quinta-feira, 28 de março de 2024

Artigo - Revista MUSICA THEORICA 2020, V. 5.2 - É assim, porque é assim que tem que ser...

 Olá pessoal!


Estou aqui hoje para falar do trabalho "É assim, porque é assim que tem que ser: a retórica galante nos motetes de José Maurício, observada no uso da pedagogia dos partimenti, da gramática das schemata e da oratória musical". Ele foi escrito por Diósnio Machado Neto, Fernando Tavares, Rodrigo Lopes da Silva e Gustavo Caum e Silva e saiu na revista MUSICA THEORICA 2020, V. 5.2.

Ele pode ser encontrado no link: https://revistamusicatheorica.tema.mus.br/index.php/musica-theorica/article/view/167 

Resumo do artigo

A música no universo galante tinha como teleologia objetivar processos sociocomunicativos através da experiência compartilhada de figuras musicais, campos expressivos, esquemas harmônicos (contrapontísticos) e modelos dramáticos transformados em oratória musical (onde a forma se inclui). Estes parâmetros se desdobravam por uma técnica composicional onde cada elemento estava devidamente articulado com uma ideia a se expressar; ou seja, cada elemento tinha uma função e objetivo dentro da estrutura. Assim, frases e cadências, campos expressivos e figuras de retórica, existiam sempre numa relação das partes com o todo. Era o que, na música, se desprendia do esforço de se alinhar a uma ideia hegemônica nos círculos cultos setecentistas: uma lógica de invenção pelo princípio da Ars Combinatória de Leibnitz. O presente texto trata de mostrar, primeiro, como a regência desse processo se dava sob uma mentalidade cognitiva operada pela ideia de Retórica Musical. Segundo, como era assimilada e operacionalizada como pedagogia, processo criativo e expressão ideológica, enquanto discurso musical. Para tanto, usaremos excertos de motetes do compositor carioca José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) para decantar vários elementos expressivos relacionando-os com modelos aprendidos através da pedagogia dos partimenti e, também, dos processos combinatórios dos esquemas retóricos para construção de pictorialismos naturais da escrita motetistica. Neste sentido, o estudo mostra como tonalidades, cadências, harmonia, schemata e métricas estão articuladas como processos oratóriais que interpretamos ser a ideia de redenção. O texto, diga-se, apresenta resultados de uma linha de pesquisa desenvolvida no Laboratório de Musicologia da EACH-USP sobre processos discursivos na música de José Maurício. Segue a tese das representações de valores e crenças que, metaforizados em música, se alinham com estruturas ideológicas de controle no exercício do espetáculo litúrgico nos domínios luso-brasileiros.

PALAVRAS-CHAVE: Retórica Musical. José Maurício Nunes Garcia. Partimenti e Schemata. Música no Brasil Colonial.

Abraços e até a próxima coluna!


Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).
É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.
"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"

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