” para fora.
“Alma Perdida” lembra bastante os Blues clássicos dos primeiros álbuns do Led Zeppelin, com peso e sentimento mesclados. Gostei muito da guitarra, tanto na base quanto solos, com timbres marcantes, muito bom gosto nos desenhos criados e nessa faixa tem um solo duplo aberto no pan do stereo, uma rara intervenção de overdubing. Tem apoio de órgão e lembra “Since I’ve Been Loving You” do grande Zepelim de Chumbo. A interpretação vocal de Vander assemelha-se bem ao estilo do vocalista Nasi, quando este enveredou pelo universo do Blues, com seu combo : “Nasi & Os Irmãos do Blues”. Em suma, um Blues perfeito em todos os quesitos.
Em “Elixir do Amor”, a oitava faixa, o vibrato usado por Vander na guitarra, é sensacional, remetendo à canção “Crimson & Clover” do grupo “Tommy James & The Shondells”, direto dos anos sessenta (viva !). Tal canção é pop, passeando pelo Bubblegum daquela década, com resvalo na Jovem Guarda e a letra que parece romântica numa primeira audição, é na verdade uma ode à loucura, tal como o sonho lindo e delirante do cantor / compositor, Fábio, digamos assim.
“Oráculo Blues” é mais um blues peso pesado. Parece que estamos ouvindo o Rory Gallagher tocando com o "Taste" no Festival da Ilha de Wight, em 1970, ou seja, que (ins)piração !
A décima faixa é uma releitura de uma canção do mítico / místico, Raul Seixas (que por sua vez inspirou-se numa canção do Little Richard para a compô-la com outra letra, tratando-se de “Slippin’ and Slidin” em sua estrutura melódica e harmônica). Chamada “Não Fosse o Cabral”, dada a coincidência de sobrenome do nosso descobridor com um ex-político / presidiário bastante criticado da atualidade, parece ser até uma canção composta hoje em dia. Mas não foi, e infelizmente mostra que o Brasil padece do mesmo mal, faz séculos e haja “Lava Jato” para dar jeito nisso, se é que vai dar... sobre o arranjo da música, gostei de tudo, vocalizações malucas com sentido onomatopaico, além do órgão e um saxofone insano, que ajudou a imprimir uma pitada do som do “Gong” nessa história. Bem, nesta altura, Raulzito e o Daevid Allen devem estar em altas confabulações com Aleister Crowley, lá do outro lado, com certeza.
“Carandiru Blues” é um blues de raiz, semi acústico, e com letra áspera, falando de desilusão, erros cometidos e melancolia sob cárcere privado, mas apesar dessa atmosfera lúgubre, tem beleza poética na desolação, com certeza.
“Sombras da Noite”, é uma canção densa, com peso, certo sabor Acid Rock, com um pé no Blues e belo arranjo. Vander nessa interpretação lembrou-me o vocal exasperante de Arthur Brown e a sonoridade da banda, com certa aproximação com o som de Alice Cooper (referindo-me aos seus primeiros dois discos, com bastante experimentalismo).
A última faixa, sem título, é na verdade uma vinheta, curta, provavelmente uma Jam de improviso que fizeram no estúdio e foi gravada e acrescentada, porque ficou legal. Essa espontaneidade marcada pelo imponderável é também um recurso perdido no tempo, que a banda resgata, portanto, mais uma ação salutar. Parece o "Ten Years After" tocando no Marquee de Londres, trafegando entre o Rock’n Roll; Blues e com certo sabor de Jazz, através de um baixo andante ao estilo do Leo Lyons, a dar o suporte para Alvin Lee poder voar de helicóptero, enfim...
Esse disco foi gravado no estúdio “Corações de Pedra” de São Paulo, durante 2015 e 2016. Existe duas artes para a capa / contracapa, porque planejam no futuro, lançar também em bolacha de vinil. Bela arte psicodélico assinada por Uly Nogueira.
A formação do Capitão Bourbon no disco foi a seguinte :
Vander Bourbon : Guitarra e Voz
Eduardo Osmedio : Baixo
Uly Nogueira : Bateria; Voz & Teclados
É bom ressalvar que Eduardo Osmedio e Uly Nogueira também mantém outros projetos musicais, entre os quais as excelentes bandas, “Os Haxinins”, "Os Subterrâneos" e outros, que vem a ser outros grupos fortemente identificados com a estética dos anos sessenta, sob várias vertentes e que fazem parte portanto, da mesma confraria a que o Capitão Bourbon pertence. Uly gravou o disco e o produziu, mostrando grande versatilidade, mas não fixou-se como componente, cedendo a vaga de baterista para Fábio Batista.
Uly também chama a atenção por ter gravado os teclados do disco, capturado bem a essência da década de sessenta, buscando timbres fidedignos e belas referências, as quais já citei quando comentei as faixas individualmente. E como se não bastasse tudo isso, ainda é o responsável pela arte e lay-out final da capa, portanto, trata-se de um artista e produtor musical completo, e com belíssimas influências em sua formação pessoal. Uma raridade nos dias atuais.
Excelentes as participações dos músicos convidados. Tanto Reinaldo Soares (trompete), quanto Fabio Bizarria (saxofone), trouxeram colorido ao disco e mais que isso, uma porção de loucura a mais, sendo assim, uma contribuição fantástica.
Em síntese, o Capitão Bourbon com seu CD “Terra em Transe”, honrou o cinema de Glauber Rocha no qual inspirou-se para produzir seu trabalho, trazendo sentido libertário, mediante signos de loucura inerentes e imprescindíveis a arrancar-nos dos anos e anos em que fomos obrigados a viver, sob um mundo de plástico a compactuar com um estilo de vida “pegue e pague”, sem contestar nada, e principalmente sem loucura alguma, portanto, extremamente chato. Que bom que alguém faça-nos aludir a um tempo onde houve sopro criativo, com gritos de liberdade a ecoar por todos os lados, num bombardeio de cores e magia, sob a doce psicodelia de outrora.
Eis o álbum na íntegra para a audição do leitor :
Para obter mais informações sobre o trabalho do Capitão Bourbon, acesse :
Facebook :
Soundcloud :
É isso aí!
Espero que gostem desta resenha e o principal, conheçam o som bem legal desta banda.
Abraços e até a próxima!
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sábado, 9 de novembro de 2019
Projeto TMF - Aula 02 - Ritmo
Olá pessoal!
Já viram a série de vídeos do projeto TMF?
Nela falamos sobre diversos temas sobre música e estudos em geral.
Este é o segundo vídeo da série, no qual falamos sobre ritmo.
Curtam nossas redes e acompanhe o nosso trabalho, sempre estaremos postando novidades.
Informações:
Vídeo sobre ritmo com os músicos Fernando Tavares (contrabaixo) e Mauricio Fernandes (guitarra).
Neste vídeo conversamos sobre a importância de se estudar variações rítmicas e aplicá-las em frases.
Filmado e editado por Renata Pereira.
O projeto TMF Trio engloba aulas, composições próprias, workshops e muito mais, sempre com muita música.
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quinta-feira, 31 de outubro de 2019
Transcrição para alunos - Tribal Tech - Face First
Olá Pessoal!
Nesta semana temos a transcrição com explicação da linha de baixo da música "Face First" da banda Tribal Tech com o sensacional baixista Gary Willis disponível para os alunos do meu curso de contrabaixo presencial e online.
Esta transcrição faz parte de um acervo com mais de 1000 linhas de baixo disponíveis como material de apoio para as minhas aulas de contrabaixo presencial e on-line.
Para maiores informações sobre o curso entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com
Abraços e até a próxima matéria!
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terça-feira, 29 de outubro de 2019
Harmonia Aplicada no Contrabaixo - Aula 02
Olá pessoal!
No site e no meu canal oficial do Youtube, tem disponibilizado gratuitamente um curso de harmonia com texto e uma videoaula sobre o assunto passado.
O texto da segunda aula está neste link:
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O vídeo está neste link:
Inscreva-se no canal do youtube:
Acompanhe todas as aulas que tenho lançadas por lá.
Abraços e bons estudos!
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quinta-feira, 24 de outubro de 2019
Videoaula do Mês - Bass Player Brasil #45
Olá pessoal!
Estou aqui hoje para falar sobre as matérias de capa da Revista Bass Player Brasil das quais participei na construção e elaboração. Estas matérias eram feitas pensando no melhor desenvolvimento do estudante de contrabaixo, sendo que nelas, eu buscava transmitir informações teóricas e práticas de uma maneira bem leve e que proporcionasse um melhor aprendizado. Estas matérias são acompanhadas de vídeo e se transformam em verdadeiras videoaulas dos assuntos abordados.
Matéria de capa com vídeo que fiz para a edição 45 da antiga revista Bass Player Brasil.
Nesta matéria de capa eu escrevi um guia completo para os estudos de escalas aplicadas no contrabaixo. O conteúdo tem: formação, digitação, estudos e aplicação das mais diferentes escalas que usamos dentro de diversos sistemas como o tonal e o modal, além das escalas simétricas. Além disso a matéria veio acompanhada desta vídeo aula.
Link para a edição da revista: http://www.bassplayerbrasil.com.br/?area=edicoes&id=72
Abraços e até a próxima coluna!
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terça-feira, 22 de outubro de 2019
Transcrição do Mês - Duran Duran - Save a Prayer
Olá Pessoal!
Nesta semana temos a transcrição da música "Save a Prayer" da banda Duran Duran disponível gratuitamente no meu site.
Duran Duran - Save a Prayer
Link para Transcrição Completa - Clique na foto
Esta transcrição faz parte de um acervo com mais de 1000 tablaturas/partituras que são usadas como material de apoio nas aulas do meu curso de contrabaixo presencial e on-line.
Para maiores informações sobre o curso entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com
Bons estudos e até a próxima coluna!
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terça-feira, 15 de outubro de 2019
Matéria para alunos - Paralamas do Sucesso - Trac Trac
Olá pessoal!
Nesta semana temos uma lição especial sobre a linha de contrabaixo da música "Trac Trac" dos Paralamas do Sucesso disponível para os alunos do meu curso de contrabaixo presencial e online.
Nesta matéria temos todas as partes da linha explicadas e detalhadas.
Para maiores informações envie um e-mail para: femtavares@gmail.com
Abraços e bons estudos!
sábado, 12 de outubro de 2019
Projeto TMF - Aula 01 - Harmonia
E aí galera!
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Este é o primeiro vídeo do nosso canal.
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Vídeo sobre harmonia com os músicos Mauricio Fernandes (guitarra) e Fernando Tavares (contrabaixo).
Filmado e editado por Renata Pereira.
O projeto TMF Trio engloba aulas, composições próprias, workshops e muito mais, sempre com muita música.
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quinta-feira, 10 de outubro de 2019
Artigos & Resenhas - A Estação da Luz / CD O Segundo - Por Luiz Domingues
Olá pessoal!
Estamos de volta com mais uma coluna Artigos e Resenhas aqui no nosso site. Dessa vez o sensacional Luiz Domingues nos fala sobre o álbum "O segundo" da Estação da Luz. Para quem se interessar, aqui no blog já saiu a resenha do primeiro álbum da banda e pode ser lida no link http://www.femtavares.com.br/2018/01/artigos-01-estacao-da-luz-por-luiz.html
A matéria original pode ser encontrada neste link.
Lembrando que o nosso amigo possui três blogs diferentes que estão nos links abaixo.
Um breve release do Luiz feito pelo próprio:
Sou músico e escrevo matérias para diversos Blogs. Aqui neste Blog particular, reúno minha produção geral e divulgo minhas atividades musicais. Como músico, iniciei minha carreira em 1976, tendo tocado em diversas bandas. Atualmente, estou atuando com Os Kurandeiros.
Sem mais, vamos ao texto do Luiz:
A Estação da Luz / CD O Segundo - Por Luiz Domingues
Após um excepcional primeiro registro fonográfico, demorou, mais eis que a excelente banda, “A Estação da Luz”, de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, anuncia seu segundo álbum. E vem com o sugestivo título de "O Segundo", sendo bastante enfática em sua intenção em demarcar o lançamento em sua discografia.
E a demora para mostrar-nos seu novo trabalho foi amplamente compensada, pois “O Segundo” revela-nos a banda mantendo sua proposta estética firmada em seu álbum de estreia, e mais que isso, é um prazer mergulhar em sua audição e constatar que a banda apresenta ainda mais entrosamento, gerando amadurecimento natural e tudo dentro de uma lógica fundamentada por fatos concretos. Como primeiro ponto, a permanência da mesma formação, desde o primeiro disco, é fator fundamental para o bom andamento da carreira da banda. Em segundo lugar, os anos de labuta na estrada, certamente calejaram-na. Depois de muitas viagens, incluso shows em diversos estados do país, isso contribuiu decisivamente para o fortalecimento do grupo, solidificando-o tremendamente. E um terceiro ponto e aí trata-se de um ato de fé : a banda não mostra-se nem um pouco preocupada com o que está ou não em voga no mundo da difusão cultural oficial, a dita mídia "mainstream". E não preocupando-se em galgar degraus para "chegar lá", tal qual artistas popularescos que costumam contratar escritórios especializados em gestão de carreira antes de pensar na sua própria música, os componentes da Estação da Luz dão de ombros para esse sucesso de plástico, efêmero e que não dura até o próximo verão, e dessa forma mergulham em sua produção para o âmago da arte verdadeira, a que vem do coração e da alma, ou seja, fazer obra valorosa a perpetuar-se. Em suma, raciocinam como artistas genuínos e não como essa turba que domina o mundo mainstream e que usa a música meramente para ficar "famoso".
Sobre a questão estética, para quem não conhece a banda e nem leu a minha resenha anterior sobre ela, na qual englobou seu primeiro disco no contexto, convido a realizar tal leitura. Eis abaixo o link para tomar conhecimento desse primeiro apanhado sobre a banda :
Reitero que a banda mantém sua coerência artística inalterada e de forma ilibada, eu acrescento. Sua intenção em beber na fonte de influências do Rock brasileiro e internacional das décadas de 1960 e 1970, é um fator preponderante para que expresse sua criação adotando uma riqueza inquestionável no tocante às mais nobres referências. Eu sei, nem todo mundo que ama essa estética automaticamente reúne condições para fazer sua criação ficar à altura, pois não basta ouvir música de qualidade, porém outros múltiplos fatores precisam estar no bojo. Caso contrário, alguém que ame Frederic Chopin, mas nunca chegou perto de um piano na vida, tocaria e comporia “noturnos” divinamente só pela boa influência, porém não basta apenas ouvir a melhor música do passado. Nesses termos, A Estação da Luz é uma banda muito bem embasada na sua identidade artística, pois não só é municiada pelas melhores influências no mundo do Rock (fora boas doses de Black Music, incluso o Soul, Blues & Jazz; MPB; Folk Music etc), mas também é muito rica tecnicamente por ter em suas fileiras, instrumentistas / vocalistas de alto padrão e por conseguinte, que compõem e arranjam muito bem o seu material. Se existe um ponto mais frágil nessa estrutura, esse não chega a desabonar o trabalho, e pode ser melhor apurado em outros trabalhos futuros, tranquilamente. Refiro-me à parte de texto, com letras não muito profundas na maior parte das canções. São poesias bem escritas, mas a temática em sua maioria, versa mais pela relação Homem / Mulher, sem maiores voos, e nesse caso, aprofundar mais, seria mais estimulante para temas mais complexos, principalmente ao esbarrar no Prog Rock explícito, mas neste trabalho e no anterior, igualmente, não houve essa preocupação mais acentuada (há exceções), contudo, repercuto melhor isso quando falar das faixas, logo mais.
Ouvir “O Segundo” é como escutar um bom disco de Rock brasileiro da década de setenta, mas também é como se fosse algum da safra da MPB daquela década, mesmo porque, a MPB setentista era em essência, híbrida, mostrando-se praticamente como um Folk Rock Hippie, apesar de nossos acentos culturais regionais nítidos e sem nenhum demérito, muito pelo contrário, tendo isso como mérito, deixo isso bem claro. Sobre as faixas desse trabalho, tenho muitas observações positivas.
“Sem Direção” inicia o álbum e o seu embalo remetendo ao Country-Rock é muito saboroso, enquanto clima ameno e fugindo da máxima que todo produtor fonográfico prega, dando conta de que a primeira faixa de um álbum tem que ter o poder de um “soco no estômago do ouvinte”, visando gerar impacto primordial. Não acho errado o conceito em si, mas quebrar o paradigma e apresentar um começo ameno também pode ser agradável, e é exatamente o que acontece com essa canção. Musicalmente, lembrou-me muito o velho e bom “Rock Rural” de "Sá; Rodrix & Guarabyra", mas também canções oriundas dos primeiros discos solo dos ex-Beatles, notadamente os de George Harrison e Ringo Starr. Tem um delicioso Steel Guitar permeando uma voz suave e intermitente ao longo da canção, muito inspirado da parte do ótimo guitarrista, Cristhiano Carvalho e como base harmônica, o tecladista Alberto Sabella arrebenta, não só pela execução, mas pelo feliz arranjo que criou, utilizando vários teclados sobrepostos. É muito rica a intervenção do piano Fender Rhodes, inclusive imprimindo desenhos como contraponto e a presença do imponente órgão Hammond, impressiona, inclusive pela sua sobra estratégica, ao final. Gostei muito do timbre do baixo, bem encorpado, mas igualmente da linha criada, todavia convenhamos, das mãos de um baixista da categoria de Vagner Siqueira, só vem coisa boa, naturalmente. E a melodia principal, entoada pela cantora, Renata Ortunho, tem a docilidade compatível com o clima da canção, onde o arranjo muito adequado, faz com que a banda flutue ao ritmo do slide-guitar.
Na segunda faixa, “Pensar em Você” (“Tudo é Saudade”), mergulha-se num clima sessentista muito agradável. Parece aquele tipo de Bubblegum, típico da metade daquela década, mesclado com a tendência típica daquela safra de artistas britânicos dessa seara, que revisitaram com extrema felicidade o cancioneiro popular europeu dos anos trinta, do século passado. E assim, naquela levada rítmica bem característica, com condução harmônica bem forte em acentuações de tônica e quinta acima ou tônica e quarta abaixo, a banda soa como o "Small Faces" a brincar no Itchycoo Park, ou os "Mutantes" na Rua Augusta, portanto, A Estação da Luz resgata tal tradição perdida no Rock (infelizmente), com bastante inspiração. Gostei muito do apuro no arranjo vocal dos Backings, com desenhos engenhosos passando por baixo da voz principal. Num dado instante, uma intervenção muito rica de percussão (que deduzo ter sido ideia do excepcional baterista, Junior Muelas), é sutil, mas de uma riqueza enorme. Ali ele risca o guiro, literalmente, e gera um efeito incrível. Também chamou-me a atenção o solo de guitarra de Cristhiano Carvalho, com uma linda interpretação ao fazer uso de notas longas, esticadas ao estilo de um “ebow”, e uma sutileza que ficou ótima, ao trabalhar com a chavinha de mudança de captação, acintosamente, na tradição do mago, Ritchie Blackmore. Em seu término, a música apresenta uma mudança rítmica acentuada, com teclados; baixo & bateria imprimindo um balanço "soul" incrível. O piano insinua-se como clavinete, mesmo, e a “setenteira” nessa hora é irresistível em seu apelo para balançarmos o esqueleto, mesmo que for só o pezinho discretamente marcando o ritmo no chão, caso o ouvinte seja muito tímido...
A terceira faixa, chama-se : “Dia de Domingo” e tem uma levada incrível. O groove da banda nessa faixa é impressionante, com todos os instrumentos soando de forma magnífica. Não dá para destacar apenas um, gostei de todos os arranjos individuais. Baixo sensacional, guitarra estupenda, bateria fantástica e o órgão Hammond comandado por Alberto Sabella, arrebenta, parecendo o som dos discos solos do Billy Preston, e com o “negão” em pessoa naquela pilotagem alucinante, que eu achava que só ele sabia fazer, mas o Sabella provou que eu estava errado... sem exagero algum. O vocal desenhado no início é muito bonito e a seguir surge a presença de uma voz masculina que conduz a melodia principal, quebrando um pouco a marca da voz feminina oficial da banda, portanto é Cristhiano quem comanda desta feita, ao invés de Renata. A canção tem muito da influência dos "Secos & Molhados", mas posso acrescentar nesse caldeirão, a presença do som de Zé Rodrix e basta ouvir seus discos solo (ótimos), dos anos setenta, para constatar a minha impressão. Os timbres também ficaram magníficos, tudo soa encorpado e brilhante ao extremo. Adorei uma convenção feita com intenção de groove, absolutamente incrível.
A seguir, uma faixa instrumental sensacional, com mais um Funk Rock de enorme balanço. É até chato usar a palavra “Funk” nos dias atuais, dada a apropriação indébita em que o termo foi submetido, mas ora bolas, o que temos aqui é o genuíno "funkão" setentista, nobre derivado da Soul Music e do R’n’B, portanto, é isso, aí, podes crer, amizade...
Sobre o tema em si, digo que é mais uma prova cabal de que os membros d’A Estação da Luz não estão para brincadeiras, pois eles descem o braço ao imprimir um balanço maravilhoso que muito lembrou-me o trabalho do "Som Nosso de Cada Dia", quando esta banda histórica brasileira aventurou-se no Funk Rock, ao final dos anos setenta. Não sem antes apresentar uma introdução muito técnica, ao estilo do Jazz-Rock da banda argentina, "Crucis", ao menos na minha percepção pessoal. Tudo soa bem nessa faixa, de forma impecável. Gostei também da rica intervenção de um músico convidado, Victor Hugo, que trouxe seu providencial saxofone a produzir o crescente típico produzido por sessões de metais de bandas como "Chicago"; "Blood; Sweat and Tears" e "Tower of Power", só para citar algumas poucas desse estilo, em temas funkeados assim. Portanto, um acréscimo genial, cereja no bolo. A destacar-se igualmente os solos e timbres diferenciados nos sintetizadores e na guitarra, inclusive um belo duelo de solos entre os instrumentos, outra tradição esquecida, mas essa banda orgulha-se em buscar o fio da meada perdido, amém !!
“O Segundo”, faixa título do álbum, inicia-se com efeitos de sonoplastia. Trata-se de barulho urbano da madrugada, com carros passando distante e latidos de um cachorro, tudo muito sutil. Logo a instrumentação começa e mostra uma balada muito boa, com melodia e força interpretativa bastante condizente. Renata Ortunho nessa faixa lembrou-me bastante cantoras não tão conhecidas do público atual, como Luisa Maria; Tuca e Olivia Byington. O slide da guitarra produz uma melodia bastante melancólica, mas no bom sentido do termo, portanto evocando o "Mahatma" George Harrison, que era mestre em criar pérolas lindas assim. Gostei muito de alguns acentos convencionados, mostrando mais uma vez que esses artistas sabem arranjar bem as suas canções. Na parte final, o timbre do sintetizador e a condução rítmica desdobrada remeteu-me ao som dos discos do David Bowie bem no início dos anos setenta, tais como "Space Oddity"; "The Man Who Sold the World" e "Hunky Dory". Tem algo do "Uriah Heep" também, via Ken Hensley, naturalmente. Bem interessante o efeito fantasmagórico no encerramento.
“Na Contra Mão” é uma faixa que tranquilamente poderia figurar num álbum como “Atrás do Porto Tem uma Cidade”, de Rita Lee & Tutti-Frutti. Impressionante a proximidade de sua estética, com a desse trabalho que citei. Belo timbre de piano, e com o baixo marcando com peso e também com timbre muito bom. Numa parte C, outra vez a banda busca a inspiração sessentista ótima. Aquela doce evocação da década de trinta, mas com visão Rocker, uma marca registrada, entre tantas, dos “sixties”. Solo de guitarra de arrepiar, curto, mas intenso. Adorei o staccato, além da campana dos pratos, percutida com muita classe por Junior Muelas. A letra tem um quê de tomada de posição em quebrar paradigmas, portanto, casa-se com o astral de anos sessenta & setenta que ela carrega. Gostei desse trecho da letra : “Por isso eu vou dizer p’ra todos o que eu quiser, p’ra todos que eu quiser, p’ra todo mundo". Uma afirmação forte e com suas sutilezas inerentes e pontuadas pelas vírgulas bem colocadas, portanto um bom jogo de palavras.
“Meu Amigo George” começa com um alarme falso. A contagem verbal dá o comando para o ataque inicial dos instrumentos, mas logo a seguir uma nova contagem surge, para aí sim, a música deslanchar. Faz anos que não ouvia uma banda fazer uso desse recurso num disco, portanto outro sutil resgate que a banda promove. Lembrou-me “I Want Freedom” do "Grand Funk" (LP "Survival" - 1971), por exemplo. Aqui, trata-se de uma canção com forte intenção psicodélica, com bela linha de baixo e condução muito boa do órgão Hammond, tendo o devido reforço da Caixa Leslie a girar em velocidade rápida. E gostei muito dos backing vocals entoados, sem letra, numa bela melodia.
“Vício Sem Fim” tem muito colorido harmônico. Arpejos de guitarra com um brilho intenso, baixo encorpado e a tecladeira de Alberto Sabella trabalhando com multiplicidade. Apreciei muito a escolha de timbres dos sintetizadores, alguns fazendo uso do efeito Theremim, sensacional, além do órgão Hammond usando o som de flauta, trazendo uma docilidade. Numa outra parte há uma acento brasuca muito interessante, que remeteu-me ao som de Elis Regina nos anos setenta, quando esta cantora histórica e seu marido, o brilhante Cesar Camargo Mariano, incorporaram o Rock no seu trabalho, através da eletricidade encontrada e assumida. Adorei o timbre da bateria, aliás no disco inteiro, tem o mesmo padrão, mas nesta faixa com andamento mais reduzido, deu para apreciar cada peça com maior precisão e esse som seco, com o mínimo de reverber na resolução final é sem dúvida o que eu mais gosto, igualmente. Ou seja, como é bom ouvir uma bateria soar como se deve, ou seja, como uma bateria verdadeiramente, no seu som puro e deixar a cargo do baterista, a missão de explorar seus timbres.
“Real Loucura” fecha o disco, e de fato é uma faixa intensa. Aqui a banda deixa um pouco de lado seu lado mais doce e investe forte em sonoridade progressiva, verdadeiramente, trazendo uma quebradeira rítmica e harmônica, muito grande e obrigando assim a melodia a ser mais ousada. Lembra “Cais” do Milton Nascimento, logo no início, dada a sua característica soturna, mas intensamente bela, como a canção do Milton e principalmente na interpretação da Elis Regina. Alguns trechos remetem ao "Gentle Giant" e para situar mais na nossa realidade brasuca, o "Terreno Baldio" do saudoso João Kurk. Na parte final, um Prog Rock nervoso, deveras cerebral e com a introdução de um solo de saxofone incrível (mais uma vez graças a participação do músico convidado, Victor Hugo), e a insanidade instigante está garantida, portanto faz jus ao título da canção. É de fato uma “Real Loucura”. Por um segundo, o ouvinte desatento pode achar estar a ouvir o LP “Lizard” do "King Crimson" (lançado em 1971), mas é A Estação da Luz a quebrar tudo, numa loucura intensa. A letra investe nessa perspectiva, também : “Sobriedade te faz entender, real loucura é sobreviver, ainda insiste em ser sentido, na esperança de ser compreendido”
Sobre a arte gráfica, é muito bela a imagem de uma locomotiva, uma velha “Maria Fumaça” indo com tudo sob os trilhos, com faróis acesos. A metáfora é boa a mostrar sim uma máquina do passado, mas indo para frente e retrata o que A Estação da Luz de forma contundente faz na prática, ao unir o melhor do passado à realidade contemporânea. Uma banda que busca as melhores influências possíveis, mas que está atuante aqui e agora, tocando com muito vigor. Destaca-se também a foto da banda sob efeito 3D e inevitavelmente salta-me da memória o LP "Shinin' on" do "Grande Funk", que usou desse mesmo expediente em 1974.
O disco foi gravado; mixado & masterizado no estúdio “Área 13”, de São José do Rio Preto / SP. Criação da capa, lay-out final e fotos a cargo de Fabio Mata
A formação da banda nesse disco foi :
Renata Ortunho : Voz e Percussão
Cristhiano Carvalho : Guitarra; Violão e Voz
Junior Muelas : Bateria; Percussão e Voz
Alberto Sabella : Teclados e Voz
Vagner Siqueira : Baixo
Músico especialmente convidado :
Victor Hugo : Saxofone em “Papo Furado” e “Real Loucura”
A Estação da Luz da esquerda para a direita :
Vagner Siqueira; Alberto Sabella; Renata Ortunho; Cristhiano Carvalho e Junior Muelas
Ouça esse álbum na íntegra, nas seguintes plataformas virtuais :
Deezer; Spotify; Google Play; Itunes ou Apple Music, acessando o mesmo Link abaixo :
E também disponível no espetacular Site "Nave dos Deuses", um dos maiores, senão o maior arquivo vivo do Rock Brasileiro de todos os tempos :
Recomendo a audição do álbum, com ênfase e convido o leitor a não perder um show dessa banda, quando ela estiver em sua cidade.
Para conhecer melhor o trabalho da banda, acesse :
Página no Facebook :
Contato por E-Mail :
aestacaodaluz@gmail.com
É isso aí!
Espero que gostem desta resenha e o principal, conheçam o som bem legal desta banda.
Espero que gostem desta resenha e o principal, conheçam o som bem legal desta banda.
Abraços e até a próxima!
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