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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Baixistas do Rock - Parte 5

Olá, pessoal!

Dando sequência à nossa coluna de Rock, vamos estudar nas duas próximas edições o baixista Geezer Butler. As principais características de Geezer são o uso da semicolcheia como célula rítmica base para suas levadas e a pentatônica como principal elemento para a criação de frases.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

Para conferir alguns dos trabalhos e artigos que publiquei, acessem o link:

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Geezer Butler (Terence Michael Joseph Butler), nascido em 17 de julho de 1949 em Birmingham, Inglaterra, é um baixista, compositor e letrista britânico, mais conhecido como membro fundador da banda de heavy metal Black Sabbath.

Geezer foi responsável por criar algumas das linhas de baixo mais icônicas do gênero, combinando técnica, criatividade e uma abordagem única ao instrumento. Suas composições líricas, frequentemente carregadas de temas sombrios e introspectivos, contribuíram para a identidade musical da banda.

Exercício 1

A semicolcheia é a célula rítmica preferida de Geezer para construir suas levadas. Caracteristicamente, no rock, a colcheia é usada para criar um sentido de velocidade. Geezer, contrariando essa prática, prefere andamentos mais lentos, nos quais pode explorar a velocidade das semicolcheias em suas frases, conferindo um sentido distinto ao seu estilo em comparação com outros baixistas de rock.

No exercício abaixo, temos uma levada com tônica, quinta e oitava, para praticar as semicolcheias em todas as cordas.


Exercício 2

Neste segundo exercício, exploramos uma levada construída inteiramente com semicolcheias.


Exercício 3

A principal escala utilizada por Geezer é a pentatônica. No primeiro compasso deste exercício, utilizamos a pentatônica de dó maior e, no segundo, a pentatônica de lá menor.

🔍 Observe que ambas possuem as mesmas notas, motivo pelo qual algumas pessoas chamam a pentatônica de lá menor de relativa da de dó maior.


Exercício 4

No quarto exercício, apresentamos um “shape” abrangente utilizando as notas da pentatônica. Este modelo é amplamente utilizado na criação de frases, pois funciona como um “mapa” no braço do instrumento, facilitando a combinação das notas.


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Bons estudos e até a próxima coluna!


Fernando Tavares utiliza cordas Giannini e cabos Datalink.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Os Baixistas de Frank Zappa - Parte 1



Olá, pessoal!

Nesta semana, temos uma coluna especial em que abordamos os baixistas que fizeram parte dos grupos liderados pelo guitarrista e compositor Frank Zappa. Além de explorar um pouco sobre a trajetória desses músicos, vamos apresentar alguns aspectos técnicos, analisando músicas do repertório do artista.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

Para conferir alguns dos trabalhos e artigos que publiquei, acessem o link:

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Frank Zappa foi um dos maiores compositores da história da música moderna. Com sua abordagem única e incansável, Zappa não apenas compunha incessantemente, mas exigia dos músicos que o acompanhavam um compromisso total com o seu trabalho, tanto no que se refere à execução das linhas complexas que ele criava quanto ao tempo dedicado aos ensaios, muitas vezes longos e intensos.

Reconhecido como um descobridor nato de talentos, Zappa não apenas revelou novos músicos, mas também trabalhou com grandes nomes já consagrados na música. Muitos dos músicos que passaram por sua banda se tornaram referências no cenário musical. Entre os músicos que gravaram ou se apresentaram com Zappa, destacam-se: George Duke (teclados), Ian Underwood (saxofone/teclados), Aynsley Dunbar (bateria), Steve Vai (guitarra), Chad Wackerman (bateria), Warren Cucurrulo (guitarra), Vinnie Colaiuta (bateria), Chester Thompson (bateria), Jean-Luc Ponty (violino), Randy e Michael Brecker (trumpete e saxofone), Adrian Belew (guitarra e voz), Terry Bozzio (bateria), Tina Turner (voz), entre outros.

Com uma lista de músicos de tamanha magnitude, é impossível acreditar que os baixistas da banda ficassem aquém em termos técnicos e artísticos. De fato, os baixistas de Zappa tinham de possuir uma noção rítmica excepcional, pois frequentemente tocavam em compassos extremamente complexos. Além disso, a improvisação era uma habilidade fundamental, já que muitas partes dos shows de Zappa eram improvisadas.

Devido ao grande número de baixistas que passaram por sua banda, dividimos sua trajetória com os músicos em três fases:

  1. Primeira fase (1965-1968): Durante o período dos "Mothers of Invention", Zappa contou com o baixista Roy Estrada (17/04/43). Entre 1968 e 1972, durante as gravações dos álbuns solos de Zappa, os baixistas Max Bennet, Suggy Otis, Jeff Simmons, Jim Pons e Erroneous participaram da formação da banda.

  2. Segunda fase (1972-1979): Durante essa fase, os baixistas Tom Fowler (de 1972 a 1975) e Patrick O'Hearn (de 1975 a 1979) foram os principais responsáveis pelas linhas de baixo nas gravações e apresentações ao vivo.

  3. Terceira fase (anos 80): Zappa contou com os baixistas Arthur Barrow e Scott Thunes, que se destacaram no final da carreira do compositor, contribuindo para a sonoridade que marcou essa última fase.

Esses baixistas foram fundamentais na construção do som único que Zappa desenvolveu ao longo de sua carreira, contribuindo para o legado imortal do artista.


Parte 1

A primeira parte da nossa análise sobre os baixistas de Frank Zappa abrange o período de 1965 a 1972. Para esta fase, selecionamos exemplos extraídos de três álbuns, que considero particularmente influentes e significativos. Estes discos são:
  • Freak Out!

"Freak Out!" (1966) foi o álbum de estreia dos Mothers of Invention e um marco na música experimental dos anos 60. Misturando rock, jazz, blues e música clássica, o álbum contou com o baixista Roy Estrada, cuja técnica inovadora contribuiu para a base rítmica única das composições de Zappa. O álbum também destacou a habilidade de Zappa em combinar sátiras, crítica social e humor com complexidade musical, com linhas de baixo imprevisíveis e experimentais que desafiavam as convenções da época.
  • We’re Only in it for The Money

Lançado em 1968, "We're Only in It for the Money" é um álbum satírico e politicamente carregado de Zappa, com críticas ao consumismo e à cultura hippie. O baixista Roy Estrada, com sua técnica única, contribui para a complexidade rítmica e harmônica do álbum, utilizando escalas e intervalos de forma criativa. As linhas de baixo de Estrada são essenciais para a fluidez e coesão das músicas, que apresentam mudanças abruptas de tempo e estilo, complementando a fusão de rock experimental e psicodelia.

  • Hot Rats

Lançado em 1969, "Hot Rats" é um álbum essencial na carreira de Zappa, destacando-se como uma obra-prima do rock instrumental e fusion. A faixa "Peaches en Regalia" é a única gravada por Shuggie Otis. O baixista Max Bennet gravou as outras faixas do álbum e contribui com linhas de baixo icônicas, combinando técnica e improvisação para complementar os solos de guitarra e teclado, tornando o álbum um marco na fusão de jazz e rock e indispensável na discografia de Zappa.

Exemplo 1

O primeiro exemplo é extraído da música "How Could I Be Such a Fool" e refere-se a uma parte do refrão. Ele ocorre por volta de 1:30. A fórmula de compasso utilizada é 3/4, e o baixista constrói as frases utilizando as notas da escala de cada acorde.


Exemplo 2

No segundo exemplo, temos a parte do refrão da música "Any Way The Wind Blows". Este trecho foi construído utilizando as 5ª e 8ª de cada acorde. Ele ocorre por volta dos 19 segundos.


Exemplo 3

Este exemplo corresponde à introdução da música, na qual foi utilizada a escala menor de G#. O baixista executa a mesma frase que a guitarra.


Exemplo 4

Este exemplo corresponde à base de voz da música “Hungry Freaks, Daddy”, na qual o baixista utiliza a escala pentatônica menor de A.


Exemplo 5

Este trecho corresponde à parte "D" da música, sendo totalmente improvisado. As frases são construídas utilizando a escala de E maior, com a adição de cromatismos entre as notas. A parte rítmica é extremamente complexa, exigindo atenção especial ao tocar as células rítmicas dessa seção.


Esta é a primeira parte da Bass Clinic sobre os baixistas de Frank Zappa, correspondendo à primeira fase do genial compositor. Nessa fase, já são apresentados alguns elementos que seriam mais explorados por Zappa em sua carreira futura, conferindo à fase uma importância histórica significativa. O último exemplo apresentado está no álbum "Hot Rats", que, para mim, é considerado uma das obras-primas desse compositor. Se você deseja iniciar sua jornada no trabalho de Frank Zappa, recomendo fortemente a aquisição desse álbum.

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Fernando Tavares utiliza cordas Giannini e cabos Datalink.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Baixistas do Rock - Parte 4

Olá, pessoal!

Nesta coluna, vamos trabalhar com um elemento de interpretação utilizado por Sting, que pode ser aplicado tanto no Rock quanto em outros estilos: o staccato.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

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Exemplo 1

Muitos alunos estudam o ponto de aumento, mas raramente dedicam atenção aos pontos de diminuição, que são essenciais para uma interpretação completa. Existem três tipos de ponto de diminuição; nesta coluna, vamos trabalhar somente com o staccato simples, que consiste em cortar o valor da nota pela metade. Ou seja, se uma nota tem a duração de um tempo, ao aplicar o staccato simples (grafado com um ponto acima ou abaixo da nota), ela passará a valer meio tempo.

Nos Exemplos 1a e 1b, apresentamos dois exemplos práticos.



Exemplo 2

No Exemplo 2a, temos uma levada de colcheia com o staccato. No Exemplo 2b, mostramos como essa levada deve ser executada. Percebam que o staccato também pode ser utilizado para "limpar" a partitura, tornando-a mais precisa e clara. Uma música excelente para estudar o uso do staccato é "Every Breath You Take" do The Police.



Exemplos 3 e 4

No Exemplo 3, apresentamos a levada principal da música "King of Pain". Observem os vários contratempos e o staccato empregados por Sting para criar essa levada. Aproveitando a música, no Exemplo 4, incluímos uma frase com Tônica e Quinta, característica da introdução da música. Acredito que baixistas que atuam em Power Trios podem se inspirar nesse tipo de levada para suas próprias músicas.




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segunda-feira, 16 de junho de 2025

Baixistas do Rock - Parte 3

Olá, pessoal!

Nas terceira e quarta colunas, iremos explorar as técnicas e características do baixista Sting, membro da banda The Police. Sting é conhecido por sua maneira única de tocar, frequentemente utilizando o polegar para dedilhar as cordas, além de seu impressionante senso rítmico. Ao longo de sua carreira, ele criou diversas linhas de baixo memoráveis com sua banda, tornando-se um ícone no cenário musical.

Sting

Sting, nome artístico de Gordon Matthew Thomas Sumner, nasceu em 1951 em Wallsend, Inglaterra. Antes de sua carreira solo, ele foi o baixista e vocalista principal da banda The Police, que se tornou uma das mais influentes do final dos anos 70 e 80. Conhecido por seu estilo criativo e inovador no baixo, Sting integrou elementos de jazz, rock e reggae em suas linhas de baixo. Suas composições com o The Police, como "Roxanne", "Every Breath You Take" e "Message in a Bottle", continuam a ser referências para músicos de todo o mundo. Além de sua carreira com o The Police, Sting também tem uma carreira solo bem-sucedida, explorando diferentes estilos musicais e abordagens ao baixo e à composição.

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Exemplo 1

No Exemplo 1, temos uma levada simples, construída com colcheias, muito utilizada no Rock n’ roll. Essa levada dá a sensação de que a música está sendo "puxada para frente", por isso é amplamente difundida no Rock e suas vertentes. A harmonia correspondente ao refrão da música "So Lonely" do The Police também é utilizada na música "With or Without You" do U2. Na música "Será?" da Legião Urbana, ela é tocada um tom abaixo (na tonalidade de Dó maior). Marque bem os graus do campo harmônico (I, IV, V e VI) e toque-os em diferentes tonalidades, observando a frequência com que esses acordes são utilizados nas músicas compostas.



Exemplo 2

No Exemplo 2, trabalhamos os intervalos de 5ª e , que são amplamente utilizados por baixistas de Rock para criar frases melódicas. O desenho mostrado pode ser transposto para qualquer nota e aplicado sobre acordes maiores e menores.



Exemplo 3

No Exemplo 3, combinamos esses intervalos e propomos variações para cada acorde. Uma dica para desenvolver suas frases é utilizar os intervalos de e sobre a caixa da bateria (geralmente nos tempos 2 e 4), variando a colocação deles.



Exemplo 4

No Exemplo 4, temos o interlúdio da música "Every Breath You Take", do The Police. Outras músicas que utilizam frases construídas de maneira semelhante são "Paranoid" e "NIB" do Black Sabbath, e "Otherside" e "Breaking The Girl" do Red Hot Chili Peppers.



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segunda-feira, 2 de junho de 2025

Análise das linhas de baixo do álbum "Tales from Topographic Oceans" da banda Yes


Olá, pessoal!

Nesta semana, trago no site uma coluna especial sobre o trabalho de Chris Squire no álbum Tales from Topographic Oceans. Neste artigo, analisamos diversas linhas de baixo criadas por este lendário músico, explorando os aspectos harmônicos, melódicos e rítmicos que definem seu estilo único.

Esse material faz parte de um acervo cuidadosamente elaborado, que está disponível como apoio para as minhas aulas de contrabaixo, tanto presenciais quanto on-line. É uma excelente oportunidade para aprofundar seu conhecimento sobre as técnicas e a abordagem de um dos maiores baixistas do Rock Progressivo.

Além deste artigo, minha coleção inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria musical e análise, voltados para músicos que desejam expandir suas habilidades e compreensão do instrumento.

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Se tiver interesse em conhecer mais sobre o curso ou adquirir materiais de estudo, entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com.


Tales from Topographic Oceans - Yes



A banda britânica de rock progressivo Yes lançou seu sexto álbum de estúdio, Tales from Topographic Oceans, em 1973. Este álbum é visto como um dos mais ousados e ambiciosos da banda, espelhando a profundidade e complexidade do rock progressivo daquele período. O álbum, composto por apenas quatro faixas extensas, possui uma estrutura conceitual, onde cada segmento é inspirado em tópicos espirituais e filosóficos, fortemente influenciados pelo livro Autobiografia de um Yogi, de Paramahansa Yogananda.

O álbum é notável por sua extensa duração, com a faixa "Ritual (Nous Are One)" sendo uma das maiores já registradas pela banda. Cada uma das composições foi cuidadosamente estruturada, com letras e temas que exploram a busca espiritual, a natureza da existência e o despertar da consciência. Musicalmente, Tales from Topographic Oceans destaca-se pela habilidade técnica dos músicos, com solos intrincados de guitarra de Steve Howe, complexidade rítmica de Bill Bruford e o trabalho inovador de Chris Squire no contrabaixo, complementado pelas camadas harmônicas e melódicas criadas pelos teclados de Rick Wakeman e as vocais de Jon Anderson.

A obra foi recebida de forma mista, com alguns críticos destacando sua grandiosidade e originalidade, enquanto outros a consideraram excessivamente complexa e difícil de digerir. No entanto, Tales from Topographic Oceans tornou-se um marco na história do rock progressivo e uma das obras mais emblemáticas do Yes, consolidando sua posição como uma das bandas mais inovadoras da década de 1970.

Exemplo 1 - The Revealing Science of God


Este trecho corresponde à base da voz e é repetido durante a primeira parte da música, ocorrendo por volta de 3’05". Observe que, no primeiro tempo, há uma pequena variação na frase; para os outros trechos, tome como referência a linha do segundo compasso. A escala escolhida para construir esta frase é a pentatônica, e é importante prestar atenção ao uso do slide no segundo tempo. Este trecho exige grande velocidade do músico, uma vez que trabalha com sextinas e fusas, exigindo controle técnico e precisão na execução para manter a fluidez da performance.


Exemplo 2 - The Revealing Science of God


Este trecho se inicia aos 7'02" e corresponde à segunda base da voz. Foi construído utilizando os intervalos de fundamental, quarta e quinta dos respectivos acordes. Para entender melhor a frase, recomenda-se dividi-la a cada 1 tempo e meio, ou seja, ela começa no primeiro tempo e depois se repete a partir do contratempo do segundo tempo. Em várias músicas deste álbum, Chris Squire emprega esse tipo de raciocínio para construir suas linhas de baixo, sendo esses "deslocamentos" de tempo uma das principais características de seu estilo. Tais abordagens criam uma sensação de movimento e complexidade rítmica, algo que se torna uma marca registrada de sua técnica.


Exemplo 3 - The Remembering


Estes acordes correspondem a toda a introdução da música, com o baixista tocando as fundamentais correspondentes. Somente neste trecho, por volta de 2’00”, é que se inicia uma linha com frases no baixo. No primeiro acorde (Dm), Chris Squire utiliza a tríade nas cabeças de cada tempo, mas com uma pequena variação no terceiro tempo deste compasso, quando ele emprega a quarta como uma apogiatura para a quinta do acorde. No segundo compasso, é utilizada a escala Mi menor, que confere uma sonoridade distinta à linha. No terceiro compasso, o baixista repete a ideia do primeiro, substituindo a apogiatura por um slide entre as notas Sol e Lá, o que cria uma transição mais fluida e expressiva. Por fim, no quarto compasso, Squire utiliza a tríade de Mi menor para construir a frase, mantendo a coerência harmônica e adicionando variações rítmicas e melódicas que enriquecem a linha de baixo. Essa abordagem evidencia a habilidade do baixista em manipular acordes e escalas de maneira criativa e expressiva.


Exemplo 4 - The Remembering


Este trecho serve como base para um pequeno solo de steel-guitar, e o baixista construiu suas frases utilizando a fundamental, a quinta e a oitava. A construção da linha de baixo é simples em termos de intervalos, mas a complexidade reside na quantidade de notas que compõem a frase e no deslocamento da primeira nota em relação à cabeça do compasso. Este deslocamento cria uma sensação rítmica peculiar, o que adiciona um desafio técnico ao trecho. O baixista, portanto, não apenas trabalha com intervalos básicos, mas também com variações rítmicas que exigem precisão. Este trecho ocorre por volta de 10'19" e é fundamental para estabelecer a base harmônica e rítmica que suporta o solo da steel-guitar, mantendo a fluidez e a coesão na música.


Exemplo 5 - The Ancient


Este trecho corresponde à introdução do solo de teclado e ocorre por volta de 4’33”. A construção da frase utiliza apenas a fundamental e a oitava acima. A complexidade deste trecho está no fato de que a nota mais grave é acentuada juntamente com o bumbo, mas de forma aleatória, o que exige do baixista uma atenção cuidadosa ao posicionamento dos acentos. No exemplo transcrito, o baixista acentua a nota mais grave no primeiro e no quarto tempos do primeiro compasso, enquanto no segundo compasso o acento recai no segundo tempo. No terceiro compasso, o acento aparece no primeiro tempo, e no quarto compasso, novamente no segundo tempo. Essa variação rítmica exige precisão para garantir que os acentos estejam posicionados corretamente, mantendo a coesão rítmica com a bateria.


Exemplo 6 - The Ancient


Este trecho ocorre por volta de 7’02” e é uma frase executada por todos os instrumentos, utilizando contrapontos. O compasso está em 7/4, e o baixista toca todas as notas de forma staccato, o que adiciona uma percussividade à linha de baixo. A base harmônica é construída com a escala de Ré Maior, e o baixista utiliza a sétima menor (Dó) como uma blue note neste trecho. Esta nota é inserida para completar o cromatismo da frase, criando uma sonoridade mais expressiva e característica do estilo do músico. A utilização do staccato, combinada com a inserção da blue note, dá um caráter único à linha de baixo, que se destaca dentro da complexidade rítmica e contrapontística do trecho.


Exemplo 7 - Ritual


Este trecho corresponde a uma pequena parte da introdução e começa por volta de 2’12”. O baixista construiu a frase utilizando a escala mixolídia de Ré maior, com a nota Lá, que é a quinta do acorde, sendo a mais enfatizada neste trecho. A dificuldade da frase reside na variação rítmica empregada pelo baixista nas repetições, o que exige grande precisão e controle de timing. Quando a música transita para Dó maior, o baixista segue o mesmo conceito harmônico e rítmico para construir a frase, mantendo a consistência no estilo e na abordagem, o que demonstra a habilidade do músico em adaptar suas ideias dentro da progressão harmônica.


Exemplo 8 - Ritual


Este trecho ocorre por volta de 8’28” e se situa entre duas bases de voz. O baixista aproveita este pequeno interlúdio para realizar um solo de contrabaixo, utilizando uma técnica expressiva de slides durante a execução. A estrutura harmônica é baseada em dois acordes por compasso, mas o baixista utiliza apenas o segundo acorde como referência para a construção da frase. A escala pentatônica de cada um desses acordes é a base para a construção das frases, o que confere ao solo uma sonoridade sólida e coesa, ao mesmo tempo que permite uma boa variação melódica. O uso dos slides contribui para a fluidez da execução, demonstrando a habilidade do baixista em explorar a expressividade do instrumento dentro da harmonia proposta.


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segunda-feira, 12 de maio de 2025

Baixistas do Rock - Parte 2


Olá, pessoal!

Nesta semana, abordaremos alguns elementos essenciais de interpretação para os baixistas de rock. A falta da aplicação desses elementos pode comprometer a qualidade sonora e a pegada do contrabaixista. Esses aspectos são cruciais para a construção de uma sonoridade refinada e expressiva.

Este artigo faz parte de minha coleção de estudos, que abrange diversos tópicos relacionados ao contrabaixo, teoria musical e análise.

Para acessar alguns dos trabalhos e artigos que publiquei, clique no seguinte link:

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Exercício 1

No exercício 1a, abordamos o hammer-on, que consiste em tocar uma nota utilizando apenas um dedo da mão esquerda. Toque a nota normalmente e, em seguida, pressione a casa 7 com o dedo anelar da mão esquerda para produzir a nota Mi, sem o auxílio da mão direita.

No exercício 1b, praticamos o pull-off. Toque a nota Mi normalmente e, em seguida, puxe o dedo anelar da mão esquerda para baixo, fazendo com que a nota seja produzida. É essencial que a nota já esteja pressionada antes de realizar o movimento de pull-off.


Exercício 2

No exercício 2, temos a escala de Sol Maior, tocada com hammer-on no movimento ascendente e, em seguida, com pull-off no movimento descendente.



Exercício 3

No exercício 3a, tocamos uma frase utilizando a Pentatônica de Dó maior de forma tradicional. No exercício 3b, a mesma frase é tocada empregando hammer-on e pull-off. Note a diferença de sonoridade entre as duas abordagens. É interessante observar que ambos os elementos podem ser aplicados na mesma frase.


Esses elementos de interpretação foram amplamente explorados por diversos baixistas ao longo de suas trajetórias. A seguir, uma lista de músicas recomendadas para estudo, nas quais você pode perceber a aplicação desses recursos:

  • Alice In Chains – "Would?"
  • Red Hot Chili Peppers – "Emit Remus", "Californication"
  • The Beatles – "Taxman", "Don’t Let Me Down", "Come Together", "Drive My Car"
  • Um pouco mais avançado:
    • Primus – "Sgt. Baker", "American Life"
    • Allan Holdsworth – "Road Games", entre outras.

Exercício 4

No exercício 4, exploramos as músicas "Come Together" e "Drive My Car" dos The Beatles, interpretadas pelo baixista Paul McCartney, para exemplificar os conceitos discutidos nesta coluna.



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segunda-feira, 28 de abril de 2025

Matéria "Lugar de Baixo é na Cozinha"


Olá, pessoal!

Nesta semana, trago uma coluna especial que escrevi para a antiga revista Coverbaixo, na qual analiso as principais características das linhas de baixo do Rock Progressivo.

Este artigo faz parte da minha coleção, composta por diversos estudos sobre contrabaixo, teoria musical e análise musical.

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"Lugar de Baixo é na Cozinha"

A principal característica da cozinha do Rock Progressivo é a precisão. Bateria e contrabaixo atuam em perfeita sincronia rítmica, oferecendo suporte sólido às frases elaboradas por guitarras e teclados. Nesse estilo, são comuns as mudanças de fórmula de compasso e a utilização de frases rítmicas complexas nas levadas.

Embora existam várias bandas influentes no gênero, as características da seção rítmica variam significativamente de acordo com os músicos ou a banda em questão.

No contrabaixo, o baixista frequentemente desenvolve linhas que contrapõem a melodia principal ou estabelece uma linha fixa baseada na harmonia, delegando a construção harmônica aos outros instrumentos. Para criar essas linhas, os baixistas exploram uma ampla variedade de escalas, com destaque para a escala maior, a menor natural, a menor harmônica e a pentatônica. Também é comum o uso de acordes, arpejos e outros elementos técnicos, habilmente empregados pelos mestres deste instrumento no estilo.

Já os bateristas integram a parte rítmica às frases do contrabaixo ou à melodia da música, utilizando linhas básicas como fundamento e introduzindo variações criativas. É importante destacar que, ao trabalhar com compassos alternados, os bateristas no Rock Progressivo geralmente seguem a estrutura temática da música, evitando "quebras" rítmicas aleatórias, como ocorre em outros gêneros.

O Rock Progressivo é amplamente reconhecido como um dos estilos mais desafiadores, tanto para tocar quanto para compor ou compreender. Ele exige dos músicos um alto nível de dedicação e habilidade, tanto na parte harmônica quanto na rítmica.

Recomendo o estudo de materiais específicos sobre compassos alternados, além de dedicar tempo à audição das bandas que consolidaram este gênero como um dos mais fascinantes na música contemporânea.

Long Distance Runaround

Esta música apresenta, na minha opinião, uma das “cozinhas” mais impressionantes do Rock Progressivo, composta pelo baixista Chris Squire e pelo baterista Bill Bruford. Lançada no álbum Fragile em 1972, o trabalho desenvolvido por esses dois músicos, especialmente nesta faixa, é absolutamente extraordinário.

O trecho transcrito corresponde à introdução da música, que retorna mais tarde no interlúdio. O tema inicial é executado pela guitarra e pelo teclado, enquanto o contrabaixo e a bateria estabelecem a base rítmica com uma célula contínua de colcheias. Embora neste trecho não ocorram mudanças na fórmula de compasso, a acentuação rítmica é feita sempre no contratempo do compasso anterior.

Outro aspecto notável é a forma musical deste trecho, que se desenvolve em nove compassos, algo incomum, já que partes musicais são frequentemente estruturadas em múltiplos de quatro. Essa variação deve-se aos três compassos finais, nos quais a “cozinha” do Yes utiliza uma de suas características marcantes: notas pontuadas (neste caso, semínimas). Esse recurso cria a sensação de um rallentando no final, conhecido tecnicamente como hemíola, e é executado com extrema precisão por Squire e Bruford.

A linha de baixo é construída sobre a escala de Dó Mixolídio, destacando-se o Fá sustenido, que funciona como uma blue note. No final do trecho, as notas fundamentais dos acordes correspondentes são utilizadas para reforçar a harmonia. Por sua vez, a linha de bateria emprega semínimas na condução, com caixas e bumbos acentuando os contratempos. Essa abordagem, frequentemente adotada por Bill Bruford, gera uma sensação intrigante de que ele está tocando “fora do tempo”, adicionando complexidade e riqueza rítmica à peça.



The Spirit of Radio

Esta talvez seja a “cozinha” mais icônica do Rock Progressivo, formada pelo baixista Geddy Lee e pelo baterista Neil Peart. Ambos músicos de técnica impressionante, construíram linhas marcantes e complexas que são referência no gênero.

O trecho transcrito corresponde à introdução da música The Spirit of Radio, presente no álbum Permanent Waves de 1980. Nesta faixa, os músicos criaram uma linha rica em frases desafiadoras e com o uso de várias fórmulas de compasso. Particularmente, a parte rítmica deste trecho merece atenção especial, pois é, na minha opinião, a mais difícil de compreender. Ela emprega semicolcheias e tercinas de semicolcheia, equivalentes a seis notas dentro de um tempo, exigindo precisão técnica.

O baixista Geddy Lee utiliza a escala de Ré maior para construir sua linha. É fundamental prestar atenção à duração das notas: elas devem ser executadas com o som cortado de acordo com o valor indicado, garantindo clareza e definição.

Já o baterista Neil Peart explora quase todas as peças da bateria, distribuindo as notas entre elas para criar frases complexas. No trecho analisado, ele não apresenta uma levada fixa, mas sim uma abordagem mais solta, destacando sua criatividade rítmica.

Recomendo estudar este trecho com muita paciência, pois sua execução é extremamente desafiadora. Trabalhe para limpar as notas e toque preferencialmente junto com um baterista. Quando alcançar a velocidade original da música, certifique-se de que as notas estejam limpas e precisas, evitando atrasos ou adiantamentos. Além disso, mantenha a pegada firme, pois a precisão é a principal característica deste estilo.


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quinta-feira, 17 de abril de 2025

Transcrição do Mês - Primus - Jerry Was a Race Car Drive


Olá, pessoal!

Estamos de volta nesta semana para mais uma transcrição com texto em nosso site. Desta vez, apresento uma transcrição da música Jerry Was a Race Car Driver, da banda Primus, com o excepcional Les Claypool no contrabaixo.

Claypool é um dos músicos mais renomados do cenário atual, dispensando qualquer tipo de apresentação. Com uma carreira impecável tanto no Primus quanto nas inúmeras bandas das quais foi integrante ou colaborador, além de sua carreira solo, ele exibe uma impressionante versatilidade técnica. Entre as diversas técnicas que domina, estão o slap, abafados, two hands, strumming e improvisações com escalas exóticas e simétricas, todas aplicadas com maestria. A música Jerry Was a Race Car Driver é uma excelente demonstração de seu talento.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

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Link para a transcrição:
Primus - Jerry Was a Race Car Driver

Biografia do Primus:

Primus é uma banda americana formada em 1984, liderada pelo baixista Les Claypool. Conhecida por seu estilo único, que mistura rock alternativo, funk, e uma grande variedade de influências experimentais, a banda se destaca pelo uso inovador do contrabaixo e pelas composições excêntricas. Claypool, o principal compositor, é a alma do grupo, criando linhas de baixo complexas e muitas vezes fora do padrão, o que fez com que Primus se tornasse uma referência no cenário musical alternativo.


Na introdução da música, o baixista utiliza a técnica Two Hands. Com a mão direita, ele executa trítonos (C/Gb e D/Ab), enquanto a mão esquerda toca uma frase utilizando a escala de Ab maior. Este trecho é repetido ao longo da base de voz, com pequenas variações feitas por Claypool para gerar efeitos interessantes.

No refrão da música, o baixista mantém a mesma ideia, ainda utilizando Two Hands, mas com uma leve variação na frase, mantendo os mesmos elementos da introdução. É possível perceber um slide no último tempo do compasso.

No interlúdio, a técnica usada é o Slap. Vale destacar que a frase executada na corda Mi tem a mesma estrutura da frase tocada na mão esquerda nos exemplos anteriores, porém executada meio tom abaixo. A frase é finalizada com um strumming com intervalos de quarta.

A forma da canção é a seguinte:

  • Introdução: até o compasso 10
  • Base de voz: do compasso 11 ao 18
  • Refrão: do compasso 19 ao 27
  • Interlúdio: do compasso 28 ao 36
  • Base do solo (igual à base de voz): do compasso 37 ao 42
  • Refrão: do compasso 43 ao 50
  • Base de voz: do compasso 51 ao 54
  • Interlúdio: do compasso 55 até o final da canção

Embora esta canção tenha apenas três partes, elas são extremamente elaboradas e de difícil execução. O estudante precisará de bastante prática e domínio das técnicas de Slap, Two Hands e Strumming para tocar essa música corretamente.

Estude com calma, utilize o metrônomo e depois trabalhe para capturar o swing característico de Les Claypool.

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quinta-feira, 3 de abril de 2025

Baixistas do Rock - Parte 1

Olá, pessoal!

Iniciamos neste mês uma nova coluna dedicada ao estudo do Rock n' Roll, um dos gêneros mais populares no Brasil, mesmo com suas raízes fincadas nos EUA e na Inglaterra. Esta coluna será dividida em duas aulas para cada baixista, explorando inicialmente os elementos rítmicos e harmônicos de seu estilo, e em uma segunda aula, focando em articulação, execução e exemplos práticos de suas linhas de baixo. Ao final, também darei sugestões de músicas para complementar os estudos. Lembre-se: o estudo das músicas de seus baixistas preferidos é fundamental para entender os caminhos que o Rock n' Roll oferece. O gênero tem sido transmitido de geração em geração, com baixistas sempre se baseando nos ídolos que os precederam.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

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Paul McCartney

Para começar, vamos estudar Paul McCartney, um dos baixistas mais influentes da história do Rock.

Paul McCartney, que nasceu em 18 de junho de 1942, em Liverpool, na Inglaterra, é um dos artistas mais influentes e bem-sucedidos da história do rock e da música pop. "Hey Jude", "Let It Be", "Yesterday" e "Yesterday" são algumas das músicas mais emblemáticas dos Beatles, compostas por McCartney. Com John Lennon, estabeleceu uma das colaborações de composição mais frutíferas e bem-sucedidas na história da música.

Depois da separação dos Beatles em 1970, McCartney iniciou uma carreira independente, obtendo grande sucesso com seu projeto Wings na década de 70, além de uma extensa trajetória como artista independente. Durante sua trajetória profissional, Paul McCartney se destacou como um ativista das questões ambientais e dos direitos dos animais, mantendo uma carreira musical movimentada por lançamentos de álbuns, apresentações ao vivo e parcerias com outros músicos.

McCartney é conhecido não só pela sua carreira musical, mas também pela sua competência como multi-instrumentista, executando não só o baixo, mas também guitarra, piano, bateria e outros instrumentos. Durante sua trajetória profissional, ele foi agraciado com diversos prêmios e honrarias, como a Ordem do Império Britânico (MBE) e diversos Grammy Awards. O seu patrimônio musical, seja com os Beatles ou em sua carreira solo, persiste como uma influência crucial para várias gerações de músicos globalmente.

McCartney reflete bem o que aconteceu na década anterior ao surgimento dos Beatles, quando ele tocava covers de seus artistas favoritos, como Chuck Berry, Elvis Presley e, especialmente, Buddy Holly. Vamos também explorar elementos do Rock dessa fase e entender o impacto duradouro do legado de Paul para os baixistas posteriores.


Exemplo 1: Levando o Rock com Tríades Maiores

Neste exemplo, temos uma levada utilizando semínimas e as tríades maiores (Fundamental, Terça Maior e Quinta Justa) dos acordes C, F e G, que correspondem aos acordes I, IV e V da tonalidade de Dó maior — os acordes mais importantes no Campo Harmônico.

Estude essas tríades e toque-as nas seguintes sequências:

C, C, C, C, F, F, C, C, G, F, C, G
C, C, C, C, F, F, C, C, G, G, C, C

Em notação analítica (com os acordes I, IV e V):
I, I, I, I, IV, IV, I, I, V, IV, I, V
I, I, I, I, IV, IV, I, I, V, V, I, I

Esta sequência de acordes foi amplamente utilizada no início do Rock n' Roll, tornando-se a base para muitos sucessos posteriores.

Transporte a sequência para outros tons. Exemplo em Lá:
I = A, IV = D e V = E, então a sequência fica:
A, A, A, A, D, D, A, A, E, D, A, E

Sugestões de repertório:

  • Tutti Frutti (em Fá)
  • Blue Suede Shoes (em Lá)
  • Johnny B. Goode (em Bb)
  • Rock Around the Clock (em Lá)


Exemplo 2: Introdução à Tríade Menor

Neste exemplo, introduzimos a tríade menor em nossos estudos. A combinação de acordes menores no contexto do Rock cria uma sonoridade única, especialmente nos momentos mais melódicos e intimistas das músicas.


Exemplo 3: Base com a Pentatônica Maior

Aqui, criamos uma base utilizando a Pentatônica maior. Aplique-a na sequência de acordes apresentada anteriormente (Exemplo em Lá). Esta abordagem é fundamental no Rock, já que a pentatônica é uma das escalas mais utilizadas nas linhas de baixo, conferindo à música uma sonoridade mais simples e direta, característica do estilo.


Exemplo 4: Variação Rítmica

Neste exemplo, trabalhamos uma variação rítmica utilizando semínima pontuada e colcheias nos dois primeiros tempos. Esta variação é frequentemente empregada por Paul McCartney e outros baixistas para tocar músicas mais lentas, conferindo um groove mais swingado e descontraído. O exemplo é retirado da música "Do You Want to Know a Secret".


Sugestões de Músicas de Paul McCartney para Complementar os Estudos

  • Eight Days a Week
  • All My Loving
  • I Saw Her Standing There
  • Help

Sugestões de Álbuns e Artistas para Esta Coluna

  • Elvis PresleyElvis Presley (1956) pela BMG Music
  • The BeatlesPlease, Please Me, With the Beatles e Beatles for Sale pela EMI Records

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Fernando Tavares utiliza cordas Giannini e cabos Datalink.

segunda-feira, 3 de março de 2025

Álbuns Clássicos - Milton Nascimento & Lô Borges - Clube da Esquina


Olá, pessoal!

Nesta semana temos uma matéria especial sobre o álbum Clube da Esquina de Milton Nascimento e Lô Borges.

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Clube da Esquina


 

Álbum de estúdio lançado em março de 1972 por Milton Nascimento e Lô Borges, Clube da Esquina é amplamente reconhecido como um dos lançamentos mais importantes da música brasileira. O disco combina elementos de diversos estilos musicais, como rock, jazz e música brasileira, além de apresentar letras de altíssima qualidade, marcando um ponto de inovação e criatividade na música popular do país.

Destaques do álbum
Embora a audição completa do álbum seja altamente recomendada, algumas faixas merecem menção especial, como:

  • Cais, Trem Azul, Saídas e Bandeiras nº 1 (com uma linha de baixo marcante), Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, San Vicente e Nada Será Como Antes. Várias dessas canções se tornaram clássicos da música brasileira.

Curiosidades sobre o disco

  • Clube da Esquina é o trabalho de um coletivo de músicos conhecidos pelo mesmo nome, liderado por Milton Nascimento e Lô Borges. O álbum é creditado a ambos os artistas.
  • A icônica capa traz a imagem de dois meninos, Cacau e Tonho, fotografados em uma estrada de terra próxima a Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, perto da casa dos pais adotivos de Milton Nascimento.
  • O disco foi eleito pela versão brasileira da Rolling Stone como o sétimo melhor álbum brasileiro de todos os tempos, evidenciando seu impacto duradouro e relevância cultural.

A genialidade do Clube da Esquina reside na sua capacidade de mesclar gêneros e criar uma linguagem única, capturando as complexidades e a riqueza da cultura musical brasileira.

Faixas

01-Tudo Que Você Podia Ser (Lô Borges, Márcio Borges) – 2:56 - Voz: Milton Nascimento
02-Cais (Milton Nascimento, Ronaldo Bastos) – 2:45 - Voz: Milton Nascimento
03-O Trem Azul (Lô Borges, Ronaldo Bastos) – 4:05 - Voz: Lô Borges
04-Saídas e Bandeiras nº 1 (Milton Nascimento, Fernando Brant) – 0:45 – Voz: Beto Guedes e Milton Nascimento
05-Nuvem Cigana (Lô Borges, Ronaldo Bastos) – 3:00 - Voz: Milton Nascimento
06-Cravo e Canela (Milton Nascimento, Ronaldo Bastos) – 2:32 – Voz: Lô Borges e Milton Nascimento
07-Dos Cruces (Carmelo Larrea) – 5:22 – Voz: Milton Nascimento
08-Um Girassol da Cor do Seu Cabelo (Lô Borges, Márcio Borges) – 4:13 – Voz: Lô Borges
09-San Vicente (Milton Nascimento, Fernando Brant) – 2:47 – Voz: Milton Nascimento
10-Estrelas (Lô Borges, Márcio Borges) – 0:29 – Voz: Lô Borges
11-Clube da Esquina nº 2 (Milton Nascimento, Lô Borges, Márcio Borges) – 3:39
12-Paisagem da Janela" (Lô Borges, Fernando Brant) – 2:58 – Voz: Lô Borges
13-Me Deixa em Paz (Monsueto, Ayrton Amorim) – 3:06 – Voz: Alaíde Costa e Milton Nascimento
14-Os Povos (Milton Nascimento, Márcio Borges) – 4:31 – Voz: Milton Nascimento
15-Saídas e Bandeiras nº 2 (Milton Nascimento, Fernando Brant) – 1:31 -  Voz: Beto Guedes e Milton Nascimento
16-Um Gosto de Sol (Milton Nascimento, Fernando Brant) – 4:21 – Voz: Milton Nascimento
17-Pelo Amor de Deus" (Milton Nascimento, Fernando Brant) – 2:06 – Voz: Milton Nascimento
18-Lilia (Milton Nascimento) – 2:34 -  Voz: Milton Nascimento
19-Trem de Doido (Lô Borges, Márcio Borges) – 3:58 – Voz: Lô Borges
20-Nada Será Como Antes (Milton Nascimento, Ronaldo Bastos) – 3:24 – Voz: Beto Guedes e Milton Nascimento
21-Ao Que Vai Nascer (Milton Nascimento, Fernando Brant) – 3:21 – Voz: Milton Nascimento

Créditos:

Alaide Costa – Voz
Beto Guedes – Contrabaixo, Carrilhão, Viola, Voz e Backing Vocals
Lô Borges – Guitarra, Percussão, Viola, Voz e Backing Vocals
Luís Alves – Contrabaixo e Caxixi
Luiz Gonzaga – Backing Vocals
Milton Nascimento – Guitarra, Piano, Viola e Voz
Nelson Ângelo – Guitarra, Percussão, Piano e Surdo
Paulinho Braga – Percussão
Robertinho Silva – Bateria e Percussão
Rubinho – Tumbadora
Tavito – Guitarra, Viola e Voz
Toninho Horta – Guitarra, Percussão e Backing Vocals
Wagner Tiso – Orgão e Piano

Link para escutar o álbum no spotify:


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