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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Baixista do Mês - Victor Wooten


Olá, pessoal!

Nesta semana, trazemos uma matéria especial sobre o lendário baixista Victor Wooten!

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical. Para conferir alguns dos meus trabalhos e artigos publicados, acessem o link:
http://www.femtavares.com.br/p/midiaimpressa-fernandotavares-sempre.html

Para mais informações, entre em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com.


Victor Wooten

  • Nome completo: Victor Lemonte Wooten
  • Nascimento: 11 de setembro de 1964, Hampton – Estados Unidos
  • Atuação musical: Carreira solo e membro da banda Béla Fleck and the Flecktones
Victor Wooten é um dos baixistas mais influentes da música contemporânea, conhecido por sua técnica inovadora e versatilidade. Membro do premiado grupo Béla Fleck and the Flecktones, com quem ganhou cinco Grammys, também construiu uma carreira solo de destaque, explorando gêneros como jazz e funk.

Discografia Selecionada

Solo

  • A Show of Hands (1996)
  • What Did He Say? (1997)
  • Yin-Yang (1999)
  • Live in America (2001)
  • Soul Circus (2005)
  • Palmystery (2008)
  • Words and Tones (2012)
  • Sword and Stone (2012)
  • TRYPNOTYX (2017)

Bass Extremes

  • Cookbook (1998)
  • Just Add Water (2000)
  • S’low Down (2022)

Vital Tech Tones

  • Vital Tech Tones (1998)
  • Vital Tech Tones 2 (2000)

The Wootens

  • The Wootens (1985)

Greg Howe

  • Extraction (2003)

SMV (Stanley Clarke, Marcus Miller e Victor Wooten)

  • Thunder (2008)

Béla Fleck and the Flecktones

  • Béla Fleck and the Flecktones (1990)
  • Flight of the Cosmic Hippo (1991)
  • UFO Tofu (1992)
  • Three Flew Over the Cuckoo's Nest (1993)
  • Live Art (1996)
  • Left of Cool (1998)
  • Greatest Hits of the 20th Century (1999)
  • Outbound (2000)
  • Live at the Quick (2002)
  • Little Worlds (2003)
  • Ten from Little Worlds (2003)
  • The Hidden Land (2006)
  • Jingle All the Way (2008)
  • Rocket Science (2011)

Video Link:



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Bons estudos e até a próxima coluna!

Fernando Tavares utiliza cordas Giannini e cabos Datalink.

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Baixistas do Rock - Parte 5

Olá, pessoal!

Dando sequência à nossa coluna de Rock, vamos estudar nas duas próximas edições o baixista Geezer Butler. As principais características de Geezer são o uso da semicolcheia como célula rítmica base para suas levadas e a pentatônica como principal elemento para a criação de frases.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

Para conferir alguns dos trabalhos e artigos que publiquei, acessem o link:

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Geezer Butler (Terence Michael Joseph Butler), nascido em 17 de julho de 1949 em Birmingham, Inglaterra, é um baixista, compositor e letrista britânico, mais conhecido como membro fundador da banda de heavy metal Black Sabbath.

Geezer foi responsável por criar algumas das linhas de baixo mais icônicas do gênero, combinando técnica, criatividade e uma abordagem única ao instrumento. Suas composições líricas, frequentemente carregadas de temas sombrios e introspectivos, contribuíram para a identidade musical da banda.

Exercício 1

A semicolcheia é a célula rítmica preferida de Geezer para construir suas levadas. Caracteristicamente, no rock, a colcheia é usada para criar um sentido de velocidade. Geezer, contrariando essa prática, prefere andamentos mais lentos, nos quais pode explorar a velocidade das semicolcheias em suas frases, conferindo um sentido distinto ao seu estilo em comparação com outros baixistas de rock.

No exercício abaixo, temos uma levada com tônica, quinta e oitava, para praticar as semicolcheias em todas as cordas.


Exercício 2

Neste segundo exercício, exploramos uma levada construída inteiramente com semicolcheias.


Exercício 3

A principal escala utilizada por Geezer é a pentatônica. No primeiro compasso deste exercício, utilizamos a pentatônica de dó maior e, no segundo, a pentatônica de lá menor.

🔍 Observe que ambas possuem as mesmas notas, motivo pelo qual algumas pessoas chamam a pentatônica de lá menor de relativa da de dó maior.


Exercício 4

No quarto exercício, apresentamos um “shape” abrangente utilizando as notas da pentatônica. Este modelo é amplamente utilizado na criação de frases, pois funciona como um “mapa” no braço do instrumento, facilitando a combinação das notas.


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Bons estudos e até a próxima coluna!


Fernando Tavares utiliza cordas Giannini e cabos Datalink.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Harmonia - Aula 07 – Escala maior pelos ciclos

Olá, Pessoal!

Nesta sétima coluna sobre harmonia, voltaremos a falar sobre a escala maior, que anteriormente estudamos em relação à sua formação e opções de digitação.

Na coluna de hoje, propomos um estudo interessante para a escala maior. Antes disso, é importante entender que, tendo como referência a fundamental, é possível gerar as escalas maiores sempre respeitando a mesma distância entre as notas. Essa ideia cria um desenho padrão para qualquer escala, exemplificado anteriormente em Dó maior.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

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Estudo da escala maior pelos ciclos

O estudo a seguir é realizado através do ciclo das quintas, ou seja, começa com a escala de Dó. Em seguida, parte-se da quinta de Dó, que é Sol, depois da quinta de Sol, que é Ré, e assim sucessivamente. Este é um estudo importante e interessante para conhecer melhor o braço do instrumento e também aprimorar a técnica.

  • Importante: Estude com o auxílio de um metrônomo ou bateria eletrônica.

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Bons estudos e até a próxima coluna!

Fernando Tavares utiliza cordas Giannini e cabos Datalink.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Os Baixistas de Frank Zappa - Parte 1



Olá, pessoal!

Nesta semana, temos uma coluna especial em que abordamos os baixistas que fizeram parte dos grupos liderados pelo guitarrista e compositor Frank Zappa. Além de explorar um pouco sobre a trajetória desses músicos, vamos apresentar alguns aspectos técnicos, analisando músicas do repertório do artista.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

Para conferir alguns dos trabalhos e artigos que publiquei, acessem o link:

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Frank Zappa foi um dos maiores compositores da história da música moderna. Com sua abordagem única e incansável, Zappa não apenas compunha incessantemente, mas exigia dos músicos que o acompanhavam um compromisso total com o seu trabalho, tanto no que se refere à execução das linhas complexas que ele criava quanto ao tempo dedicado aos ensaios, muitas vezes longos e intensos.

Reconhecido como um descobridor nato de talentos, Zappa não apenas revelou novos músicos, mas também trabalhou com grandes nomes já consagrados na música. Muitos dos músicos que passaram por sua banda se tornaram referências no cenário musical. Entre os músicos que gravaram ou se apresentaram com Zappa, destacam-se: George Duke (teclados), Ian Underwood (saxofone/teclados), Aynsley Dunbar (bateria), Steve Vai (guitarra), Chad Wackerman (bateria), Warren Cucurrulo (guitarra), Vinnie Colaiuta (bateria), Chester Thompson (bateria), Jean-Luc Ponty (violino), Randy e Michael Brecker (trumpete e saxofone), Adrian Belew (guitarra e voz), Terry Bozzio (bateria), Tina Turner (voz), entre outros.

Com uma lista de músicos de tamanha magnitude, é impossível acreditar que os baixistas da banda ficassem aquém em termos técnicos e artísticos. De fato, os baixistas de Zappa tinham de possuir uma noção rítmica excepcional, pois frequentemente tocavam em compassos extremamente complexos. Além disso, a improvisação era uma habilidade fundamental, já que muitas partes dos shows de Zappa eram improvisadas.

Devido ao grande número de baixistas que passaram por sua banda, dividimos sua trajetória com os músicos em três fases:

  1. Primeira fase (1965-1968): Durante o período dos "Mothers of Invention", Zappa contou com o baixista Roy Estrada (17/04/43). Entre 1968 e 1972, durante as gravações dos álbuns solos de Zappa, os baixistas Max Bennet, Suggy Otis, Jeff Simmons, Jim Pons e Erroneous participaram da formação da banda.

  2. Segunda fase (1972-1979): Durante essa fase, os baixistas Tom Fowler (de 1972 a 1975) e Patrick O'Hearn (de 1975 a 1979) foram os principais responsáveis pelas linhas de baixo nas gravações e apresentações ao vivo.

  3. Terceira fase (anos 80): Zappa contou com os baixistas Arthur Barrow e Scott Thunes, que se destacaram no final da carreira do compositor, contribuindo para a sonoridade que marcou essa última fase.

Esses baixistas foram fundamentais na construção do som único que Zappa desenvolveu ao longo de sua carreira, contribuindo para o legado imortal do artista.


Parte 1

A primeira parte da nossa análise sobre os baixistas de Frank Zappa abrange o período de 1965 a 1972. Para esta fase, selecionamos exemplos extraídos de três álbuns, que considero particularmente influentes e significativos. Estes discos são:
  • Freak Out!

"Freak Out!" (1966) foi o álbum de estreia dos Mothers of Invention e um marco na música experimental dos anos 60. Misturando rock, jazz, blues e música clássica, o álbum contou com o baixista Roy Estrada, cuja técnica inovadora contribuiu para a base rítmica única das composições de Zappa. O álbum também destacou a habilidade de Zappa em combinar sátiras, crítica social e humor com complexidade musical, com linhas de baixo imprevisíveis e experimentais que desafiavam as convenções da época.
  • We’re Only in it for The Money

Lançado em 1968, "We're Only in It for the Money" é um álbum satírico e politicamente carregado de Zappa, com críticas ao consumismo e à cultura hippie. O baixista Roy Estrada, com sua técnica única, contribui para a complexidade rítmica e harmônica do álbum, utilizando escalas e intervalos de forma criativa. As linhas de baixo de Estrada são essenciais para a fluidez e coesão das músicas, que apresentam mudanças abruptas de tempo e estilo, complementando a fusão de rock experimental e psicodelia.

  • Hot Rats

Lançado em 1969, "Hot Rats" é um álbum essencial na carreira de Zappa, destacando-se como uma obra-prima do rock instrumental e fusion. A faixa "Peaches en Regalia" é a única gravada por Shuggie Otis. O baixista Max Bennet gravou as outras faixas do álbum e contribui com linhas de baixo icônicas, combinando técnica e improvisação para complementar os solos de guitarra e teclado, tornando o álbum um marco na fusão de jazz e rock e indispensável na discografia de Zappa.

Exemplo 1

O primeiro exemplo é extraído da música "How Could I Be Such a Fool" e refere-se a uma parte do refrão. Ele ocorre por volta de 1:30. A fórmula de compasso utilizada é 3/4, e o baixista constrói as frases utilizando as notas da escala de cada acorde.


Exemplo 2

No segundo exemplo, temos a parte do refrão da música "Any Way The Wind Blows". Este trecho foi construído utilizando as 5ª e 8ª de cada acorde. Ele ocorre por volta dos 19 segundos.


Exemplo 3

Este exemplo corresponde à introdução da música, na qual foi utilizada a escala menor de G#. O baixista executa a mesma frase que a guitarra.


Exemplo 4

Este exemplo corresponde à base de voz da música “Hungry Freaks, Daddy”, na qual o baixista utiliza a escala pentatônica menor de A.


Exemplo 5

Este trecho corresponde à parte "D" da música, sendo totalmente improvisado. As frases são construídas utilizando a escala de E maior, com a adição de cromatismos entre as notas. A parte rítmica é extremamente complexa, exigindo atenção especial ao tocar as células rítmicas dessa seção.


Esta é a primeira parte da Bass Clinic sobre os baixistas de Frank Zappa, correspondendo à primeira fase do genial compositor. Nessa fase, já são apresentados alguns elementos que seriam mais explorados por Zappa em sua carreira futura, conferindo à fase uma importância histórica significativa. O último exemplo apresentado está no álbum "Hot Rats", que, para mim, é considerado uma das obras-primas desse compositor. Se você deseja iniciar sua jornada no trabalho de Frank Zappa, recomendo fortemente a aquisição desse álbum.

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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Dissertação de Mestrado: Fernando Tavares - A Arte do Partimento em sua história, fundamentos, práticas e discussão musicológica: análise historiográfica para a consolidação de um saber para a pedagogia da música

 Olá pessoal!

Estou aqui hoje para informar que a minha dissertação de mestrado "A Arte do Partimento em sua história, fundamentos, práticas e discussão musicológica: análise historiográfica para a consolidação de um saber para a pedagogia da música" está disponível no banco de Teses e Dissertações da USP (Universidade de São Paulo).

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-27062023-100608/pt-br.php

Essa pesquisa se iniciou por volta de Março de 2018, quando ingressei no LAMUS-EACH (Laboratório de Musicologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades. Em 07/02/2019, sob orientação de Diósnio Machado Neto ingressei no programa de Mestrado em Musicologia da Escola de Comunicações e Artes da USP e fui aprovado em 25/10/2021. 

Agora estou no Doutorado na mesma instituição e sob a orientação de Diósnio Machado Neto novamente, para analisarmos a obra de José Maurício Nunes Garcia. Fiquem de olho nos artigos que publicamos sobre a pesquisa.

Resumo

No decorrer do século XVIII desenvolveu-se nos Conservatórios de Nápoles uma maneira eficaz de ensinar música conhecida como partimento. Tal método consistia em transmitir os parâmetros musicais por linhas de baixo que continham combinações de notas compreendidas pelos músicos e que lhes proporcionavam informações para a realização de esquemas harmônicos e contrapontísticos. Estes esquemas eram usados para o exercício da improvisação e composição. O modelo de ensino pelos partimentos circulou por toda a Europa através das mãos de mestres que trabalharam ou formaram músicos para as diversas cortes do Antigo Regime. Na década de 1990, iniciou-se um movimento pela compreensão deste modelo de ensino e a partir da segunda metade da década de 2000, diversos trabalhos consolidaram a revisão metodológica deste modelo de ensino. Utilizando-se destes textos contemporâneos que revisitaram e reconstruíram o modelo de ensino pelo partimento, apresentamos nesta dissertação uma revisão bibliográfica com base no trabalho de musicólogos, analistas e teóricos musicais que escreveram sobre este assunto. Com base nos dados coletados, analisamos as informações obtidas e descrevemos como eram as principais escolas, mestres, conteúdos e características do ensino buscando a compreensão dos debates musicais que estavam sendo promovidos pelos músicos do período. A conclusão das análises nos fez compreender o método e criar uma base importante para a execução de um projeto futuro que visa demonstrar o benefício do ensino dos partimentos para auxiliar no ensino das disciplinas de criação musical.

Palavras-chave: Partimento. Contraponto. Conservatórios Napolitanos. Análise Musical. Música Galante.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Transcrição do Mês - Bob Marley - i Shot the Sheriff


Olá, pessoal!

Nesta semana, apresento uma transcrição com texto explicativo no site. Para esta coluna, escolhemos a música I Shot the Sheriff do cantor Bob Marley com Aston Barret no baixo.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

Para conferir alguns dos trabalhos e artigos que publiquei, acessem o link:

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Bob Marley - i Shot the Sheriff

Bob Marley (1945-1981) foi o maior ícone do reggae, cantor e compositor jamaicano que popularizou o gênero mundialmente com mensagens de resistência, paz e justiça social. Líder da banda The Wailers, suas músicas, como "No Woman, No Cry" e "Redemption Song", continuam a inspirar gerações. Seu estilo de vida foi influenciado pela filosofia Rastafari, e sua morte precoce não impediu o legado de sua música.

Aston "Family Man" Barrett (1946-) é um dos grandes baixistas da música pop e membro essencial da banda de Marley, The Wailers. Com uma técnica única e groove inconfundível, foi responsável por moldar o som do reggae moderno. Sua habilidade de usar o baixo como elemento melódico e rítmico foi fundamental para o sucesso dos álbuns de Marley, e também teve uma carreira solo significativa no desenvolvimento do reggae.entes do jazz fusion, destacando-se pela originalidade e pela complexidade de suas linhas de baixo.

Esta transcrição foi originalmente publicada na Bass Player Brasil, edição 23, de agosto de 2013.


Texto

Esta música contém uma das linhas de contrabaixo mais famosas do reggae. Bob Marley, sem dúvidas, foi o grande nome do estilo, e o seu baixista, Aston "Family Man" Barrett, é sinônimo de contrabaixo dentro do gênero.

A música está na tonalidade de sol menor e os acordes utilizados são o I grau (Gm) e o IV grau (Cm) para construir a harmonia do refrão. Para a base de voz, foram utilizados o bVI grau (Eb6 ou Eb), o V grau (Dm) e o I grau (Gm). A música se divide nessas duas partes, e as frases são feitas sobre a pentatônica da tonalidade (sol menor). Não se esqueça das indicações no início da transcrição; elas informam que a semicolcheia deve ser tocada como indicada, ou seja, ela deve ser tercinada, e as notas são em staccato. Elas devem soar metade do tempo indicado, e eu preferi colocar a indicação no início para não poluir a transcrição.

Para o refrão, o baixista faz a primeira frase (compasso 2) partindo da terça menor de Gm, que é a nota si bemol. Depois, utiliza a quinta justa e a oitava para finalizar na fundamental do acorde. O compasso termina com uma frase utilizando a fundamental, a terça menor e a quarta justa uma oitava acima, além de um slide neste trecho. A quarta de sol (nota dó) é sustentada durante o próximo compasso, no qual ela faz o papel de fundamental do acorde de Cm.

Nos compassos 4 e 5, o baixista utiliza a quinta justa, a sétima menor e a fundamental para a construção das frases. No compasso 6, o baixista substitui a primeira frase por uma muito parecida, utilizando a quinta justa, a sétima menor e a fundamental. As outras frases repetem a ideia dos compassos anteriores. O refrão acontece entre os compassos 2 ao 9, 23 ao 30, 44 ao 51 e 67 ao 74. Essas ideias também são utilizadas para a construção do final da música, a partir do compasso 88.

Para a base de voz, o baixista utilizou uma frase tocando a oitava, a quinta justa e a fundamental dos respectivos acordes de Eb e Dm. No segundo compasso deste trecho, o baixista cria uma variação com a fundamental e a quinta justa do acorde de Gm. Esta ideia é repetida nos compassos subsequentes do trecho, utilizando pequenas variações nas repetições até a frase feita para encerrar o trecho (compasso 20), que é construída com a pentatônica de sol menor. Este trecho ocorre entre os compassos 10 ao 22, 31 ao 43, 52 ao 66 e 75 ao 87.

Esta música contém muito swing e uma linha muito criativa, utilizando elementos essenciais para quem quer tocar reggae: pentatônica da tonalidade, semicolcheia swingada e muitas pausas e espaços entre as frases.

Transcrição

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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Teoria & Análise - Estudos Rítmicos - Parte 13

 Olá, pessoal!

Nesta semana, damos continuidade ao nosso curso de leitura rítmica aqui no site. O estudo do ritmo é um dos aspectos mais essenciais no processo de aprendizado musical.

Nesta coluna, abordamos a leitura das ligaduras de tempo.

Estudos rítmicos

Nesta etapa dos estudos de leitura à primeira vista, iniciamos o trabalho com a ligadura de tempo. Essa técnica consiste em somar a duração das notas que estão ligadas.

Por exemplo, em compassos de 2/4, ao ligar uma semínima (1 tempo) com uma mínima (2 tempos), a nota deverá soar por 3 tempos.

Para praticar, utilize a corda Ré solta e inicie o exercício com o metrônomo ajustado a 60 bpm.


Encerramos os estudos por aqui.

Para um aprofundamento nos estudos rítmicos, indicamos os seguintes manuais básicos:

  • POZZOLI, Heitor. Pozzoli: guia teórico-prático para o ensino do ditado musical. São Paulo: Moog Ricordi, 1990.
  • GRAMANI, José Eduardo. Rítmica. São Paulo: Perspectiva, 2019.
  • LACERDA, Oswaldo. Exercícios de teoria elementar da música. São Paulo: Ricordi Brasileira S.A., 2002.

Este artigo integra minha coleção de estudos sobre contrabaixoteoria e análise musical.

Para conferir outros trabalhos e artigos que publiquei, acesse o link:

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Abraços,
Fernando Tavares

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segunda-feira, 21 de julho de 2025

Baixistas do Rock - Parte 4

Olá, pessoal!

Nesta coluna, vamos trabalhar com um elemento de interpretação utilizado por Sting, que pode ser aplicado tanto no Rock quanto em outros estilos: o staccato.

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Exemplo 1

Muitos alunos estudam o ponto de aumento, mas raramente dedicam atenção aos pontos de diminuição, que são essenciais para uma interpretação completa. Existem três tipos de ponto de diminuição; nesta coluna, vamos trabalhar somente com o staccato simples, que consiste em cortar o valor da nota pela metade. Ou seja, se uma nota tem a duração de um tempo, ao aplicar o staccato simples (grafado com um ponto acima ou abaixo da nota), ela passará a valer meio tempo.

Nos Exemplos 1a e 1b, apresentamos dois exemplos práticos.



Exemplo 2

No Exemplo 2a, temos uma levada de colcheia com o staccato. No Exemplo 2b, mostramos como essa levada deve ser executada. Percebam que o staccato também pode ser utilizado para "limpar" a partitura, tornando-a mais precisa e clara. Uma música excelente para estudar o uso do staccato é "Every Breath You Take" do The Police.



Exemplos 3 e 4

No Exemplo 3, apresentamos a levada principal da música "King of Pain". Observem os vários contratempos e o staccato empregados por Sting para criar essa levada. Aproveitando a música, no Exemplo 4, incluímos uma frase com Tônica e Quinta, característica da introdução da música. Acredito que baixistas que atuam em Power Trios podem se inspirar nesse tipo de levada para suas próprias músicas.




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quinta-feira, 17 de julho de 2025

Harmonia - Aula 06 – Aplicação de Quintas e Oitavas – Parte 02

Olá, Pessoal!

Nesta sexta coluna sobre harmonia, estudaremos um pouco mais sobre aplicações de quintas e oitavas em levadas. É importante entender a parte teórica, mas isso só será útil se aplicarmos os conceitos nas nossas linhas de contrabaixo. Com as quatro combinações desta coluna e as quatro anteriores, teremos um bom vocabulário para atingir esse objetivo. O ideal é decorar as oito combinações, assim você terá segurança para começar a improvisar sobre qualquer base.

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Combinação 5 e 6

Na combinação 5, temos a linha feita utilizando a F (fundamental) nas duas primeiras colcheias, seguidas pelos intervalos de e . Já na combinação 6, invertemos a frase, utilizando e .

Combinação 5

Combinação 6


Combinação 7 e 8

Nas combinações 7 e 8, as variações são um pouco mais desafiadoras, já que tocamos uma vez cada intervalo, criando as seguintes ideias:

  • Combinação 7: F (fundamental), , e

  • Combinação 8: F, , e

Combinação 7


Combinação 8


Com estas variações em mãos, perceba como a levada fica “cheia”. Este artifício pode ser muito explorado, especialmente para baixistas que tocam em power trio ou em bandas com apenas uma guitarra. Em outros casos, deve-se usar essas variações com muito cuidado, especialmente se a banda tiver duas guitarras.


Vídeo:


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segunda-feira, 7 de julho de 2025

As linhas de baixo do Megadeth

Olá, pessoal!

Nesta semana, apresento uma coluna com algumas linhas clássicas de baixo da banda Megadeth.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

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Megadeth

Matéria original publicada na Bass Player Brasil #10 de julho de 2012.

Megadeth é uma das bandas mais influentes e icônicas do gênero thrash metal, formada em 1983 por Dave Mustaine, após sua saída do Metallica. Ao longo de sua carreira, a banda se destacou por seu som rápido e técnico, caracterizado por riffs complexos e solos elaborados. Com sucessos como Peace Sells... but Who's Buying? e Rust in Peace, Megadeth ajudou a definir a era do thrash metal, tornando-se uma das "Big Four" do gênero, junto com Metallica, Slayer e Anthrax.

David Ellefson, o baixista original e membro fundador da banda, desempenhou um papel essencial na formação do som distintivo do grupo. Conhecido por suas linhas de baixo rápidas e melódicas, Ellefson trouxe uma combinação de técnica e musicalidade que complementou perfeitamente os riffs complexos de Mustaine. Seu estilo de tocar, muitas vezes entrelaçado com os solos de guitarra e os tempos rápidos da banda, é uma característica fundamental nas músicas de Megadeth, tornando-o uma figura essencial na história do metal.

Análise das Linhas de Baixo do Megadeth

Black Swan

Esta música faz parte do álbum TH1RT3EN e está na tonalidade de Si menor. O baixista toca a fundamental dos acordes nos compassos 1 e 3 do trecho, e toca a terça do acorde no segundo compasso. No quarto compasso, o baixista faz a frase em uníssono com a guitarra. O destaque do trecho é a parte rítmica, com algumas semicolcheias que geram um efeito interessante na levada e a "cabeça" do compasso, que é adiantada para a última colcheia do compasso anterior. O trecho é repetido novamente, com um compasso a mais no final do exemplo.


Hangar 18

Neste exemplo, está transcrita a base do solo de guitarra. A maior dificuldade é a divisão rítmica, que é feita com muitos contratempos de semicolcheia. Em relação à parte harmônica, o trecho é dividido em dois segmentos. No primeiro segmento, o baixista trabalha com a fundamental e a terça menor do acorde de D5, e com a escala de Mi bemol maior sobre o acorde de Eb5. No segundo segmento (compasso 9), utiliza a escala de Fá sustenido frígio sobre os acordes de F#5 e G5.


Holly Wars

Aqui está transcrita a base da voz da música. O baixista dobra a linha da guitarra e toca sempre as fundamentais de cada acorde. O trecho foi construído sobre a escala menor blues, e a principal dificuldade ocorre em relação à velocidade do trecho transcrito. O texto "N.C." significa "No Chord", indicando que, neste trecho, não há um acorde básico para a análise da harmonia.


In My Darkest Hour

Aqui está transcrita toda a introdução da música, que pode ser dividida a cada quatro compassos, facilitando sua análise. No primeiro trecho, o baixista toca a fundamental do acorde de Em9 e, depois, faz a frase em uníssono com a guitarra. A escala utilizada é a escala de Mi menor eólio. Nos segundos e terceiros trechos do exemplo (compassos 5 a 8 e 9 a 12), são tocadas as fundamentais de cada acorde, e a última frase é feita com a escala de Mi menor natural. No quarto trecho, é utilizada somente a fundamental do acorde de E5, e neste trecho é inserida a célula rítmica de tercina. No último trecho, além da fundamental de cada acorde, na frase final é utilizada a escala cromática de Fá.


Peace Sells

Neste exemplo, está transcrita a introdução da música. O baixista faz a frase com a escala blues de Mi menor. A dificuldade do trecho está em sua velocidade e na parte rítmica, que explora as subdivisões de semicolcheia.


Whose Life

Este exemplo corresponde ao pré-refrão da música. Nele, o baixista toca basicamente as fundamentais de cada acorde. As frases são sincopadas, e o baixista explora bastante os slides na finalização de cada nota. O trecho está na tonalidade de Si menor.


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Bons estudos e até a próxima coluna!

Fernando Tavares utiliza cordas Giannini e cabos Datalink.



segunda-feira, 30 de junho de 2025

Artigo Acadêmico - Novas Arquiteturas Pedagógicas para o Ensino da Música: um campo interdisciplinar de formação

 Olá pessoal!


Estou aqui hoje para apresentar o artigo acadêmico "Novas Arquiteturas Pedagógicas para o Ensino da Música: um campo interdisciplinar de formação" apresentado no I Congresso de Ensino em Comunicações, Informação e Artes no eixo “Processos Criativos e Formação para a Cidadania” entre os dias 16 e 18 de Outubro de 2019. O Artigo foi escrito ao lado de Diósnio Machado Neto e Maria Eliza Mattosinho Bernardes.

Evento: I Congresso de Ensino em Comunicações, Informação e Artes

Período do Evento: 16 a 18 de Outubro 2019.

Local: Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo


Resumo do artigo

Novas Arquiteturas Pedagógicas no Ensino da Música é um projeto no campo da extensão universitária que tem como objetivo geral o desenvolvimento de reflexões sobre o ensino da música por meio da musicologia. Problematizando o movimento histórico de transformação da mediação no campo das artes, na qual a pedagogia do ensino da música se insere, vislumbra-se construir ferramentas para a formação de uma cidadania crítica e do desenvolvimento humano. Especificamente o projeto trata discutir o campo de formação continuada de professores de música, de cunho interdisciplinar, que se organiza a partir da unidade entre a lógica dialética e a elaboração de instrumento pedagógico por meio de dois eixos: a musicologia e a organização do ensino de cunho desenvolvedor, fundamentado no enfoque histórico-cultural. A metodologia de ensino aborda a concepção da flexibilidade de tempos e espaços, visando desenvolver novas arquiteturas pedagógicas ativas de ensino e de aprendizagem da música, com a utilização de conceitos como Blended Learning, métodos musicais criativos e, sempre que necessário fazer o uso de TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) e TDIC (Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação) no planejamento e execução dos conteúdos. Neste momento a proposta encontra-se em fase de organização inicial, com um planejamento flexível em colaboração com a Universidade de Évora (PT).


PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Música, Musicologia, Interdisciplinaridade, Formação de professores.

Para ler o artigo: Clique aqui

Para citar o artigo: TAVARES, Fernando; MACHADO NETO, Diósnio; BERNARDES, Maria Eliza Mattosinho. Novas arquiteturas pedagógicas para o ensino da música: um campo interdisciplinar de formação. In: I CONGRESSO DE ENSINO EM COMUNICAÇÕES, INFORMAÇÃO E ARTES, 1., 2019, São Paulo. 2019. p. 1-10.

Abraços e até a próxima coluna!


Fernando Tavares é pesquisador, professor e contrabaixista. Contribuiu com diversas publicações para revistas especializadas em contrabaixo e hoje é membro do LAMUS (Laboratório de Musicologia da EACH-USP Leste), do CEMUPE (Centro de Musicologia de Penedo) e do LEDEP (Laboratório de Educação e Desenvolvimento Psicológico da EACH-USP Leste).
É Mestre e Doutorando em Musicologia pela ECA-USP e é bolsista da CAPES.
"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
"This study was financed in part by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001"

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Transcrição do Mês - Tribal Tech - Face First

  


Olá, pessoal!

Nesta semana, apresento uma transcrição com texto explicativo no site. Para esta coluna, escolhemos a música Face First da banda Tribal Tech com Gary Willis no baixo.

Este artigo faz parte da minha coleção, que inclui diversos estudos sobre contrabaixo, teoria e análise musical.

Para conferir alguns dos trabalhos e artigos que publiquei, acessem o link:

http://www.femtavares.com.br/p/midiaimpressa-fernandotavares-sempre.html

Para obter mais informações, entrem em contato pelo e-mail: femtavares@gmail.com


Tribal Tech - Face First

Tribal Tech é uma banda de jazz fusion formada nos anos 80, conhecida por sua mistura de jazz, rock, funk e música experimental. Criada pelo guitarrista Scott Henderson e pelo baixista Gary Willis, a banda se destacou pelo virtuosismo e pela complexidade harmônica de suas composições. Com um som caracterizado por improvisação, grooves complexos e estruturas musicais desafiadoras, Tribal Tech se tornou uma referência dentro do cenário do jazz fusion. A banda lançou vários álbuns, sendo "Tribal Tech" (1987), "Tears of the Sun" (1993) e "X" (1999) alguns dos mais aclamados pela crítica. Tribal Tech é aclamada por músicos e fãs por sua habilidade técnica e inovação.

Gary Willis (nascido em 1957) é um baixista, compositor e educador norte-americano, amplamente respeitado por sua contribuição ao jazz fusion. Ele é conhecido por seu estilo de tocar o baixo com uma técnica avançada, utilizando tanto o fingerstyle quanto o slap. Willis é reconhecido pelo seu trabalho com a banda Tribal Tech, que fundou com Scott Henderson, e por sua carreira solo, onde explorou uma ampla gama de influências musicais. Além de sua habilidade como baixista, Willis é um educador renomado, compartilhando sua expertise em diversas plataformas, como DVDs de ensino e livros. Ele é considerado um dos baixistas mais influentes do jazz fusion, destacando-se pela originalidade e pela complexidade de suas linhas de baixo.

Esta transcrição foi originalmente publicada na Bass Player Brasil, edição 58, de julho de 2016.


Texto

No final dos anos 1960, surgiram diversos grupos que uniram o jazz a outros estilos, incluindo o rock n’ roll, originando o que hoje conhecemos como fusion. O gênero é famoso por seus ícones extremamente técnicos e com vasto conhecimento musical, além de contar com diversas composições complexas. O Tribal Tech se consagrou como uma das bandas mais conhecidas do fusion entre os anos 1980 e 1990, composta pelo genial guitarrista Scott Henderson e pelo não menos conceituado baixista Gary Willis. A banda inspirou inúmeros instrumentistas a dedicarem horas e horas de suas vidas tentando aprimorar suas habilidades e ampliar seus horizontes. Pessoalmente, fui profundamente influenciado pelo álbum Illicit (1992), um dos que mais escutei e estudei.

Bom, deixando de lado a nostalgia, voltemos nossa atenção à transcrição desta edição, Face First. Trata-se da faixa que abre o disco homônimo de 1993, a qual apresenta um groove espetacular de contrabaixo logo na introdução, além de diversas linhas complexas ao longo de sua duração. As linhas seguem uma ideia de fraseado, mas a cada repetição são executadas e construídas de maneira diferente.

A introdução (parte “A”) foi elaborada com um groove cuja estrutura se repete basicamente a cada dois compassos. O tom do trecho é Am, e foi utilizada a tétrade deste, acrescida de um cromatismo para a fundamental na construção. Preste atenção, também, nos abafados utilizados nessa parte (entre os compassos 1 e 9, como introdução; do compasso 10 ao 25, como parte “B”; e retornando entre os compassos 171 e 186). A parte “C” (entre os compassos 26 e 33, e entre os compassos 187 e 194) apresenta vários contratempos. Perceba como o baixista chega à fundamental dos acordes com diversas ideias diferentes, sendo que a nota que se deseja acentuar está grafada com o sinal de acentuação. O trecho é bem complexo, ritmicamente, e vale a pena analisar o aspecto rítmico antes de tentar executar as notas.

Na parte “D”, iniciada no compasso 34, Willis cria as frases com as notas dos respectivos acordes, explorando bastante as quintas e oitavas. Esse primeiro trecho termina no compasso 41 e retorna entre os compassos 195 e 202. No compasso 42 começa a parte “E”, em que temos um groove muito interessante feito com a escala pentatônica de C menor. O destaque vai para os abafados e as inúmeras frases no contratempo. Na parte “F”, surgem os solos de Face First, primeiro com o teclado. Essas partes foram construídas com o baixista fazendo muitas variações sobre as notas do acorde. Aqui, as frases utilizam a pentatônica de Am. No compasso 73, é executado um F#, que é a sexta de Am, dando um efeito dórico. Os destaques são os mesmos da parte “E”. Este trecho vai do compasso 50 ao 98. No compasso 99, temos a segunda parte do solo (parte “F”), em que Gary Willis constrói as frases com as notas do arpejo, explorando bastante os intervalos de quinta e de oitava.

Na parte “H”, temos um sinal indicando que o andamento segue o sentido de 2 por 2, o famoso half-time. A fórmula mantém-se para não dificultar a leitura, e o andamento pode seguir o mesmo bpm. O baixista explora novamente as quintas e oitavas, mas também insere cromatismos nas passagens. O trecho ocorre entre os compassos 107 e 138. Na parte “I” (dos compassos 139 ao 170), temos o solo de guitarra, durante o qual o baixista faz uma levada muito parecida com a da parte “E”. Repete as ideias, apesar de o acorde ser C7. O uso da pentatônica menor sobre esse acorde nos dá o efeito chamado “bluesy”. Por fim, a parte “J” apresenta o desfecho de Face First. Aqui, o baixo aproveita as ideias da parte “C”.

Gary Willis é uma das maiores referências da música instrumental dos anos 1980 e 90. Como mencionado anteriormente, ele influenciou uma infinidade de músicos. A transcrição escolhida é uma excelente oportunidade para estudar esse genial baixista e todas as suas ideias. Trabalhe cada parte separadamente, sempre começando em um andamento mais lento até chegar ao andamento da música.

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